Mostrar mensagens com a etiqueta Mulher. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Mulher. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, março 08, 2011

Are We Equals?


Não sei se é impressão minha ou o feminismo passou de moda. Como se as mulheres tivessem de repente conquistado salários e direitos iguais, como se não fossem sobrecarregadas com o fardo das tarefas domésticas e a educação dos filhos, como se não fossem cada vez mais sacos de pancada em relações destrutivas, que em números assustadores, aumentam anualmente. Quantas mulheres perdem a sua identidade e a sua dignidade para acumular o impossível papel de excelente profissional, boa mãe, esposa dedicada? Quantas se deixam assediar e humilhar para ser o que a sociedade e os homens esperam delas? Estou a exagerar? A ser feminista fora de moda? Os factos falam por si:


Mulheres despedidas duplicam em dois anos


Desigualdades persistem no centésimo dia internacional da mulher


Mulheres são "mais sacrificadas" com a crise e o desemprego


43 mulheres foram mortas em Portugal em 2010, vítimas de violência doméstica: 250 mortes em 7 anos


Relação de Coimbra confirma que dar duas bofetadas na ex-mulher não é violência doméstica


Um quarto dos namoros adolescentes são violentos

...


segunda-feira, novembro 24, 2008

Pequenas diferenças


Chegou-me por mail, não faço ideia quem foi o autor... Mas que é uma pessoa perspicaz, parece indiscutível...

segunda-feira, outubro 20, 2008

8 meses, 32 mulheres vítimas de violência doméstica



A propósito da Marcha Mundial das Mulheres, nunca é demais lembrar que em Portugal, e só de Janeiro a Agosto, morreram 32 mulheres vítimas de violência doméstica. Os abrigos da UMAR (União das Mulheres - Alternativa e Resposta) estão constantemente superlotados. São o único refúgio para as mulheres que sem autonomia financeira e sem qualquer protecção, se vêem obrigadas a abandonar a própria casa.

As mulheres continuam a auferir os salários mais baixos, são as mais afectadas pelo trabalho precário e pelo desemprego. São também as mulheres que mais se ocupam das tarefas domésticas e da educação das crianças.

Mais que um problema político, esta é sem dúvida uma questão de mentalidades, que é urgente mudar. Integrar a questão da igualdade de género e o problema da violência doméstica na disciplina de cidadania é um passo importante.

sábado, outubro 27, 2007

No Azerbaijão…

«No Azerbeijão, há cada vez mais crianças enfezadas e recrutas que pesam 40 quilos. É devido à má nutrição, mas também ao desejo das mulheres grávidas de manter a linha». Para diminuir o nível de pobreza no país, o parlamento esta a preparar uma série de leis sobre a juventude e o desporto, a saúde das mulheres grávidas e a acústica. Os deputados esperam que a redução da espessura das paredes nas casas permita combater a violência doméstica.

Hady Radjabli, deputado azerbaijanês in “Courrier Internacional” de 26/10/2007


Atribuir a culpa do nascimento de crianças subnutridas ao desejo das grávidas de manter a linha, muito interessante esta argumentação... A mulher azerbaijanesa é uma “fashion victim”, quem diria? Porquê falar de pobreza e fome, quando as mulheres (essas vaidosas…) só se preocupam com o corpinho?


Mas sejamos justos, pelo menos os deputados preocupam-se com a questão da violência doméstica. A redução da espessura das paredes é das medidas mais eficazes no combate à violência doméstica? Não percebi… Assim os vizinhos ouvem os gritos das mulheres e chamam a polícia ou vão ajudar? Espero que no Azerbaijão não tenham um ditado como o nosso “entre marido e mulher, não metas a colher…”


quarta-feira, outubro 10, 2007

A Igreja e o amor à porrada

«(...) Havia vidas desgraçadas quando não existiam divórcios...
Havia e hoje também há. E agora até há mais. No tempo em que não havia divórcios, havia situações bastante dolorosas, mas a pessoa resignava-se. A mulher dizia: calhou-me este homem, não tenho outra possibilidade, vou fazer o que posso. Ao passo que hoje as pessoas querem safar-se de uma situação e caem noutras piores.


Na sua opinião, uma mulher que é agredida pelo marido deve manter o casamento ou divorciar-se?
Depende do grau de agressão.


0 que é isso do grau de agressão?
Há o indivíduo que bate na mulher todas as semanas e há o indivíduo que dá um soco na mulher de três em três anos.


Então reformulo a questão: agressões pontuais justificam um divórcio?

Eu, pelo menos, se estivesse na parte da mulher que tives­se um marido que a amava verdadeiramente no resto do tempo, achava que não. Evidentemente que era um abuso, mas não era um abuso de gravidade suficiente para deixar um homem que a amava.»


Excerto da entrevista a Monsenhor Luciano Guerra, Reitor do Santuário de Fátima publicada na revista Notícias de Sábado do DN - via Womenage a trois.

A ICAR não veio ainda desmentir ou criticar este tipo de posição, por isso suponho que tais barbaridades sejam perfeitamente aceitáveis. Perante tais declarações, pergunto-me se as mulheres católicas vão ou não exigir uma mudança de mentalidades na instituição. Continuem a apoiar e a frequentar esta Igreja que vos ama, mas se levarem porrada não se queixem, ok?

sábado, outubro 06, 2007

Nicarágua: mulheres em risco


O novo relatório, Over Their Dead Bodies (Por cima de seus cadáveres), documenta como essa proibição tem feito com que mulheres tenham medo de procurar até mesmo serviços legais de saúde. Temendo acusação através da nova lei, médicos não se mostram dispostos a providenciar o cuidado necessário. O relatório é baseado em entrevistas com funcionários, médicos dos sistemas de saúde privado e público, mulheres precisando de serviços médicos e familiares de mulheres que morreram como resultado da proibição.


“Agora, médicos na Nicarágua têm medo de oferecer até mesmo serviços de saúde legais a mulheres grávidas”, disse Angela Heimburger, pesquisadora para as Américas da divisão de Direitos da mulher da Human Rights Watch. “Alguns testemunhos indicavam que funcionários de hospitais públicos se recusaram a prestar cuidados adequados a mulheres e meninas após elas terem sofrido abortos espontâneos devastadores, fazendo referência directa à proibição.”»


Até à publicação desta nova lei, o código penal da Nicarágua permitia o aborto caso a vida da mulher estivesse em risco. Agora o aborto com fim terapêutico foi banido. Instala-se o medo de recorrer aos hospitais para tratamento e de fornecer cuidados médicos a grávidas, ainda que legais. Verificam-se casos em que hospitais públicos, intimidados pelas consequências da nova lei, se recusam à prestação de cuidados de saúde em caso de aborto espontâneo ou de complicações originadas por abortos ilegais.

A vida das mulheres corre um sério risco, mais uma vez o desrespeito dos direitos humanos consagrados internacionalmente é premiado com a impunidade.


Legenda das imagens: Pintura de Paula Rego


quarta-feira, maio 02, 2007

"Mais papistas, que o Papa..."



O beijo do presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, na mão de sua antiga professora provocou a revolta do jornal islamista Hezbollah, que representa a tendência mais radical.


"Ahmadinejad tomou a mão da ex-professora e a beijou. Depois esta mulher de meia-idade o tomou em seus braços. O povo muçulmano iraniano não recorda tais atos contrários à sharia durante o reino islâmico", afirma o jornal, que publica três fotos do presidente e da professora.


A cena aconteceu na terça-feira, por ocasião do dia do professor. A mulher usava luvas e não houve contato direto entre ela e o presidente. Segundo a lei islâmica, qualquer contato físico entre um homem e uma mulher está proibido, exceto se são casados.


"Este ato incrível do presidente acontece quando os fiéis ainda não esqueceram sua decisão de autorizar as mulheres a entrar nos estádios de futebol", acrescenta o jornal.

Estas críticas da imprensa são tão injustas, o Sr. Ahmadinejad esforça-se tanto...

quinta-feira, março 08, 2007

Dia Internacional da Mulher

.


«Então, a próxima vez que te entregues a escrever um romance, vê se podes mostrar mais compreensão do coração humano. Nunca escolhe como tua mulher ideal aquela com determinação, desinteressada, corajosa e honesta. O público desprezá-la-á e chamá-la-á pelo nome ultrajante de Lélia, a inapta. Inapta, sim, graças a Deus! Inapta para o servilismo e para a baixeza, inapta para a lisonja ou para o medo dos homens. Homens estúpidos - vós que acreditais nas leis que punem o assassinato com o assassinato e que expressam a vingança na calúnia e na difamação! Mas, quando uma mulher mostre que ela é capaz de viver sem vós, então vosso poder fútil dará lugar à fúria. Vossa fúria é punida por um sorriso, um adeus e despreocupação universal!»


Excerto de “Diário íntimo” de George Sand



Escrevo sobre o dia da mulher, ainda a recordar o relato que ouvi ontem de uma amiga. Com um excelente desempenho nas provas de selecção, foi a candidata escolhida até ao momento em que disse que era mãe. Não terá sido a primeira, nem será a última.


As mulheres continuam a ser discriminadas no mundo do trabalho. São as vítimas da violência doméstica. Recebem os salários mais baixos. 1 em cada 3 mulheres já foi atacada uma vez na vida. São elas as sobrecarregadas com os cuidados familiares, as tarefas domésticas, a educação dos filhos. Toleram o assédio sexual mais ou menos dissimulado. São mais afectadas pela dura realidade do desemprego.


Quantas mulheres abdicam dos seus sonhos, dos seus projectos, da sua vida pessoal para assumir um papel que a sociedade impõe? Quantas e ainda por quanto tempo?

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

"Evolução"

.
Finalmente acreditamos na liberdade e na responsabilidade!

Finalmente acreditamos nas mulheres!

Finalmente alteram-se as mentalidades!



Evoluímos!!!

Já não era sem tempo...
.
.
.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Referendo: citações a ponderar III

.
"Há clínicas em Portugal que são 'slot machines' de ganhar dinheiro (...), o aborto ilegal é um negócio que produz dinheiro sujo, que não é tributado (...) Estes fenómenos potenciam a corrupção, a venalidade e crimes de enriquecimento ilícito"

Maria José Morgado deixou ainda algumas críticas à classe médica, lamentando que não reconheça mais frequentemente o perigo para a saúde psíquica da mulher como um motivo para a realização de aborto legal. "A opinião médica tem sido excessivamente restritiva, autista e até insensível na indicação de causas para a saúde psíquica", criticou.

Maria José Morgado, citada no Público


"O sistema nervoso central de facto não funciona até às dez semanas (.. .) É completamente impossível às dez semanas haver sensibilidade, consciência, capacidade relacional entre o feto e a mãe", defendeu, acrescentando que um aborto realizado neste momento da gravidez "é seguro para a mulher e para os técnicos de saúde".

Miguel Oliveira da Silva, Professor de Ética Médica na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa


«A lei actual tem de ser mudada porque "é ineficaz no plano da prevenção e desproporcionada no plano da punição". »

Alberto Martins

sábado, fevereiro 03, 2007

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

How low can you go II



"Um dia quando estava feliz a brincar no mais íntimo das tuas entranhas senti algo de muito estranho, que não sabia como explicar: algo que me fez estremecer. Senti que me tiravam a vida!... Uma faca surpreendeu-me quando eu brincava feliz e quando só desejava nascer para te amar (...) Mãe, como foste capaz de me matar?..." Este é apenas um excerto de uma carta que foi colocada nas mochilas de crianças de dois infantários de Setúbal, o Aquário e a Nuvem, da rede de instituições particulares de solidariedade social (IPSS), e por isso comparticipados pelo Estado, no caso dirigidos pelo Centro Paroquial de Nossa Senhora da Anunciada.


"Como poderia eu imaginar que uma mãe fosse capaz de matar o seu filho quando, em casa, não maltratam nem o gato, nem a televisão?"E continua. "Agora, Mamã, sei tudo. Estou aqui no outro mundo e um companheiro que teve a mesma sorte do que eu, disse-me que sim, que foste tu... Disse-me que há mães que matam os filhos antes de nascerem. Mãe, como foste capaz de me matar? (...) Por acaso pensavas comprar uma máquina de lavar ou um aspirador, com os gastos que talvez eu te iria causar?"


A carta remata com a ameaça do Juízo Final e com um apelo. "Ele me disse que terás de Lhe dar contas do que fizeste! (...) Mamã, antes de me despedir de ti, peço-te um favor, que esta carta que te escrevo, a dês a ler às tuas amigas e futuras mães, para que não cometam o monstruoso crime que tu cometeste."


Excerto retirado do DN Online

Esta carta é das coisas mais aberrantes e crueis que já alguma vez li. Um embrião com menos de 10 semanas que nem tem ainda o sistema nervoso central desenvolvido, mas é capaz de elaborar juízos de valor e de pensamento abstracto, acusa a mãe de o assassinar a troco de dois electrodomésticos (pelos vistos é o que custa educar uma criança hoje em dia, para estes senhores...)?? É indescritível o que algumas pessoas têm de perverso e mau, sobretudo quando se dizem crentes. Tenho pena de partilhar este país, com pessoas capazes de tais enormidades!

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Referendo: Citações a ponderar II

.
"Ao defender-se a liberdade de decisão da mulher, nos prazos legalmente definidos, admite-se uma opção, mas não se impõe uma opinião. Negar essa liberdade é transformar a opinião contrária em doutrina ou imposição do Estado"

"Trata-se de saber quem é por ou contra a persistência de uma proibição, com as respectivas consequências. Trata-se, ao fim e ao cabo, de saber quem é pela verdade na lei ou pela continuação da mentira e da hipocrisia"

"O aborto, em Portugal, foi liberalizado da pior forma possível: pelo laxismo, pela mentira, pela hipocrisia e pelo negócio"

Manuel Alegre, Público Online

terça-feira, janeiro 16, 2007

Porque voto sim...

.

Ana tem 14 anos, está no 8º ano, engravidou. Tomou uma qualquer medicação abortiva, sem supervisão médica. A sobredosagem acabou por provocar-lhe a morte. A Ana nunca chegou à idade adulta, porque para além de ter sido vítima, da inexistência de politicas de planeamento familiar e de educação sexual, não teve o acompanhamento médico que lhe permitisse abortar sem perder a vida.

Maria é mãe de 4 filhos, toma a pílula. Tomou um antibiótico para curar uma gripe, que anulou o efeito do contraceptivo. O rendimento do agregado familiar mantém 6 pessoas no limiar da pobreza. Maria não tem dinheiro para ir abortar a Espanha, terá de o fazer na cozinha de um apartamento de uma ex-enfermeira. Faleceu devido a complicações resultantes de um aborto mal efectuado. Quatro crianças perdem a mãe.

Joana disse ao namorado que estava grávida. O namorado não aceitou a situação, deixou-a. Joana não tem emprego, nem o apoio dos pais. Sabe que a questão mais colocada às mulheres numa entrevista profissional, é: «Tenciona ter filhos nos próximos cinco anos?». Como poderá ter um filho? Se abortar será julgada como criminosa.

Histórias assim, quantas? Por quanto mais tempo? Eu não aceito que as mulheres continuem a perder a vida, porque tiveram de fazer a dramática escolha de abortar. Não aceito que sejam julgadas como criminosas, quando não tiveram outra escolha. No próximo dia 11 de Fevereiro, vou votar sim.


sexta-feira, dezembro 01, 2006

Dia Mundial da Luta contra a Sida

World AIDS Campaign PSA


A propósito de SIDA, este testemunho tocante e dramático, publicado hoje no DN:
.
«Não sabe de quando data a infecção. Só sabe que quando há cinco anos mais os tais quatro meses estava de férias no Alentejo come-çou com febres altas que não passavam. Foi ao hospital, fizeram-lhe análises e mandaram-na tomar aspirina e consultar o médico de família. Resolveu antes "ir para a terra", a ver se a mudança de ares funcionava. "Encontrei lá um doutor amigo e ele examinou-me, apalpou-me debaixo dos braços e nas virilhas e escreveu uma carta à minha médica de família. Disse-me: 'Espero que não seja o que eu estou a pensar'."
.
Era. "A médica disse que era preciso fazer análises a tudo e perguntou-me se não me importava de fazer as do HIV também. E acusou. Depois disse-me que ficou um fim-de-semana inteiro às voltas sem saber como me dizer. Quando finalmente me deu a notícia fiquei em choque. Até que ela disse: 'Está a olhar para mim e não diz nada?' Aí desatei num pranto."A seguir, mandou chamar o marido. "Só lhe disse: estragaste a tua vida e a da tua mulher. E ele: 'O que é que eu fiz? É impossível."
.
O rosto de Ana segura-se na dureza para não derrapar. "Vê bem com quem andaste", respondi-lhe. Sabe que ele nunca me pediu perdão? Nunca directamente. Até negou, nos primeiros dias. Depois já não dizia que sim nem que não. Não aceita conversação sobre isso." Suspira. O seu grande anseio, confessa, é que o marido fosse franco com ela." Mas não consegue olhar para mim cara a cara.
.
(...) "Ele foi infiel muitas vezes e eu sabia. Temos uma intuição, não é? Naqueles dias em que ele nem me deixava dar-lhe um beijo, rejeitava-me, percebia logo que se passava alguma coisa. E no início, depois de ter o meu primeiro filho, ele saiu de casa durante um mês. Tive um esgotamento nervoso, fiquei toda partida por dentro. Uma vizinha viu-me naquele estado e disse-me: 'Quando ele voltar, nunca lhe pergunte por onde ele andou. Dói muito, mas tem de ser'.
.
"Tinha de ser? "Nunca pensei que fosse possível fazê-lo mudar, confrontá-lo. Entreguei-me menina a ele, com 19 anos. Nunca tive outro homem. Nem sei se queria ter tido, o amor por ele é muito grande." Ainda? "Ainda." E ele, ama-a? "A mim não me diz, nunca. Mas diz a outras pessoas que é a coisa que mais adora." Suspira, faz silêncio. "Às vezes acho que não, que está comigo porque precisa de mim."
.
Um longo caminho a percorrer na luta contra a SIDA e um longo caminho a percorrer pelas mulheres na luta pelos seus direitos e pela sua dignidade...