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quinta-feira, dezembro 24, 2009

Feliz Natal!

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.




Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

Vinicius de Moraes

domingo, fevereiro 15, 2009

Fim-de-semana para mim


Este fim-de-semana adiei um post que tencionava escrever sobre a actualidade. Estive longe da net a apreciar aquelas paisagens que nos são tão familiares, que passamos por elas sem as ver. Sem querer perdemos o hábito de apreciar um edíficio, uma pintura, uma árvore, um sol de primavera... Muitas vezes a realidade que nos pertuba impede-nos de ver as coisas bonitas que estão à nossa volta. E este blog tem sido muito sobre o que incomoda, e muito pouco sobre o que me faz sentir bem.

E bastou percorrer o Largo Camões, entrar na Igreja dos Italianos (quantas vezes passei lá e não me atrevi a entrar e ser deslumbrada...), desci a rua, passei os dedos pelos livros antigos e acabei naquela lojinha a regressar ao passado e à cozinha da minha avó. Umas comprinhas pelo meio, uns risinhos à conta das novas tribos urbanas e dos pregadores de esquina e foi um bonito sábado de primavera.

Antes do fim-de-semana acabar, aproveitei para disfrutar da iniciativa da Gulbenkian. Ao Domingo, as visitas aos museus são gratuitas. Uma tempestade de Turner, um Monet, um Manet, um escultura de Rodin, um pendente de Lalique... ao alcance de um olhar. E depois, é demorar-me naquele jardim magnfíco e ficar a contemplar uma magnólia em flor...