sexta-feira, fevereiro 26, 2010

Relações que não devem ser feitas...

Desde sábado, que as imagens que nos chegam da Madeira nos têm chocado e provocado a nossa consternação e solidariedade. Mais uma catástrofe natural, consequência das alterações climáticas, facto a que ninguém parece ligar desde a Cimeira de Copenhaga. Cada vez é mais óbvio que se trata de uma relação, que não se pretende que as pessoas façam. No caso da Madeira, também se tem notado uma preocupação em evitar temas como o ordenamento do território e a existência de radares meteorológicos. Claro que não seria boa ideia que os cidadãos pensassem que os interesses económicos estão em primeiro lugar, colocando em causa as suas vidas e segurança.

Como não podia deixar de ser, Alberto João Jardim, tudo tem feito para que esta relação não seja perceptível, chegando a insultar os especialistas que se atreveram a apontar falhas no ordenamento do território e a inexistência de um radar meteorológico. Qualquer inquérito judicial é um ultraje! Qualquer leigo percebe que são factores menores. O importante mesmo é garantir que o turismo não seja afectado, que não se dramatize e se prejudique a imagem internacional da região. Se isto não é insultuoso para as vítimas e seus familiares e para as pessoas que perderam tudo, então não sei o que é. Nem as catástrofes mudam as pessoas... mas aparentemente mudam as relações entre as pessoas, o Sr. Silva afinal é um tipo porreiro e aquele fascista do continente é o melhor dos governantes. Hipocrisias à parte, espero que os governantes cumpram o que é da responsabilidade do Estado e se recordem do que é o bem público. Há um grande trabalho de apoio às populações e à reconstrução de infra-estruturas que terá de ser feito, sendo que só será eficaz se as instituições funcionarem e se organizarem.

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Actos dispensáveis

Que este país tem profundos problemas estruturais, sistematicamente deixados por resolver por sucessivos governos e que culminaram numa grave crise económica e social, já todos sabemos e lamentamos. O que se dispensava era uma serie de encenações dramáticas, ameaças veladas, escândalos, fugas ao segredo de justiça e tentativas de manipulação da comunicação social. Já não bastava as agências de rating a embelezarem a imagem do país, colocando Portugal, Itália e Grécia num simpático acrónimo PIGS, precisam também os nossos políticos de demonstrar imbecilidade e desonestidade grosseira? Parece que todos se juntaram e estão divertidíssimos de pá na mão a enterrar o país. Enquanto se divertem, os portugueses tentam sobreviver no desemprego ou com um salário precário, vendo a vida cada vez mais difícil e os seus problemas longe de ser resolvidos. Ao mesmo tempo, outros apresentam os lucros magníficos que obtiveram no ano da recessão. A comunicação social diverte-se com escândalos e escutas, vitimiza-se, omitindo os problemas reais de uma crise social profunda. Esquece-se a comunicação social de referir, que grupos económicos a sustentam e alimentam...

Todos dispensávamos um Primeiro-Ministro que se preocupa mais com a imagem que a comunicação social passa, do que em resolver os problemas do país. Era preferível que explicasse aos senhores do FMI e das Agências de rating como se podem congelar salários já de si miseráveis ou como se vive com uma reforma de 200 euros. É mais interessante jogar outros jogos, colocando em causa a imagem da democracia. Preferíamos não ver, à custa da brincadeira, levantarem-se movimentos a defender a liberdade de expressão encabeçados por monárquicos e radicais de direita. Não precisávamos disto, já temos problemas suficientes.

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Nothing's gonna change my world



"Across the universe"
The Beatles