segunda-feira, julho 31, 2006

Adeus querida amiga


Não acredito que estou a dizer-te a adeus. Parece que foi há tão pouco tempo que nos vieste bater à porta. Alguém te abandonou e foi connosco que quiseste ficar. A casa que quiseste foi a nossa e por isso ficaremos sempre gratos. E se tu foste salva, tantas vezes nos salvaste depois. Quantos sorrisos pintaste no nosso rosto... Tanto carinho da tua parte.
Desculpa não te ter dado mais, desculpa não me ter despedido.
Nunca mais vais estar à minha espera, não te vou ver quando chegar a casa e esse vazio vai ficar sempre comigo.

domingo, julho 30, 2006

Poema interrompido

Hoje preferia que chovesse
Hoje apetecia-me o cheiro a terra molhada
Hoje apetecia-me a erva fresca debaixo de mim
Queria mil sorrisos, não queria o som das bombas
Queria correr naquele campo de girassóis









(…)
E não me apetece continuar esta tentativa de poema
Queria saber escrever poemas, mas não sei….
Aliás nem poemas, nem outra coisa qualquer.
Por isso, eu paro de tentar escrever um poema e de maltratar quem estiver a ler.
O que me apetecia mesmo era não ter lido que mais de
60 civis inocentes foram mortos nos bombardeamentos de Qana.
O que me apetecia mesmo era não ouvir os culpados
dizer hipocritamente que lamentam imenso.
E qualquer tentativa de escrever um poema fica irremediavelmente perdida…

sábado, julho 29, 2006

Prisão

Mas eles dizem que é pior falar
E vão falando para ninguém ouvir
No fim tu sabes onde me encontrar
Traz coisas para destruir

Quantas linhas mais vou ter de ler
Das que escreves para me dizer
quanto medo tens de abrir mão do medo e mergulhar no caos

mas eram culpas e as suas más desculpas
e a quem batemos à porta nesse dia
minha vontade meu amor que bem sabia
diz-me que sonhos tens diz-me o que vês

sou uma prisão de que fujo a que regresso

não vês como é bom dizer eu tentei
quem sabe eu parti quem sabe eu voltei

Mas eles dizem que é pior falar
E vão falando para ninguém ouvir
No fim tu sabes onde me encontrar
Traz coisas para destruir

Sim o que for tem de ser
Sim foi o que eu quis dizer
Pudesse eu querer mais
o que for tem de ser

não faças deixa que aconteça
agarra no momento para que não desapareça

detesto fazê-lo mas eu não resisto
nesse momento eu começo a sentir o alívio do ver

sou uma prisão de que fujo a que regresso

Pluto
Bom Dia

quarta-feira, julho 26, 2006

A crise do Médio Oriente

Cartoon de Martin Rowson
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Entre ataques a viaturas civis com refugiados em corredores humanitários e o bombardeamento da sede dos observadores da ONU, este cartoon faz cada vez mais sentido. O próprio Secretário-Geral da ONU acha que o ataque foi «aparentemente deliberado». De facto, os ataques israelitas estão a assumir sinistros requintes de malvadez. Será que no final do conflito, haverá julgados por crimes de guerra?

terça-feira, julho 25, 2006

Acto de contrição

Pelo que não fiz, perdão!
Pelo tempo que vi, parado,
correr chamando por mim,
pelos enganos que talvez
poupando me empobreceram,
pelas esperanças que não tive
e os sonhos que somente
sonhando julguei viver,
pelos olhares amortalhados
na cinza de sóis que apaguei
com riscos de quem já sabe,
por todos os desvarios
que nem cheguei a conceber,
pelos risos, pelas lágrimas,
pelos beijos e mais coisas,
que sem dó de mim malogrei

— por tudo, vida, perdão!

Adolfo Casais Monteiro

domingo, julho 23, 2006

O amor é lindo!

Blair and Bush Love


As coisas que se descobrem no "youtube"!
Posso fazer uma sujestão, fujam para uma ilha deserta... mas noutro planeta ou melhor ainda, noutra galáxia...

Recadinhos tipo post-it

O blog do Gato Fedorento "ressuscitou", volta a ser uma visita obrigatória... ainda bem que o RAP descobriu que aquilo ainda funciona!!

Descobri uma petição online contra os ataques a vítimas civis no Líbano, todos os pequenos gestos contam, vale a pena ir lá e assinar.

Ide lá... ide, ide!!

sábado, julho 22, 2006

Estamos perante um Blog de gaja?

A semana passada verifiquei que se discutia na blogosfera, se existiam blogs tipicamente de gaja ou tipicamente de gajo. Daí que coloquei a mim própria a questão, as coisas que eu escrevo são de gaja ou não, ou melhor, as parvoíces que aqui têm sido escritas, poderiam ser escritas por um gajo? Há estilos de escrita diferentes de acordo com o sexo do autor? Para responder a esta pergunta, andei a ler uns blogs deles e delas, e fiz umas deduções muito pouco científicas, genéricas e estereotipadas (mas caramba, isto também não é um estudo sociológico…)

Eis as minhas conclusões. Os homens escrevem de uma forma mais directa, mais fria, usam pouco a ironia e usam uma linguagem mais rebuscada (dependendo do quão intelectuais se acham…). Os temas preferidos são a política nacional e internacional, a actualidade e a crítica aos blogs que não são da sua cor política. Já os textos que li de mulheres são mais analíticos, quase sempre têm um toque irónico, a linguagem não é tão rebuscada. Elas preferem falar do quotidiano, do que vêm, do que sentem, raramente resistem a partilhar algo da sua vida pessoal. E usam muitas reticências… (guilty!)

E no meio disto, onde se encaixa o meu blog? De gajo, só tenho o gostar de escrever posts sobre política e actualidade, o que eu disse dos blogs de gaja, aplica-se ao “My hopes and dreams”, tudinho... “Prontos” é um blog de gaja!! E pior, neste momento estou a ouvir o Hold Still II do David Fonseca, o que é claramente de gaja (a ouvir, não a suspirar, o que seria muito mais de gaja…)

Mas atenção, não esperem que eu escreva posts sobre fashion advices, malas, sapatos e afins, más relações, colecções de amostras de perfumes ou cremes, bikini lines (eu nem sabia que isso se coleccionava ou que existiam tipos diferentes de bikini lines). Quando muito, ainda pensei colocar aqui conselhos práticos para eliminar nódoas difíceis, mas acho que espantava logo os meus poucos leitores… (eu já vos disse que o tipo de Kuala Lumpur, nunca mais voltou? O que é que eu fiz, mas que é eu fiz?)

quinta-feira, julho 20, 2006

Ainda a questão do Líbano

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«Israel tem razão em invocar o direito a defender-se. Mas terá o direito de atingir objectivos civis indiscriminados, sob o pretexto de que os islamitas se refugiam deliberadamente entre populações indefesas, sujeitando-as, por isso, aos actos de retaliação? Terá o direito de arrasar as bases de sobrevivência de um país, o Líbano, só porque o frágil Governo de Beirute não tem, manifestamente, capacidade para desarmar o exército do Hezbollah - e as instâncias internacionais nada fizeram, até agora, por isso?
Terá o direito à desproporção dos meios e à escolha arbitrária dos alvos a abater? Esse direito não legitimará a reivindicação de outro direito idêntico por parte do inimigo, desencadeando a engrenagem cega das razões da guerra?
Israel ataca com toda a força o inimigo mais próximo para fazer chegar a sua mensagem ao inimigo mais distante e que maneja na sombra, em Damasco e Teerão. Atacar a Síria seria trazer o Irão para a guerra - e abrir a porta a um apocalipse regional no Médio Oriente que, pela lógica imparável das escaladas, poderia abrasar o mundo. Israel sabe-o e os seus inimigos também. Como aconteceu no passado, a Palestina e o Líbano são, assim, os teatros imediatos e permitidos dessa "guerra proibida", ainda impensável - sobre a qual se projecta um interdito, um "no trespassing"»
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Israeli air strikes killed at least 57 civilians and a Hizbullah fighter on Wednesday, the single deadliest day of the war so far, as thousands of villagers continued to flee. The scale of civilian casualties was described by the UN human rights chief Wednesday as having the potential to result in charges of "war crimes"
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"I am sending my nephews to Faraya. I cannot bare feeling they might be hurt," said Hoda as she waved goodbye to her three nephews. "I am totally confused. Israel is apparently sparing nobody."
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domingo, julho 16, 2006

O peso insuportável da culpa

[We see Michael cleaning the blood from the floor of the hatch. Eko enters.]

EKO
: Hello.

MICHAEL: I didn't hear you come in, man.

EKO: I left my shoes outside. They were muddy.

MICHAEL: Did you find him? Henry?

EKO: No.

MICHAEL: I hear you're a priest.

EKO: Yes.

MICHAEL: I guess you believe in hell, then.

EKO [helping Michael clean the blood]: For a brief time I served in a small parish in England. Every Sunday after Mass, I would see a young boy waiting in the back of the church. And then one day, the boy confessed to me that he had beaten his dog to death with a shovel. He said that the dog had bitten his baby sister on the cheek; and he needed to protect her. And he wanted to know whether he would go to hell for this. I told him that God would understand -- that he would be forgiven, as long as he was sorry. But the boy did not care about forgiveness. He was only afraid that if he did go to hell -- that dog would be there waiting for him.

http://www.lost-tv.com/transcripts/Three_Minutes_Lost.htm

sábado, julho 15, 2006

Mais umas achas para a fogueira do Médio Oriente

Com que então, Israel anda a bombardear o Líbano? Eu acho muito bem, aquilo está pejado de terroristas, o Afeganistão, o Iraque, isso já foi chão que deu uvas… Bem, é melhorar tirar o registo irónico, antes que alguém pense que eu estou a falar a sério...
O Líbano tem sido apontado como um exemplo de um estado islâmico em que a democracia dá os primeiros passos. E, eis que surge a melhor maneira de encorajar o sucesso da democracia nesse país! E como? Encontra-se um pretexto fútil, a comunidade internacional fecha os olhos, os EUA aplaudem, largam-se umas bombas em infra-estruturas e bairros civis. E pronto, estou certa que boa parte dos libaneses, perde a confiança que tinha na democracia. E mais, aposto que o número de simpatizantes do Hezbollah, deve ter disparado…
É o gesto mais brilhante de luta anti-terrorismo que já vi, aliás só comparável ao ataque às famílias palestinianas que picnicavam na praia… e aquela coisa do muro, também uma excelente ideia! Oops, eu tinha dito que tirava o registo irónico… é mais forte que eu, desculpem lá! Mas se querem uma análise crítica e bem fundamentada da realidade (isto é, na minha tendenciosa e modesta opinião) leiam aqui e aqui.

quinta-feira, julho 13, 2006

Atentado literário II

Amanheceu. Não lhe apetecia acordar, ficaria ali, não precisava de dormir, bastava fechar os olhos. Bastava pensar que podia ficar assim sempre, o resto do dia, a noite seguinte, o outro dia, a noite novamente... os olhos fechados, a mente longe. Deitado, imóvel, sozinho, sem dormir, sem acordar.
Um longo bocejo e o querer ficar ali, acordar para quê? Lá fora só o que eu não quero, lá fora só o que me entristece, lá fora só o que dói, lá fora só quem eu não quero ver e o que eu não quero ouvir.
O insuportável ruído das palavras que não deviam sair. As palavras que saem da boca das pessoas que pensam que sabem tudo. Tu sempre detestaste as pessoas que têm todas as respostas, nenhuma das suas respostas te serve. Nunca serviram.
E sem acordar, ficou ali, sem dormir, olhos fechados e a mente já não longe, mas agora vazia.

quarta-feira, julho 12, 2006

Pôr-do-sol

Monet "Soleil Couchant"

terça-feira, julho 11, 2006

"Everything ends"

Tudo tem um fim. Ontem passou o último episódio da série Sete palmos de Terra. O que tem de especial uma série que fala sobre a morte, mas é sobre a vida? Não sei explicar, sei que um argumento original, excelentes actores, uma óptima banda sonora (foi a primeira vez que ouvi Arcade Fire e Radiohead numa série de TV…) nunca me deixaram indiferente. O episódio que mais me marcou passou há 2 semanas, foi o funeral de Nate Fisher, a minha personagem preferida. Cada personagem viveu a dor à sua maneira, com uma intensidade própria… o medo, a rejeição, o desepero, a saudade… E deste lado do écran sentia-se cada gesto, cada lágrima, cada palavra que ficou por dizer.
Não me lembro de uma actuação tão comovente, e verdadeira ao mesmo tempo, por parte de um elenco de uma série de TV. Não é que venha a propósito, mas escusado será dizer que eu chorei baba e ranho... (não digam que é de gaja, porque eu geralmente só choro quando as personagens são animais… O Leonardo di Caprio morreu afogado e eu não verti uma lágrima, isso sim, seria de gaja…)

domingo, julho 09, 2006

Uma petição que vale a pena assinar

Uma vez por mês e durante alguns dias, o Parlamento Europeu transfere-se de Bruxelas para Strasbourg por inteiro, com todos os seus colaboradores e toda a sua documentação.
A única razão para este desperdício de 200 milhões de euros por ano deve-se à vontade da França. Todos os países da União pagam a conta! Nós também...
Presentemente, um determinado numero de membros do Parlamento Europeu, pertencentes a diferentes partidos e países, iniciaram uma acção que visa acabar com este desperdício ridículo.
Mas é necessário recolher recolher um milhão de assinaturas para que este assunto possa ser inserido na agenda da Comissão Europeia.
Já se recolheram mais de 700 000 assinaturas, mas é preciso um milhão. Visite o site http://www.europafederalisterna.se/oneseat/?view=sign?=pt e assine para se poder acabar com este abuso.

sábado, julho 08, 2006

A Song To Say Goodbye





Placebo
Meds, 2006

quarta-feira, julho 05, 2006

Atentado literário I

Sozinho no escuro, entre a vida e o sonho, entre aquilo que faz e aquilo que sempre quis fazer, olha em redor... O candeeiro apagado, a luz ténue da janela, o sorriso dela algures lá fora, o sentimento de já não poder voltar atrás. Melhor seria apagar tudo, melhor seria começar do zero, para partir do nada e fazer o mesmo tudo de novo. As mesmas dúvidas, os mesmos erros, os mesmos medos... Viriam as mesmas pessoas? Ela e o seu sorriso ridículo algures lá fora? Viria o escuro? Voltaria a estar na mesma cama, a olhar em redor, a sentir tudo o que não fez?

Não, não, recusa-se a acreditar que faria tudo de novo. Seria outra pessoa, riria sempre como tolo, nunca fixaria um sorriso, não lhe ia dizer nada. As pessoas seriam outras, o caminho seria sempre o que ele escolheu, sem arrependimentos, sem dúvidas, sem medos. O escuro nunca viria, nem o sorriso dela algures lá fora, nunca estaria entre a vida e o sonho. E não, nunca iria pedir para voltar atrás e começar tudo de novo, nunca olharia em redor...
(Pois, isto é mesmo meu... Se a Margarida Rebelo Pinto pode, eu também posso... LOL)

segunda-feira, julho 03, 2006

"Vision Of Division"

Sing me a song, you can be
Tell me a tale, just like me
Don't turn it my way, Happy and free
I'll turn it to shit, Happy and free

Oh ooh

All that I do is wait for you
All that I do is wait for you
I can't get along with all your friends
Don't know how to act
That's all there is
Why do I accept the things you say?
You know what to change
But not in what way

How long must I wait?
How long must I wait?
How long must I wait?
How long must I wait?
How long must I wait?

I am not you, we could have
I'm almost through, great success
It's about time, such a success
That you came through, at no expense

Oh ooh

All that I do is wait for you
All that I do is wait for you
I can't get away from all your friends
I'm not coming back
That's all there is
Why do I accept the things you say?
You know what to change
But not in what way

How long must I wait?
How long must I wait?
How long must I wait?
How long must I wait?
How long must I wait?

The Strokes
First Impressions of Earth

sábado, julho 01, 2006

Há quem lhe chame a febre do futebol

Cartoon de Jan Darasz