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terça-feira, novembro 29, 2011

Confirma-se o pior...



Já escrevi neste blog um texto que falava numa estratégia de eliminação dos pobres e dos doentes. Quem leu achou exagerado... Recordo as minhas palavras há dois meses atrás:


Nestas alturas queria não ter tido razão. Espero que agora as pessoas percebam porque se devem empenhar em lutar contra estas políticas. Antes que morram mais crianças inocentes...

domingo, junho 27, 2010

A austeridade leva ao desastre

Na sequência da crise económica, não podemos deixar de constatar que só uma corrente de pensamento económico tem eco na comunicação social. Economistas como Joseph Stiglitz, premio Nobel da economia em 2001, que têm chamado a atenção que a “austeridade leva ao desastre”, são sucessivamente ignorados. Segundo este economista, a resposta da Europa à crise deve basear-se na solidariedade e não numa austeridade que vai conduzir a um aumento do desemprego e à depressão económica. Falta coesão entre países ricos e pobres dentro da UE, países como a Alemanha culpam os governos dos países em dificuldades e descartam a responsabilidade dos mercados e da conjuntura económica. Esquecem-se que as baixas taxas de juro da zona euro facilitaram o endividamento destes países.

Com as taxas de desemprego a aumentar, um plano de austeridade, só agrava o problema e em breve gregos, espanhóis e portugueses deverão perguntar se têm interesse em seguir este caminho e tornarem-se mártires da política monetária europeia. Stiglitz recorda o caso da moeda argentina, ligada ao dólar por uma taxa de câmbio fixa, levou ao caos e ao abandono desta ligação. Hoje em dia, a Argentina cresce a uma taxa de 8% ao ano. Pergunto eu, valerá a pena, seguir religiosamente a senhora Merkel?

quinta-feira, maio 13, 2010

Esforço colectivo para quem?

Aí estão elas! As medidas que vão salvar o país! Um esforço colectivo, um sacrifício dividido por todos a pensar na sobrevivência do Euro e da União Europeia. Um esforço que todos devem encarar com alegria, porque não lhes foi retirado o subsídio de Natal. Se calhar até devíamos agradecer a generosidade. O problema é que tudo isto é uma absoluta falsidade. Primeiro não se trata de um esforço colectivo, todos pagam o aumento do IVA, mas os mais pobres e desprotegidos não conseguirão fazer face a esse aumento. O aumento da retenção na fonte no IRS é na mesma percentagem, mas não é igual a necessidade dessa fatia que se corta, a quem ganha o salário mínimo ou a quem ganha 2000 euros. Se as pessoas se derem ao trabalho de fazer as contas, rapidamente vão concluir que estão a perder mais que um salário por ano. Mas a perda de um salário numa só vez, teria um impacto psicológico muito forte, assim as pessoas vão perdendo dinheiro mensalmente de forma menos perceptível. O objectivo é enganar as pessoas, de forma a evitar contestação social. É bom que os cidadãos pensem bem e percebam que estão a ser enganados e se indignem contra a sem vergonha escandalosa que é aumentar o IVA dos bens essenciais. Imaginem o que será para um reforma com 200 euros pagar a sua alimentação com estes aumentos!

Tudo isto é feito contra tudo o que foi prometido e validado em eleições democráticas. O que é que isto diz da democracia? Diz que já estamos a falar de outra coisa, um regime para uma elite e não para a maioria. Sobretudo quando existem medidas alternativas que são rejeitadas, porque afrontam interesses instalados. A banca vai continuar a não pagar o mesmo IRC de qualquer comerciante, as transferências para offshores não são tachadas, os prémios e bónus não foram cancelados, mesmo as mais valias só serão taxadas só pela metade. Também não se toca nas obras públicas e no despesismo público (ajudas de custo, frota automóvel, subsídios de transporte, alojamento etc.). Porque é que não se reduzem salários acima de 2000 euros em 5%, em que vez de se tirar comida aquém não vai suportar o aumento do IVA?

Tudo isto depois da euforia de ontem com os dados do Eurostat que revelavam um crescimento da economia portuguesa, graças ao consumo interno (adivinhem o que vai acontecer ao consumo interno...). Tudo isto quando se estima que a visita do papa custou 78 milhões de euros ao país em 3 dias! E Cavaco Silva ainda diz que devemos pedir ajuda ao Papa para ultrapassar as dificuldades? Teixeira dos Santos diz que os portugueses não são os gregos e não teme contestação social. Retiram-nos parte do rendimento e ainda gozam com a nossa cara? Vamos permitir?

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Tem acções da Cimpor consigo?

Já que o post anterior, falava de gamanço, nada melhor que pegar no tema e seguir a argumentação "coloque-se no lugar do cidadão comum":

Já reparou que se deixar de pagar o seu crédito à habitação, a CGD hipoteca a sua casa? Tente negociar. Vale a pena? Não. E porquê? Porque você não se chama Manuel Fino e não lhe compram acções da Cimpor com um valor 25% acima do preço de mercado. Será que não há igualdade de tratamento no banco do Estado, que devia garantir o bem público? Não! Que surpresa...

Até o Ministro das Finanças admite a existência de outras situações que podem implicar perdas significativas para a CGD e que podem provocar imparidades. E que tal, não lavar as mãos do assunto?

Mas a CGD tem uma explicação para o negócio. Aparentemente a compra das acções, é para obter uma posição dominante na CIMPOR, sendo que 4 grandes empresas já detêm 60% das acções... Talvez arranjem uma explicação mais credível... Enquanto o cidadão comum, aka não o Manuel Fino, fica a aguardar explicações, o dito empresário obteve um lucro de 62 milhões de euros com o negócio!

sábado, março 31, 2007

Mais um motivo de orgulho

«Entre Janeiro de 2003 e Dezembro de 2005 , os gabinetes governamentais movimentaram, em "práticas sistemáticas e anómalas", e muitas vezes "sem a mínima contrapartida", verbas quase quatro vezes superiores ao custo previsto para o novo aeroporto da Ota, que é de 3,1 mil milhões de euros. (...) Segundo uma "auditoria aos gabinetes governamentais" ontem revelada pelo Tribunal de Contas, e que abrangeu os governos de Durão Barroso, Santana Lopes e o primeiro ano do actual governo de José Sócrates, "as despesas [dos gabinetes governamentais] com transferências correntes totalizaram 12,5 mil milhões de euros ". »



É bom saber que os mesmos governos que têm exigido sacrifícios aos portugueses, em nome do défice, são os protagonistas destas notícias. São os mesmos que fazem dos funcionários públicos bodes expiatórios, congelando carreiras e ingressos, que efectuaram centenas de nomeações generosamente remuneradas. Se as nomeações publicadas em Diário da República já são um escândalo, quando o comum dos mortais presta provas e vai a entrevistas antes de ser seleccionado para um lugar. Maior é o escândalo quando ficamos a saber, que a maior parte destas nomeações, nem sequer foram publicadas em Diário da República:


«Uma trapalhada. A primeira auditoria realizada pelo Tribunal de Contas (TC) aos gabinetes ministeriais e dos primeiros-ministros dos últimos três governos revela falta de transparência nos processos de admissão, total discricionaridade na tabela salarial e mesmo situações ilegais.

Entre as críticas apontadas, relativas a uma análise do período entre 2003 e 2005, está “a opacidade do teor e conteúdo de múltiplos despachos de recrutamento de pessoal dos gabinetes (...) e até da sua não publicação no Diário da República”. Por outro lado, o TC constatou também que o número de colaboradores recrutados para apoio aos gabinetes, durante o triénio, “não obedeceu a quaisquer limites” e que a sua selecção “nem sempre” assentou em critérios “claros e objectivos”. No mesmo sentido, lê-se no relatório, “observaram-se as mais díspares remunerações para funções idênticas”.

O Governo de Sócrates é o que sai melhor do retrato, apresentando cerca de 36,5 milhões de euros de despesas com pessoal, bens e serviços, contra 36,7 do Governo de Santana Lopes, e 77 milhões de euros do executivo de Durão Barroso. Mesmo tendo em conta que o período analisado em que Barroso foi primeiro-ministro é cerca do dobro do dos seus sucessores, o estudo indica uma contracção da despesa em 2005. Por outro lado, no entanto, o relatório indicia que o Governo de José Sócrates terá sido aquele que mais admissões permitiu e que mais recorreu a formas pouco transparentes no processo de recrutamento. Numa amostra de 30 gabinetes analisados com mais pormenor, verificaram-se 484 admissões, sendo que, de entre estas, 74 foram de especialistas.»


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Lá por não ser uma surpresa, não deixa de ser lamentável. Exige-se seriedade política!!
Ou pelo menos os portugueses deviam exigir, em vez de clamar por Salazares... talvez fosse melhor ideia!