quinta-feira, agosto 24, 2006

This blog is on standby...

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Até Breve!

Quantas?!

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1000

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É o número que marca o contador de visitas deste blog às 12:00 de 24/08/2006. Desde Abril, 1000 visitas... Claro que também contam as minhas visitas, mas ainda assim supera as minhas expectativas. A todos os que vieram a este blog, sorriram, criticaram, comentaram, riram, blasfemaram, zombaram, reflectiram, pensaram ou se comoveram… Aos que ficaram mais felizes ou infelizes, ou aos que ficaram exactamente iguais, muito obrigado por terem aparecido!

quarta-feira, agosto 23, 2006

Ainda não...

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Ainda não
não há dinheiro para partir de vez
não há espaço de mais para ficar
ainda não se pode abrir uma veia
e morrer antes de alguém chegar

ainda não há uma flor na boca
para os poetas que estão aqui de passagem
e outra escarlate na alma
para os postos à margem

ainda não há nada no pulmão direito
ainda não se respira como devia ser
ainda não é por isso que choramos às vezes
e que outras somos heróis a valer

ainda não é a pátria que é uma maçada
nem estar deste lado que custa a cabeça
ainda não há uma escada e outra escada depois
para descer à frente de quem quer que desça

ainda não há camas só para pesadelos
ainda não se ama só no chão
ainda não há uma granada
ainda não há um coração

António José Forte

terça-feira, agosto 22, 2006

Ganda Hit de Verão...

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One Time Child - Ganza Na Areia


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Isto é imperdoável, eu aqui preocupada com a questão do Médio Oriente, quando houve um tipo que perdeu a ganza na areia... O drama, a tragédia, o horror! Lamento imenso, não ter divulgado antes esta questão intelectualmente pertinente... Ela tem sido divulgada na rádio desde o ínicio do verão e só agora lhe dou o destaque que ela merece. Podem chamar-me insensível, que eu mereço...
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Nota: Desculpem lá, mas este blog estava muito sério e a parvoíce tinha que vir ao de cima, mais cedo ou mais tarde...

segunda-feira, agosto 21, 2006

Quem ganhou com a guerra no Líbano?

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Muito se tem dito sobre vencedores e vencidos, mas para mim, de uma guerra, não sai ninguém vencedor. Parece-me evidente que este conflito veio radicalizar velhos ódios, destabilizando o já de si instável, médio oriente.
Israel viu todos os seus objectivos frustrados, nem o Hezbollah foi desmantelado, nem os soldados sequestrados foram libertados, nem os israelitas estão mais seguros no seu próprio território... Mais preocupante, são os derrotados desta guerra, as vítimas civis e os que sobrevivendo, se vêem sem infra-estruturas básicas que lhes permitam regressar à normalidade. É neste terreno que o Hezbollah se movimenta alegremente, cedendo apoio financeiro aos desalojados, estabelecendo estranhos laços de fidelização e chamando a si mais apoiantes.
Esta estratégia não é nova, os movimentos terroristas, actuam localmente colmatando as necessidades económicas e sociais das populações, que o poder político não consegue suprir. Veja-se como o Hamas, conseguiu ganhar as eleições com esta estratégia “sinistra e manipuladora”, mas pelos vistos eficaz.
É questão para perguntar quem vai desarmar um Hezbollah militarmente tão poderoso e com uma enorme plataforma de apoio junto dos libaneses (que não tinha antes, acrescente-se). O débil exercito libanês? A força da ONU, sobre a qual ninguém se entende? Quem?
Entretanto, a maioria dos políticos ocidentais continua convencida que é pela guerra que o terrorismo se combate. Quando o que torna as populações islâmicas sensíveis à ideologia fundamentalista e radical, são sobretudo as carências económicas, sociais e educacionais de que são vítimas (sobre esta questão, veja-se o meu post sobre o artigo de Fernando Belo…).
E com esta guerra, o que foi conseguido? Vítimas civis, vidas destruídas, manifestações requintadas de desrespeito pelos direitos humanos, uma ONU de mãos atadas, uma força internacional que ninguém quer dirigir… Ninguém ganhou, ninguém está mais seguro, nem os que perderam tudo, nem os ocidentais, que a milhas do médio oriente, foram apanhados na onda de pânico (paranóico ou não?) que varreu os aeroportos internacionais…
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domingo, agosto 20, 2006

Bidés, Merche Romero e 24 horas

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Quem disse que um bidé não dá um magnífico post?

O Bruno Nogueira no seu melhor...

Leiam aqui.

sábado, agosto 19, 2006

Já vos disseram que Sintra é linda?

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Parque de Monserrate

quinta-feira, agosto 17, 2006

"Rei invisível de tudo o que não é meu"

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Se me ponho a trabalhar
e escrevo ou desenho,
logo me sinto tão atrasado
no que devo a eternidade,
que começo a empurrar pra diante o tempo
e empurro-o, empurro-o à bruta
como empurra um atrasado,
até que cansado me julgo satisfeito;
e o efeito da fadiga
é muito igual à ilusão da satisfação !














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Em troca, se vou passear por aí
sou tão inteligente a ver tudo o que não é comigo,
compreendo tão bem o que não me diz respeito,
sinto-me tão chefe do que é fora de mim,
dou conselhos tão bíblicos aos aflitos
de uma aflição que não é minha,
dou-me tão perfeitamente conta do que
se passa fora das minhas muralhas
como sou cego ao ler-me ao espelho,
que, sinceramente não sei qual
seja melhor,
se estar sòzinho em casa a dar à manivela do mundo,
se ir por aí a ser o rei invisível de tudo o que não é meu.

José de Almada Negreiros

quarta-feira, agosto 16, 2006

Sentido de humor

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Calvin&Hobbes in Jornal "Público"

domingo, agosto 13, 2006

Chamas e mais chamas

À medida que saia de Lisboa e entrava no distrito de Santarém, sentia o intenso cheiro a queimado e olhava o fumo que cobria o horizonte. Os incêndios são um tema recorrente todos os verões, infelizmente. Porquê? A explicação do povo é bem simples, “os incendiários”, e eu pergunto quantos pirómanos há em Portugal por m2? Qual é a probabilidade de 1 em cada 10 portugueses virar pirómano? Não seria melhor, que as pessoas que falam à boca cheia dos incendiários olhassem para as suas próprias atitudes?
Porque é que não deixam de usar as matas como lixeira pública? Caso não saibam colchões, electrodomésticos e sofás são um bocadinho inflamáveis… isto para não falar dos vestígios de piqueniques e das beatas acesas atiradas das janelas dos automóveis.
Mas este é só um dos lados da questão. Onde está o chamado ordenamento florestal, sucessivamente prometido, por governo atrás de governo? Porque é que nunca foi esclarecida e investigada a fundo, a questão dos privados que enriquecem à custa dos incêndios?
Falo nisto, porque recordo uma reportagem da RTP há uns anos, que revelava as quantias astronómicas cobradas ao estado português por empresas privadas, pelo aluguer de meios aéreos de combate aos incêndios. Aliás essa reportagem, continha testemunhos muito interessantes de engenheiros florestais, que explicavam até que ponto a nossa floresta propiciava a propagação de incêndios, pela falta de planos de ordenamento florestal.
Em suma, nada foi feito. O que foi dito há 4 ou 6 anos, podia ser dito hoje… Entretanto a nossa floresta vai sendo tristemente consumida pelas chamas! Por quanto tempo, mais?

sábado, agosto 12, 2006

Erros desculpáveis e erros indesculpáveis

Quem diz que ler o Código do Procedimento Administrativo, não é um exercício interessante? Eu! Mas isso foi antes de chegar ao artigo 34º! A parte que fala sobre o que acontece à "vítima da administração pública", que apresente um requerimento ou reclamação, à entidade errada. Ora leiam lá, que todos nós somos possíveis vítimas da administração pública:


Artigo 34º - Apresentação de requerimento a órgão incompetente

1 - Quando o particular, por erro desculpável e dentro do prazo fixado, dirigir requerimento, petição, reclamação ou recurso a órgão incompetente, proceder-se-á da seguinte forma: a) Se o órgão competente pertencer ao mesmo ministério ou à mesma pessoa colectiva, o requerimento, petição, reclamação ou recurso ser-lhe-á oficiosamente remetido, de tal se notificando o particular; (etc... não interessa)
3 - Em caso de erro indesculpável, o requerimento, petição, reclamação ou recurso não será apreciado, de tal se notificando o particular em prazo não superior a quarenta e oito horas. 4 - Da qualificação do erro cabe reclamação e recurso nos termos gerais.

Isto é, o vosso pedido só é atendido, se o erro for desculpável. E perguntei, eu, qual é a diferença? Aqui está a anotação a explicar:

O erro deve considerar-se desculpável se, face às circunstancias concretas, uma pessoa de capacidade média pudesse, com um grau razoável de probabilidade, ter incorrido nele (…) Indesculpável é, por seu turno, o erro crasso (…) resultante da falta de diligência exigível a uma pessoa com o discernimento e a inteligência normais.

In Código do Procedimento Administrativo: Anotado / Diogo Freitas do Amaral et al. P.87


Portanto, antes de reclamarem com a administração pública, certifiquem-se que são pessoas de capacidade média, caso contrário, não há desculpa! Humm… Como é que eu provo que tenho um discernimento e a inteligência normais? Será que o funcionário me vai obrigar a fazer um teste ao QI?

sexta-feira, agosto 11, 2006

Este blog é interactivo

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Caros leitores, graças a esse grande blog de referência que é o Devaneios Desintéricos (a graxa descarada é para o Max não me chamar de copiona, ou macaquinha de imitação ou coisas piores...), eu descobri o meebo. E o que é o Meebo? É um serviço tipo messenger, que permite a quem estiver a ver o blog, entrar em contacto comigo, se eu estiver online.
Assim podem colocar questões ou fazer comentários em tempo real. Até podem dizer "your blog sucks!!" Mas se eu receber mais de 5 mensagens a dizer "your blog sucks!!", reservo-me no direito de encerrar o serviço... lol
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quinta-feira, agosto 10, 2006

Sobre o cessar-fogo: bem visto...

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O Conselho de Segurança da ONU não dedicou uma só palavra à Faixa de Gaza, onde decorre, vai para mês e meio, uma ofensiva israelita sem precedentes. O lugar do começo e do fim deste conflito não merece uma só linha.
(..) As pretensões americanas e francesas ficaram no papel - nem fim da guerra, nem Força Multinacional para concluir o que o Tsahal não consegue. Paris e Washington concordam que discordam e remetem o Líbano para mais tarde. Eis o que, naturalmente, não é aceitável para Beirute. Ainda por cima quando duas pequenas alterações podiam resolver o essencial:
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A primeira, definindo o "cessar das hostilidades" como obrigação das duas partes e não só do Hezzbollah. Não é preciso ser-se militar para compreender que se Israel apenas fica proibido de "operações militares ofensivas de grande amplitude", a fórmula deixa toda a "amplitude" para a continuação da guerra. Se for esta a formulação final da ONU, não cessa rigorosamente nada. Apenas desacredita ainda mais a instituição.
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A segunda exigência é mais difícil, mas não menos justa: o fim das hostilidades deve reconduzir Israel à sua fronteira, repor o papel de separador dos capacetes azuis, dando às FFAA libanesas, que se têm mantido fora do conflito a missão de se posicionarem na "terra de ninguém". Isto, enquanto se negoceia uma segunda resolução.
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A pretensão libanesa é realista. Na verdade, o Tsahal não criou qualquer "linha avançada" que possa reclamar. O que um dia declara "limpo" de milícias, no outro, "ressuscita" como plataforma de resistência e lançamento de roquetes. Ao fim de 27 dias de guerra, Israel quer obter na Secretaria até o que se revela incapaz de garantir no terreno...
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Tudo isto é muito estúpido. Estúpida é uma resolução que nada resolva; estúpida é uma guerra em nome de objectivos irrealizáveis; estúpido é, principalmente, o sofrimento provocado a libaneses e, em menor escala, a israelitas, quando é evidente que nenhuma solução militar resolveu alguma vez um conflito no Médio Oriente.
Sobre as "culpas" da estupidez, tenho as minhas opiniões. Mas estúpido seria invocá-las no momento em que a urgência é um real cessar-fogo...
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quarta-feira, agosto 09, 2006

Breves momentos

O brilho nas pedras do passeio. Pontos de luz tremem sobre a água fina que a noite, a chuva, deixou sobre as pedras. Eu caminho sobre a organização das pedras do passeio. Diante de mim, um manto de pontos de luz que se acendem e que se apagam. A sua vida é breve. A minha vida é breve. São pontos de luz que abrem caminhos para que avance. As minhas botas pousam entre esses pontos de luz a nascerem, a viverem durante um instante e a morrerem para sempre. Mil pontos de luz a morrerem em instantesdiferentes, em sítios diferentes, ignorando-se e fazendo parte da mesma ordem. Pelos muros do jardim, escorre uma camada fina de água, pele cristalina de cálice, água límpida como veneno. A repousar no topo do muro, a escorrer como uma avalanche suspensa, há plantas, folhas, ramos de árvores: braços verdes que pararam no momento em que se lançavam para agarrar alguém que, como eu, caminhava no passeio.

José Luís Peixoto, Lunar in "Antídoto" p.55.

segunda-feira, agosto 07, 2006

Modernidade e terrorismo

No blogue Altermundo li este texto que me chamou a atenção e que vai ao encontro da minha opinião sobre o problema do terrorismo e do conflito no Médio Oriente:

"(...) só quando as sociedades árabes chegarem à modernidade é que poderá desaparecer o síndroma do 'choque das civilizações' (o qual só tem sentido do ponto de vista da impotência deles, da raiva que esta dá)...A contradição deste tipo de guerras é visível a qualquer espectador de telejornais, quer a mortandade absurda de gente civil, quer a destruição de estruturas civis de modernidade de todo o género que haverá em seguida que reconstruir, sabendo-se que os meios para tal faltam cruelmente. Isto é, estas guerras matam gente inocente, geram jovens com ódio e impedem a modernidade dos países que não podem contar ainda com gente suficientemente escolarizada. Enquanto a estratégia for de guerra, esta eternizar-se-á. A questão do fim da contradição do Médio Oriente pode colocar-se, em termos teóricos, da seguinte maneira, difícil, senão utópica: que Israel colabore decididamente na construção da modernidade palestiniana, crie uma rede de instituições e práticas de tal maneira forte que nenhuma das partes, capital e empregos, possa querer guerra. (...) Utopia hoje, é certo, mas estrita condição de possibilidade da paz. (...)"
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Fernando Belo, «Israel e a Lei da Guerra» in Público 7/08/2006
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Este texto chama a atenção para um factor fundamental para a questão do terrorismo. A deficiente escolarização da população, a falta de infra-estruturas básicas, de instituições que gerem capital e emprego, agravada pelo clima de violência, tendem a gerar um clima de insatisfação e de ódio, que em última instância levam ao apoio e incitamento do terrorismo. Não seria mais eficaz auxiliar os povos islâmicos a reunir condições socioeconómicas favoráveis ao desenvolvimento ou «à construção da modernidade»? Será que reunidas estas condições os terroristas teriam eco junto da população? Não estarão os ataques israelitas e a aniquilação destas estruturas básicas, a fomentar o ódio e o terrorismo, em vez de o combater?

domingo, agosto 06, 2006

Um presentinho para a Verónica

Damien rice "The blower 's daughter"


Ok, Verónica, a canção é linda. Mas a mim deixa-me incrivelmente melancólica, ora eu já estou suficientemente deprimida... portanto a escolha é perfeita! Vou ouvi-la outra vez.
Agora é que este blog já não se livra da fama de blog de gaja! As coisas que nós fazemos pelos amigos...

sexta-feira, agosto 04, 2006

A indiferença da comunidade internacional


Cartoon de Martin Rowson
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Por quanto tempo irá a comunidade internacional assistir impávida e serena ao agravamento do conflito no Líbano? A sinistra contagem dos danos colaterais revela 900 mortos libaneses , 68 mortos israelitas, 3 mil feridos e 913.760 deslocados. O Hezbollah não demonstra sinais de fraqueza e os ataques a Israel aumentam de intensidade. Onde está a eficácia da realpolitik ? Alguém acredita que esta guerra será o fim do Hezbollah? Cá para mim a realpolitik vai funcionar tão bem aqui, como está a funcionar no Iraque...

quinta-feira, agosto 03, 2006

Em tempo de guerra...

Soldier's poem

Throw it all away
Lets lose ourselves
Because there's no one left for us to blame
It's a shame we're all dying
And do you think you deserve your freedom?


How could you send us
So far away from home
When you know damn well that this is wrong
I will still lay down my life for you
And you think you deserve your freedom
No I don't think you do


There's no justice in the world
There's no justice in the world
And there never was


Muse
Black Holes and Revelations, 2006

quarta-feira, agosto 02, 2006

A floresta


Gustav Klimt
Beeches, oil on canvas 1902