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sexta-feira, junho 03, 2011

Tempo de escolher... again

Estava a pensar escrever um texto a explicar, porque voto esquerda, mas depois lembrei-me que já o tinha feito no passado. Fui reler. Nestas eleições ainda se aplica mais, porque o radicalismo neoliberal do PSD de Passos Coelho é muito superior ao de 2009. Está em causa o Estado Social, a garantia de justiça e equidade social. Para ler e refletir “Tempo de escolher”:

Noutras eleições não me tenho pronunciado sobre intenções de voto, até porque quem ler este blog e acompanhar as minhas preocupações, percebe perfeitamente a minha orientação politica. Considero que só uma politica verdadeiramente de esquerda poderá garantir a justiça social e a equidade, que é o problema fundamental da nossa democracia. Não poderá haver crescimento económico sustentável enquanto uma minoria absorver grande parte da riqueza controlando o poder político, condenando a maioria da população a ver os seus direitos fundamentais limitados e as suas aspirações individuais cerceadas. Acredito que existem bens e serviços indispensáveis à sobrevivência que devem estar acessíveis a todos, independentemente do seu poder económico. Estou a falar da saúde, do emprego, da educação, da habitação, da água e dos recursos energéticos. Chamem-me radical, mas é uma questão de justiça e de direitos e garantias fundamentais. Assegurado o básico, cada um pode aspirar e lutar pelo que quiser e então venha o mérito, o individualismo e quaisquer escolhas só limitadas pela lei e pelos legítimos direitos do outro. Claro que dificilmente algum partido, colocaria tudo isto em prática, até pela dimensão dos abusos e das desigualdades. Mas no mínimo, não se dê ao voto aos dois partidos do centrão que nos governam desde o 25 de Abril e que nos têm retirado sucessivamente estes direitos e garantias. Não é aceitável a situação de precariedade e de pobreza em que a maioria da população vive, que está muitas vezes encoberta pelo apoio de familiares ou de instituições privadas de solidariedade social. E de facto, só à esquerda do PS (como já disse noutros posts, o PS de Sócrates não é esquerda) é que eu encontro algum desejo de combater esta realidade e de mudar alguma coisa.

E porque é que a direita não é a solução? Porque foram soluções de direita que nos deixaram onde estamos hoje. Foram politicas neoliberais que encheram uma minoria de riqueza e de privilégios, reduzindo a questão dos direitos e garantias fundamentais, a algo acessível só a quem puder pagar. Até os cuidados básicos de saúde exigem o pagamento de uma taxa moderadora. Veja-se quantos direitos consegue uma pessoa pagar com uma reforma mensal de 200 euros ou mesmo com o salário mínimo... E por falar em direita, vale a pena analisar o fenómeno CDS que se tem tentado apresentar como alternativa à política actual. Penso que os eleitores não vão deixar de associar o CDS de Paulo Portas às politicas do centrão, mesmo tendo o populismo do senhor tentado dissimular estas relações com o poder. É preciso que se perceba a quem ele pretende tirar regalias, a esses privilegiados que recebem o rendimento social de inserção. A quem tem verdadeiramente regalias desmedidas, não existe nada a retirar.

E já agora uma última nota, em relação a Paulo Portas, cuja demagogia e populismo parece cair tão bem nos eleitores de hoje. O senhor já esteve no governo, tem responsabilidades no estado a que isto chegou ou alguém se esqueceu dos mil milhões de euros em dois submarinos? E a defesa dos reformados? Portas assinou o memorando da Troika que obriga ao congelamento das pensões! E dos trabalhadores esforçados que fazem horas extraordinárias? Portas assinou o memorando da Troika que obriga à redução drástica do valor pago pelas horas extraordinárias! É reler o que foi dito sobre o memorando… Há quem acredite no Pai Natal e há quem acredite em Paulo Portas…

Antes de votar Passos Coelho, recorde que... Parte III

O seu Ministro das finanças será Eduardo Catroga que vai aumentar o peso do IVA enquanto reduz a taxa social única para as empresas. É o imposto que as empresas pagam para assegurar que o acesso à segurança social dos trabalhadores… vamos colocar em causa as reformas futuras, a sustentabilidade do sistema? Para proteger de igual forma grandes empresas altamente lucrativas como a Cimpor e a Jerónimo Martins e as pequenas empresas, retirando o ónus do imposto mais cego e injusto, o IVA? E ainda elimina a taxa intermédia do IVA, para nos impor mais um cabaz de produtos a 23%. Passos Coelho diz que o PSD nunca falou em eliminar a taxa intermédia de IVA, desmentindo a intenção anunciada por Eduardo Catroga. Quando as medidas são socialmente aterradoras, depois vem dizer que não é bem assim. Mas deixou claro que concorda com o aumento da taxa aplicada ao fornecimento de electricidade para o seu nível máximo, por forma a financiar uma desejada redução da Taxa Social Única. Ao que parece até aqui discutiam-se pêlos púbicos... O que nunca foi discutido foi a subfacturação de 2,2 milhões de euros, que levou ao apuramento de prejuízo e isenção do pagamento do IRC da empresa do Sr. Catroga! Seria isto discutir "pentelhos"?

Consta no seu programa eleitoral, a privatização das Aguas de Portugal, algo que só acontece em 2 países do mundo e que poderá comprometer o acesso de todos a um bem essencial. Nem o FMI impôs tal coisa, mas a troika não tem um grande amigo chamado Ângelo Correia com uma empresa chamada FORMINVEST, cujo mercado são as energias renováveis... Privatizar o que dá rendimento ao Estado, só tem uma motivação, há muitos amigos a enriquecer com negócios lucrativos que até aqui eram de todos, como a saúde, a educação e os transportes... Por causa do desconforto que estas ideias provocam, Passos Coelho passou a campanha a dizer uma coisa, para logo a seguir desmentir, não convém que se perceba o que está em causa. Convém que não se perceba que quer ir mais longe que o FMI, que quer mais sacrifícios para os mais pobres que menos podem. Nem tenciona respeitar a vontade da população manifestada em referendo a favor dos direitos das mulheres. Nem preocupação social, nem preocupação democrática... é isto que deve recordar na hora de votar!

quinta-feira, junho 02, 2011

Antes de votar Passos Coelho, recorde que... Parte II

O seu vice-presidente é Diogo Leite de Campos que defende a mobilidade forçada dos funcionários públicos sem qualquer restrição, afirmou que "quem recebe benefícios sociais são os aldrabões" e defende a criação de um «cartão social de débito». Em oposição aos aldrabões estão os que têm o salário miserável de 2 mil euros e os que ganham 10 mil euros que não são ricos. E porque não ele próprio com as três reformas que acumula, regalia que não afectará tanto o orçamento de Estado como os preguiçosos que chulam um rendimento mínimo.



Passos coelho defende que os desempregados façam trabalho voluntário, são considerados preguiçosos que têm o privilégio de receber um subsídio de desemprego, ignorando a premissa fundamental da solidariedade social: estas pessoas andaram anos e anos a descontar para o sistema, para ter direito a um subsídio... Aliás, o seu braço direito, Miguel Relvas, afirmou que os portugueses trabalham como marroquinos e querem receber como alemães. É por isso que defende que se reduzam feriados e que os salários sejam associados à produtividade, quando sabemos que a produtividade depende mais da gestão e dos custos de produção elevados. Os portugueses até trabalham mais horas que outros europeus e os milhares de desempregados, não o são porque querem, mas sim porque são vítimas da crise e das políticas de austeridade que têm sido impostas.

quarta-feira, junho 01, 2011

Antes de votar Passos Coelho, recorde que... Parte I

Porque as sondagens lhe eram favoráveis, chumbou o PEC IV, quando tinha vindo a concordar com o essencial das medidas de austeridade do PS, sabendo que isso ia precipitar a queda do governo e a vinda do FMI com a austeridade selvagem e o aumento do endividamento que daí advém; cá dentro diz que os portugueses não suportam mais sacrifícios, lá fora, perante a comissão europeia, diz que chumbou o PEC IV por este não ir tão longe como devia!

Tem ao seu lado o Movimento Mais Sociedade, formado por banqueiros e economistas do PSD e eventuais futuros ministros: António Carrapatoso defendeu o corte do 13º mês, João Duque defendeu que as empresas paguem menos impostos, aumentando o IVA. Miguel Cadilhe disse que “as más condições financeiras se sobrepõe às políticas sociais e que perdemos o direito de ser optimistas”. Deste grupo veio também a ideia que o recurso ao subsídio de desemprego deve ter como consequência a redução da pensão de reforma, como se os desempregados o fossem voluntariamente e como se a falta de emprego não fosse suficientemente prejudicial. Falam do alto dos seus salários chorudos e da sua vida confortável de burguesia urbana, alguns deles com dívidas ao fisco no valor de 740 mil euros. Completamente alheios e insensíveis à luta diária, de quem trabalhando ou recebendo a justa reforma, não ganha o suficiente para a sua sobrevivência.

Para capitalizar os votos que Fernando Nobre teve nas Presidenciais, mesmo sem afinidades ideológicas aparentes e aproveitando o oportunismo do candidato, anuncia que este será candidato à Presidência da assembleia da República. Nem essa posição é escolhida antecipadamente, são os deputados eleitos que escolhem, como não permite tomar qualquer das medidas que Fernando Nobre anuncia. Desconhecimento da lei ou desrespeito pela democracia ou ambas?

domingo, maio 29, 2011

Vamos a votos a pensar em quê?

Estas eleições são extremamente curiosas, porque devem ser as primeiras em que não se vão sufragar programas eleitorais, as medidas políticas já estão definidas e três partidos já estão comprometidos com elas. Desta vez não nos podemos queixar de programas eleitorais ou manifestações de intenções que depois não serão cumpridas. Há um acordo com o FMI assinado pelos líderes do PS, PSD e do CDS-PP. É ler o que eu escrevi sobre o que está no memorando da troika, para perceber que não adianta ao PS dizer que vai defender o Estado social, quando o memorando reduz o estado social ao residual, não adianta ao Paulo Portas dizer que vai aumentar as pensões dos seus queridos reformados, quando assinou o congelamento das pensões... E o PSD, não só está comprometido com o memorando porque tem a base ideológica que defende, como ainda pretende ir mais longe nas privatizações e na redução da taxa social única, pretendendo o fim do Estado social. Daí o esforço de esconder o programa eleitoral, porque cada vez que fala nele, desce nas sondagens... Qual deve ser o critério de decisão fundamental dos eleitores, quando decidem em quem devem votar?

O critério é tão simples como isto, o compromisso com as politicas de austeridade selvagem que nos vão retirar direitos sociais e levar o país à bancarrota, deve ser cumprido ou não? Se acha que sim, vote PS, PSD ou CDS-PP (fazendo a ressalva que votar PSD é achar que este pacote não é suficientemente austero e ir mais longe), se acha que não, deverá votar em qualquer outro partido. Vão dizer-lhe que o compromisso com o FMI é inevitável e que nós precisamos do dinheiro. O que não lhe dizem é que se dinheiro acarreta uma dívida que um país em recessão não consegue pagar. Foi o que disseram aos Gregos que agora enfrentam a bancarrota. Também lhe vão dizer que tudo isto é conversa de radical de esquerda. O que não lhe dizem é que o prémio Nobel da economia Paul Krugman admite isso mesmo:

«Os líderes europeus ofereceram empréstimos de emergência aos países em crise, mas apenas em troca de compromissos com programas de austeridade selvagens, feitos sobretudo de cortes da despesa. A objecção de que estes programas põem em causa os seus próprios objectivos - não só impõem efeitos negativos drásticos à economia, mas ao agravar a recessão reduzem a receita fiscal - foi ignorada. A austeridade acabaria por estimular a economia, dizia-se, porque aumentaria a confiança.(...) No entanto, como já disse, a fada da confiança até agora ainda não apareceu. A crise económica nos países europeus com problemas de endividamento agravou-se, como seria de esperar, e a confiança, em vez de aumentar, está em queda livre. Tornou-se evidente que a Grécia, a Irlanda e Portugal não serão capazes de pagar as suas dívidas na totalidade, embora Espanha talvez se aguente.»

Portanto a questão é muito simples, vai acreditar em quem, no prémio Nobel da Economia ou no PS, PSD e CDS?

sábado, maio 14, 2011

Se o memorando da Troika é mau, ainda não leu o programa do PSD

Quem leu os posts anteriores já terá percebido que o plano do FMI, é um verdadeiro homicídio económico e social. Não fosse isso suficientemente grave, o principal opositor ao governo que negociou a sentença de morte, acha que o crime não têm suficientes requintes de malvadez. O PSD acha que se deve ir mais longe. Acha que se devem perder ainda mais direitos sociais, privatizar mais entidades públicas, aumentar o peso do IVA enquanto se reduz a taxa social única para as empresas. Convém perceber o que está em causa, quando se privatiza bens, serviço essenciais ou monopólios naturais. Quando o Estado controla estes sectores garante uma universalidade do acesso, a preços mais reduzidos, preside a lógica do interesse público e não a obtenção de lucro ou as regras do mercado. Veja-se o que aconteceu com a privatização do mercado dos combustíveis, os preços têm vindo a subir descontroladamente e de forma cartelizada, quer o petróleo baixe ou suba. É isso que queremos que acontece aos comboios, ao metro, ao correio, à água? Sim, nem a empresa Aguas de Portugal escapa ao plano de privatizações do PSD! Isto só acontece em 2 países no mundo, porque já se trata de monopólio natural e tem um valor essencial inegociável. Imagine-se o que seria lucrar com a captação de água, pagava-se o que fosse preciso porque não há alternativa. Quando a lógica é o lucro, podemos perguntar quem vai garantir que uma aldeia em Bragança tenha acesso a serviços, se o custo é muito mais elevado? Alguém vai querer saber se há cidadãos que não podem pagar a factura?

E o que dizer da taxa social única? É o imposto que as empresas pagam para assegurar que o acesso à segurança social dos trabalhadores… vamos colocar em causa as reformas futuras, a sustentabilidade do sistema? Para proteger de igual forma grandes empresas altamente lucrativas como a Cimpor e a Jerónimo Martins e as pequenas empresas, retirando o ónus do imposto mais cego e injusto, o IVA? Mas que raio de distribuição de sacrifícios é esta? O IVA pesa mais no bolso dos que têm pouco, porque há bens que não podem deixar de consumir? Mais sacrifícios, quando quem os podia fazer não faz? Os economistas do PSD falam em descidas de 4, 8 a 12 pontos percentuais (cada voz sua sentença, como é hábito). então um país endividado a precisar de receitas, vai abdicar de 3 a 4% do PIB?? Mas isto é racional? Na cabeça dos ultra-liberais é, porque as suas empresas aumentarão os lucros e os parvos dos cidadãos entram com os tais 3 a 4% do PIB, porque afinal não vivem do ar e vão ter que suportar o IVA. Esclarecido? Então vá lá votar nesta lógica dos mesmos do costume... sem esquecer que o PS se comprometeu também na redução da TSU, só não diz em quanto!

sexta-feira, janeiro 21, 2011

Mais Cavaco não!

Em véspera de eleições presidenciais, não posso deixar de justificar o meu redondo não a mais cinco anos de Cavaco Silva. Só um candidato levado ao colo pela comunicação e por elites muito influentes deste país, consegue escapar impune ao escândalo das mais valias com a venda da SLN, a permuta sem escritura da vivenda de luxo na Aldeia da Coelha propriedade da SLN. Tudo isto acompanhado de uma total ausência de explicações. E o que dizer da persistente defesa dos mercados e deste plano de austeridade? E a posição perante o estado social, que se resume à caridadezinha privada? E no conservadorismo demonstrado quando tratou temas como o casamento gay e a mudança de sexo, no completo desrespeito pela liberdade individual? Do caso das escutas, já ninguém se lembra porque foi sacrificado um homem da sua confiança? E o que dizer da conversa mesquinha e machista da reforma de 800 euros da esposa, vindo de alguém que acumula reformas, num país onde há reformas de 200 euros?

Se ainda assim encontra justificação para votar Cavaco Silva, aconselho a leitura dos posts destes excertos:

«Insistiu na mesma lógica de subalternização aos mercados e à Alemanha e França, que nos trouxe ao atoleiro em que estamos. Seria pior? Como se os juros da divida não parassem de subir… Pode dizer que a imprensa é suave e ninguém se indigna... E o que dizer, da insistência em remeter para o site da Presidência? Ele não tem que informar, nem explicar aos eleitores, eles que vão ler e informar-se, não é para isso que servem os debates? Mas para quê esclarecer que as falcatruas do BPN, foram da responsabilidade dos seus protegidos políticos e que graças a isso, Cavaco Silva obteve lucros de 100%? Então um economista, um homem de finanças não acha estranho as margens de lucro que teve, não suspeitou de nenhuma ilegalidade? Atreve-se a comparar as suas poupanças às da generalidade dos portugueses?»


Repito: Votem em quem quiserem, mas no conservador, subserviente, falso moralista que enriqueceu à custa das ilegalidades do BPN, arrogante e defensor da caridadezinha, não!

sexta-feira, dezembro 31, 2010

Conclusões do debate

Espero que com o debate de ontem, as pessoas tenham finalmente percebido quem é Cavaco Silva. Veio ao de cima a agressividade, a arrogância, o falso moralismo, a incapacidade em lidar com a crítica e a de esclarecer qualquer questão. Então, quando confrontado com a questão do estado social, ele responde com instituições privadas de solidariedade social e com a caridadezinha da campanha das sobras dos restaurantes? O Estado social não é isso, nem é de caridade que as pessoas precisam, o que é necessário é que os estados garantam justiça social e igualdade no acesso ao emprego e à riqueza. Será que queremos um Presidente da República que confunde caridedazinha com Estado social? Infelizmente Manuel Alegre, deixou cair esta argumentação e não distinguiu os conceitos.

Insistiu na mesma lógica de subalternização aos mercados e à Alemanha e França, que nos trouxe ao atoleiro em que estamos. Seria pior? Como se os juros da divida não parassem de subir? Pode dizer que a imprensa é suave e ninguém se indigna... E o que dizer, da insistência em remeter para o site da Presidência? Ele não tem que informar, nem explicar aos eleitores, eles que vão ler e informar-se, não é para isso que servem os debates? Mas para quê esclarecer que as falcatruas do BPN, foram da responsabilidade dos seus protegidos políticos e que graças a isso, Cavaco Silva obteve lucros de 100%? Então um economista, um homem de finanças não acha estranho as margens de lucro que teve, não suspeitou de nenhuma ilegalidade? Atreve-se a comparar as suas poupanças às da generalidade dos portugueses?

Mesmo que Alegre não tenha conseguido assinalar estas contradições, o próprio Cavaco silva demonstrou o tipo de pessoa que é e não é certamente o que o país precisa. Votem em quem quiserem, mas no conservador, subserviente, falso moralista que enriqueceu à custa das ilegalidades do BPN, arrogante e defensor da caridadezinha, não!

quinta-feira, junho 03, 2010

O silêncio de Manuel Alegre

Com o PEC aprovado pelo Centrão, com as legitimas alternativas apresentadas pela esquerda recusadas, podíamos esperar que o candidato presidencial dito de esquerda se manifestasse. Mas Manuel Alegre optou pelo silêncio, certamente para não comprometer o apoio que o PS estava prestes a anunciar. Esse silêncio significa comprometer tudo o que tem dito até aqui sobre justiça social e politica de esquerda. Tudo isso pelo apoio de um partido e de um Primeiro-Ministro completamente descredibilizados? De que serve esse apoio, numa altura em que os cidadãos perceberam claramente a injustiça deste plano de austeridade?

Uma candidatura verdadeiramente de esquerda, teria demolido imediatamente este PEC, não tendo feito isso, esta a abrir caminho para uma reeleição de Cavaco Silva. Cavaco Silva que não tendo condenado o PEC, por ser um sacrifício necessário, se foi colocando acima da política de austeridade, descolando-se do governo e demonstrando que já alertava para a crise há muito tempo. Claro que esta mensagem passa, quando não há uma oposição com alternativas que recorde a responsabilidade de Cavaco e do PSD para a situação actual. O que sobra? Um candidato monárquico que diz defender a cidadania? Eu diria que só sobra a desilusão...

segunda-feira, outubro 12, 2009

As peculiaridades do poder local

As autárquicas são uma oportunidade para o país urbano olhar para o país rural. A realidade da grande Lisboa é muito diferente do resto do país e a forma como as pessoas votam também. Todos ficamos muito indignados quando autarcas acusados de corrupção e actos ilícitos, são ainda assim eleitos. E perguntamos onde é que está o sentido ético dos eleitores, que parecem tolerar a corrupção desde que seja em proveito do local em que vivem. Porque é que as pessoas votam nos autarcas que lhes oferecem electrodomésticos e bilhetes para o Toni Carreira? Ou nos presidentes de junta que lhes oferecem excursões ou lhes prometem médicos?

A resposta fácil seria a falta de informação e a baixa escolaridade, mas a situação parece-me mais complexa que isso. As carências das comunidades locais ao nível do emprego, das infra-estruturas conduzem a uma grande dependência e vulnerabilidade em relação aos governantes locais. Quantas pessoas nos meios rurais dependem do emprego que lhe garante o presidente da câmara ou algum dos membros do partido de poder a nível local? Quantas pessoas dependem dos munícipes para obter uma licença de construção? E o que dizer da rede de estradas e saneamento, quando as infra-estruturas são escassas e as alternativas não existem? Esta dependência tem muito a haver com a forma como o poder está organizado e com o escandaloso centralismo das políticas governativas nacionais, que acabam por deixar as populações altamente vulneráveis às políticas locais. Propicia-se uma rede de troca de favores e de caciquismo que beneficia mais quem chega ao poder do que as próprias populações.

As pessoas acabam criar uma resistência à mudança, preferem confiar em quem fez obra, mesmo escassa e de carácter duvidoso do quem chega com novas politicas. É preciso transmitir às populações que é possível um trabalho em prol da comunidade, sem que algumas pessoas beneficiem com isso e sem que se crie um jogo viciado de troca de favores. Por outro lado, o poder central teria que ter um papel de supervisão, para garantir que determinados abusos não se cometam e para que não se criem diferenças abissais de qualidade de vida entre a zona da grande Lisboa e Porto e o resto do país. Realidades de grande pobreza e carência serão sempre favoráveis ao caciquismo.

terça-feira, outubro 06, 2009

Especialista residente em pantufada... eheh



Gato Fedorento esmiúça os sufrágios 5/10/2009

segunda-feira, setembro 28, 2009

No rescaldo das eleições

Ao que parece o CDS ganhou as eleições e o PS teve uma extraordinária vitória. No preciso momento em que Sócrates, perdendo a maioria absoluta e cerca de 500 mil votos, afirma uma vitória extraordinária e frisa extraordinária (para quem julgasse que percebeu mal à primeira), dissemos adeus ao Sócrates candidato do PS com laivos de esquerda, para vermos surgir o primeiro-ministro arrogante que todos conhecemos. Resta saber como fará ele para ver as suas propostas aprovadas. Será que vai ziguezaguear entre esquerda e a direita ao sabor das conveniências, arruinando a pouca coerência política que lhe restava ou assume definitivamente a viragem à direita e coliga-se com o CDS?

Seria grave desprezar a maioria de esquerda no parlamento, mas é conhecida a indiferença de Sócrates pelo conceito. A questão ficará do lado de Paulo Portas, até que ponto e sendo a perspectiva de poder tão aliciante, engole o orgulho e retira as críticas feitas ao PS durante estes quatro ano? Seja como for, acho lamentável que estejamos dependentes dos caprichos de um líder partidário que acha que as soluções para os problemas do país, passam por retirar o rendimento mínimo aos pobres, expulsar os imigrantes e colocar um polícia a cada esquina. Pena é que este discurso do egoísmo e do ódio ao outro, tenha tido tanta adesão por parte de uma classe média tão desfalcada por quatro anos de pseudo-esquerda...

quinta-feira, setembro 24, 2009

Tempo de escolher

Noutras eleições não me tenho pronunciado sobre intenções de voto, até porque quem ler este blog e acompanhar as minhas preocupações, percebe perfeitamente a minha orientação politica. Considero que só uma politica verdadeiramente de esquerda poderá garantir a justiça social e a equidade, que é o problema fundamental da nossa democracia. Não poderá haver crescimento económico sustentável enquanto uma minoria absorver grande parte da riqueza controlando o poder político, condenando a maioria da população a ver os seus direitos fundamentais limitados e as suas aspirações individuais cerceadas. Acredito que existem bens e serviços indispensáveis à sobrevivência que devem estar acessíveis a todos, independentemente do seu poder económico. Estou a falar da saúde, do emprego, da educação, da habitação, da água e dos recursos energéticos. Chamem-me radical, mas é uma questão de justiça e de direitos e garantias fundamentais. Assegurado o básico, cada um pode aspirar e lutar pelo que quiser e então venha o mérito, o individualismo e quaisquer escolhas só limitadas pela lei e pelos legítimos direitos do outro.

Claro que dificilmente algum partido, colocaria tudo isto em prática, até pela dimensão dos abusos e das desigualdades. Mas no mínimo, não se dê ao voto aos dois partidos do centrão que nos governam desde o 25 de Abril e que nos têm retirado sucessivamente estes direitos e garantias. Não é aceitável a situação de precariedade e de pobreza em que a maioria da população vive, que está muitas vezes encoberta pelo apoio de familiares ou de instituições privadas de solidariedade social. E de facto, só à esquerda do PS (como já disse noutros posts, o PS de Sócrates não é esquerda) é que eu encontro algum desejo de combater esta realidade e de mudar alguma coisa.

E porque é que a direita não é a solução? Porque foram soluções de direita que nos deixaram onde estamos hoje. Foram politicas neoliberais que encheram uma minoria de riqueza e de privilégios, reduzindo a questão dos direitos e garantias fundamentais, a algo acessível só a quem puder pagar. Até os cuidados básicos de saúde exigem o pagamento de uma taxa moderadora. Veja-se quantos direitos consegue uma pessoa pagar com uma reforma mensal de 200 euros ou mesmo com o salário mínimo... E por falar em direita, vale a pena analisar o fenómeno CDS que se tem tentado apresentar como alternativa à política actual. Penso que os eleitores não vão deixar de associar o CDS de Paulo Portas às politicas do centrão, mesmo tendo o populismo do senhor tentado dissimular estas relações com o poder. É preciso que se perceba a quem ele pretende tirar regalias, a esses privilegiados que recebem o rendimento social de inserção. A quem tem verdadeiramente regalias desmedidas, não existe nada a retirar.

Por tudo isto, eu concordo com Francisco Louçã, a escolha é entre a maioria absoluta e a esquerda. E é à esquerda que eu tenciono dar o meu voto. Por algum motivo, o BE tem sido atacado pelo PS, PSD e até CDS... será receio que alguma coisa efectivamente mude?

quinta-feira, setembro 17, 2009

Para quem tem dúvidas...

Para quem tem dúvidas que existe corrupção nos grandes partidos que têm cargos de influência, veja-se o vídeo que se segue. É o testemunho de uma militante do PSD, que fala da “compra” de votos e militância a troco de um emprego:




Claro que já existem desmentidos, mas alguém tem duvida que isto acontece? E não só no PSD, mas também no PS? Se calhar as mudanças de dirigentes públicos, assim que mudam os governos é uma mera coincidência... Vale a pena reler o que eu escrevi sobre os partidos aqui.

domingo, setembro 13, 2009

A hipócrita e o propagandista

Sócrates ou Ferreira Leite? Aparentemente uma destas lamentáveis figuras politicas será o próximo Primeiro-Ministro. O debate de ontem só veio demonstrar o ridículo de ambos, a discussão de propostas politicas que efectivamente resolvam a profunda crise económica e social em que o país mergulhou, pura e simplesmente não existiu. É mais do mesmo, são as mesmas políticas que nos deixaram no atoleiro onde estamos actualmente. A muito custo se encontram diferenças e as que poderiam existir estão omissas nos programas eleitorais. Estou a falar da tendência para as privatizações, quer a nível da saúde, quer da segurança social que sempre foi abordada pelo PSD, mas que não consta do seu programa. Sócrates esteve bem ao recordar esse facto, sendo que nada nos garante que as intenções do PS não sejam as mesmas, tendo em conta o que se tem feito para comprometer o SNS, começando pelos hospitais de gestão privada e acabando com o aumento das taxas moderadoras.

Até que ponto podemos acreditar que o PSD não vai avançar com as grandes obras públicas, se isso foi sempre um objectivo do passado? E a asfixia democrática vai acabar com o partido de Alberto João Jardim e com o autoritarismo de Ferreira Leite? As pessoas ainda se devem lembrar da sua postura como ministra... Parece que as diferenças se resumem mesmo a uma questão de estilo.

Manuela Ferreira Leite enterrou-se no passeio pela Madeira para falar de democracia, revelou o seu lado preconceituoso, primeiro eram os ucranianos que beneficiam das obras publicas, agora são os espanhóis com o TGV e o mau gosto de tiradas “Parece aquele que mata o pai e mãe, só para dizer que é órfão”. A comunicação social chama-lhe gaffes, mas não será antes uma demonstração de carácter conservador, fechado e até insensato. Entre a hipocrisia e a propaganda, a arrogância e o preconceito, tudo isto faz Sócrates parecer o menor dos males. É lamentável...

quarta-feira, setembro 09, 2009

Sócrates versus Louçã ou Neoliberalismo versus Economia social

Confesso que estava curiosa em relação a este debate, porque iria ser uma oportunidade de ver desmontada a politica do governo Sócrates, que mergulhou o país numa crise económica agravada por uma total desprotecção social do cidadão. Mas não foi isso que aconteceu, porque numa estratégia bastante eficaz, Sócrates virou o jogo para o programa do bloco, evitando que o debate incidisse sobre os colossais erros da sua governação. Louçã viu-se obrigado a defender o seu programa político, chegando a repetir-se e cometeu o erro de não confrontar as suas propostas com as medidas tomadas por este governo. Não conseguiu passar das referências à Galp, Américo Amorim e ao caso dos contentores de Alcântara. Sem com isto querer dizer que o apelo à transparência e o combate à corrupção não sejam importantes, mas era preciso ter passado para outros pontos fulcrais como a sustentabilidade de um Estado social capaz de financiar a oferta de créditos com baixas taxas de juro às PME, serviços de educação e saúde gratuitos.

Convinha ter destacado o imposto sobre as grandes fortunas, o registo de entradas de capitais em offshores e porque não falar na taxa Tobin (taxar as transacções bolsistas com 1%) e no aumento do IRC pago pela Banca. Quando Sócrates agitou o papão das nacionalizações, era preciso ter explicado como o controlo de sectores estratégicos financia o estado social e garante que todos tenham acesso a bens fundamentais. Foi isso que falhou quando Sócrates confronta Louça com a proposta do BE do fim dos benefícios fiscais para despesas com saúde e educação. Ainda que Louçã, tenha explicado que a gratuitidade desses bens torna os benefícios fiscais desnecessários, haverá sempre quem tenha ficado com dúvidas, até porque o conceito de gratuidade é demasiado estranho aos portugueses.

Ainda assim será tão difícil a escolha entre o neoliberalismo de Sócrates e a economia social de Louçã? Será que as pessoas precisam que lhes expliquem as vantagens da política económica da esquerda moderna ou não sentem já as suas consequências na pele? Não percebem já que as vantagens deste sistema são só para alguns, enquanto vêem o acesso à saúde e ao apoio social cada vez mais limitado? E perante esta percepção de que algo está fundamentalmente errado, as propostas económicas do BE parecem assim tão aterradoras? Não me parece...

sexta-feira, setembro 04, 2009

Não é óbvio?

Com as legislativas à porta, e numa altura em que surgem os primeiros debates entre candidatos, vale a pena pensar um bocadinho nas medidas que era importante ver implementadas. O que precisa urgentemente de mudar, parece-me mais importante do que discutir jogos de influencias sobre o jornal da TVI. É tal a promiscuidade entre o poder político e o poder económico, que qualquer deles já faz da comunicação social uma marioneta. Se o poder não estivesse concentrado nas mãos destes dois grupos e se a sua acção fosse regulamentada, hoje não se falaria tanto do Jornal de Sexta.

O que é que precisa efectivamente de mudar? O poder político beneficia os grandes grupos económicos que por sua vez se vêem obrigados a retribuir o favor e vice versa. Esse ciclo vicioso tem que terminar, sob pena de esmagar todos os direitos dos restantes cidadãos, que vão desde o direito a ter um emprego até à liberdade de informação.

Existindo coragem política é possivel acabar com esse privilégio absurdo, bastam algumas medidazinhas verdadeiramente de esquerda como: taxar as grandes fortunas, aumentar os impostos à banca, nacionalizar o sector energético, controlar a saída de capitais para offshores (só para dar alguns exemplos). Estas medidas não só evitariam a capacidade de lobby de alguns grupos económicos, como trariam maior justiça social. O Estado teria mais dinheiro para pagar a convergência das pensões ao salário mínimo nacional, combater a pobreza, proporcionar mais e melhor saúde e educação. Não se colocaria em causa o financiamento da segurança social.

Não é óbvio?

quinta-feira, agosto 13, 2009

Politiquices

O aproximar de eleições e a organização de listas partidárias acaba por trazer ao de cima todo o tipo de jogadas políticas, que tão má imagem dão da nossa democracia e particularmente da organização dos partidos. Os amigos entram nas listas, mesmo que estejam envolvidos em processos judiciais com fortes evidências de corrupção. Os inimigos, que é como quem diz quem nos criticou e se opôs ao querido líder, são gentilmente afastados. Os que se indignaram porque não podem estar nas autárquicas e nas legislativas, são devidamente recompensados para não levantarem mais ondas. Veja-se como Sónia Sanfona puxa dos seus contactos no poder central para prometer médicos aos munícipes de Alpiarça, já que não pode voltar a ser deputada na assembleia da república... Haja alguma compensação claro está...

O que fica sempre bem é tentar piscar o olho a outros quadrantes políticos, colocando nas listas simpatizantes ou ex-militantes de outros partidos. Manuela Ferreira Leite para piscar o olho à sua direita foi buscar Maria José Nogueira Pinto, que agora ter que proferir parvoíces do género «Nas europeias, voto Rangel, nas legislativas, voto Ferreira Leite e na Câmara de Lisboa, voto António Costa». Suponho que coerência não seja um requisito politicamente relevante.

Melhor fez o PS, para aliciar simpatizantes do Bloco de Esquerda. Pela cultura e pelos direitos das comunidade LGBT, foram recrutados para as suas listas, Inês de Medeiros e Miguel Vale de Almeida. Parece fácil, não é? Nem é preciso ter quatro anos de governação completamente alheios a estas duas questões. Suponho que tudo isto mais não seja que um valente atestado de burrice aos eleitores. Depois surpreendam-se que a abstenção esteja aos níveis conhecidos, que os partidos à esquerda do PS reúnam quase 20% dos votos e que a maioria dos portugueses tenha uma opinião extremamente negativa da classe política. Pudera!

terça-feira, junho 09, 2009

Rescaldo das eleições

Há uns meses atrás ninguém diria que o PS perderia as eleições europeias. Ninguém diria que o PCP e o BE juntos conseguiriam 21% dos votos e que a Manuela Ferreira Leite ganharia fosse o que fosse. Talvez se tenha desvalorizado a percepção que os portugueses têm da responsabilidade directa do partido de governo, no agravamento da crise e das profundas desigualdades sociais em que o país mergulhou. Ninguém parece acreditar que o mal-estar seja só uma coisa da recessão global, excepto o próprio PS, que tem de inventar uma desculpa para a derrota não pesar tanto.

Apesar destas eleições demonstrarem uma tendência de mudança de mentalidade, os eleitores portugueses ainda pensam muito em termos de PS e PSD, e só isso explica a vitória improvável do PSD. Isso e Paulo Rangel, que fez a campanha sem a presença da líder, apostando em passar uma imagem de competência e seriedade acima das “roubalheiras” que apontavam ao PSD. Terá capitalizado votos de protesto com essa estratégia. Se bem que 31,69%, convenhamos, não é mobilização eleitoral para qualquer partido que tenha a mínima noção do que é legitimidade democrática para governar (e isto vale também para os 26,58% do PS).

É de salientar que 21% do eleitorado percebeu que votar no PS, não é votar à esquerda e deslocou-se para o BE e CDU. E se pensarmos como os partidos supostamente de esquerda foram castigados, por essa Europa fora, percebemos o enorme "flop" que foi a ideia da “Esquerda - 3ª via” que foi facilmente percebido pelo eleitorado. Esperar-se-ia que estes partidos tirassem as devidas ilações e repensassem estratégias. Mas é mais fácil, agitar o fantasma da ingovernabilidade, da dispersão dos votos, nos radicalismos medonhos. Mais fácil é engolir sapos e associar-se ao arqui-inimigo, num bloco central, do que encetar uma política de esquerda séria e responsável.

Só nos valores elevados da abstenção, ninguém errou. A abstenção nem mereceu grandes reparos dos dois maiores partidos, mesmo que atinja os 62% ainda acrescida de 4,69% de votos em branco A legitimidade democrática ou a falta dela não se revelou preocupante. Adivinhem o que eu disse eu 2007 e que hoje se repetiu, sem que alguma alteração tenha ocorrido:

quarta-feira, novembro 05, 2008

«Yes, we can!!» Can we, really?

E Obama é mesmo o novo presidente dos EUA! Confesso que depois dos ferozes ataques da campanha republicana que apelidavam Obama de socialista e distribuidor da riqueza, comecei a duvidar da vitória do Democrata. Os americanos têm uma alergia terrível à palavra socialismo, ou melhor tinham... Esta mudança de mentalidade é o que mais salta à vista nesta eleição. A mobilização dos eleitores demonstra uma genuína vontade de mudança. As pessoas perceberam as falhas do regime e exigem que a democracia signifique definitivamente direitos para todos.

A bola agora está do lado de Obama. Vai cumprir o que prometeu? Será tão bom governante como orador? As pessoas precisam de acreditar, sem dúvida. «Yes, we can!!» Can we, really? Pergunto eu... Obama será o heroi ou a fraude desta geração? Eu queria acreditar na mudança e o mundo também, mas são precisas mais que palavras.

Para já, deixem-nos acreditar que podemos...