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terça-feira, maio 11, 2010

"Pão e Circo" ou será "Papa e Bola"?


O retrato do país nos últimos dias, entre fanatismo futebolístico e fanatismo religioso, revela a incapacidade de todo um povo pensar criticamente. A felicidade surge associada a símbolos, que nenhum efeito prático têm no seu bem-estar, nas suas condições de vida e de trabalho. No entanto, as pessoas são levadas a pensar que um evento que lhes é exterior, tem efectivamente alguma consequência nas suas vidas e sentem-se obrigadas a sentir alegria e a celebrar algo inconsequente. Não percebem que se tratam de manobras de diversão de massas, para que não se apercebam dos direitos que lhes estão a ser retirados e da difícil tarefa de sobrevivência económica que vão enfrentar nos próximos tempos. É uma jogada eficaz de anestesia colectiva, para evitar manifestações de descontentamento ou revolta.

Não é por acaso que o Primeiro-Ministro e o líder da oposição se reúnem hoje, para em breve anunciar a subida do IVA e eventualmente cortes ou mesmo a suspensão do 13º mês, persistindo na exigência de sacrifícios aos mesmos de sempre. Aposto até que o sermão que o Papa irá proferir daqui a pouco, visará a resignação e o espírito de sacrifício dos portugueses, perante a crise (as lições de moral e ética familiar de imposição de estilos de vida lá estarão também). Os mesmos de sempre que se vão calando e vão aceitando, que só saem aos milhares para aclamar um clube de futebol ou um líder religioso, que por eles e pelo seu futuro, fazem rigorosamente nada. Mas pelos seus direitos ou pelos direitos dos seus filhos, que estão seriamente comprometidos não levantam a voz, não criticam, nem se mobilizam. Enquanto existir “pão e circo”, ninguém dirá basta. Será preciso chegar ao ponto, em que o “pão” desaparece da equação, para o povo perceber que não há clube ou religião que garantam os seus direitos e a sua sobrevivência?

quarta-feira, outubro 21, 2009

Saramago: Religião e espírito crítico

Não que eu goste de temas demasiado batidos e debatidos, mas toda a polémica gerada em torno das declarações de Saramago merece-me um comentário obvio. Ainda não somos capazes de conviver com opiniões radicalmente opostas aquilo que nos é vendido como socialmente aceite ou verdade absoluta. As críticas do autor à religião, à Católica em particular, mas não só, são conhecidas desde “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”. Está no seu direito de não gostar das historietas da Bíblia, são cruéis e desumanas, muitas serão, outras não merecerão esses adjectivos. Seja como for, já era tempo dos Católicos viverem com a diferença e aceitarem que nem toda a gente tem que idolatrar livros sagrados como verdades absolutas. Mas o que seria de esperar de pessoas que acreditam piamente que um Deus que pede à Abraão o sacrifício do seu próprio filho, é misericordioso e omni-tudo? Não me espanta que quem ache o infanticídio aceitável desde que seja uma demonstração de fé e que nunca tenha analisado criticamente todo este tipo episódios bíblicos, venha dizer que a cidadania portuguesa deve ser retirada ao escritor. Concorde-se ou não com as opiniões de Saramago, só tenho a dizer que seriamos certamente um povo melhor, se todos tivéssemos o espírito crítico deste senhor. E só mais uma observação, as reacções às declarações do Saramago só vêem demonstrar como a religião e tudo o que dito e feito em seu nome, gera intolerância, ódio e radicalismo. Se contassem os crimes feitos em nome de Deus, deixavam o Saramago em paz...

terça-feira, maio 19, 2009

Do Cristo Rei à Crise

Ainda anestesiados pela visita da Nossa Senhora de Fátima ao Cristo-Rei, os portugueses não devem ter reparado na queixa do sindicato dos técnicos de emprego, que denuncia o misterioso desaparecimento de 15 mil desempregados das listas do IEFP. Vale tudo para camuflar a dura realidade do desemprego. Já não basta as pessoas que frequentam cursos de formação ou que estão em programas ocupacionais não contarem para a estatística. Isto para já não falar dos trabalhadores independentes sem emprego, os não inscritos, os que já terminaram o período de subsídio, também eles fora dos números do IEFP.

Outra coisa que os portugueses não terão ouvido, é que a EDP os lesou com cobranças indevidas, baseadas em consumos estimados que os clientes de facto não concretizavam. Assim será mais fácil explicar os espantosos lucros da EDP. Da GALP já nem se fala, porque até os mais distraídos já perceberam como estão a ser prejudicados. Basta olhar para os novos painéis indicativos dos preços da gasolina ao longo das auto-estradas, para perceber que os preços são estranhamente iguais, mas atenção que não existe cartelização no mercado...

E já me esquecia de referir, que o número de trabalhadores precários a recibo verde aumentou 53% desde o início da legislatura socialista. Só pode ser motivo de orgulho, não é marca para qualquer governo socialista conseguir atingir.

O bom disto tudo é que o Cristo-Rei e a Nossa Senhora ouviram as preces dos milhares de portugueses e vão dar um jeitinho nisto tudo...

domingo, maio 17, 2009

Laicismo, não na televisão pública

No fim-de-semana em que a Televisão Pública dá uma extensa cobertura a um evento religioso, decepando de uma assentada o conceito de laicismo e de de pluralismo, parece-me boa ideia postar este discurso de Obama. Não porque seja original a explicação da necessidade do Estado ser laico (embora pareça que muitos de esqueçam...), mas porque os presidentes dos EUA têm sucessivamente esquecido este "pormenor".



E nós seremos mesmo um país de cristãos?

sábado, fevereiro 07, 2009

Talking to myself...

Estou a começar um post e a dizer a mim mesma, não vais voltar a escrever sobre a crise económica internacional. Já te repetes, pára lá! Mas a Corticeira Amorim avançou com um despedimento preventivo! E a fortuna do Sr. Américo Amorim pagava 4 mil anos de salários a esses trabalhadores... como queres que não fale da crise? Porque desde 2006 que tens vindo a barafustar contra a economia-casino, remember? Pois... ia repetir isso. Ok... talvez por hoje, possa criticar um bocadinho o Vaticano, para variar...

Já não bastava a constante ingerência na vida privada dos cidadãos, católicos e não católicos, pressionando os Estados a não permitir o casamento homossexual e a eutanásia, agora reabilitam-se bispos que negam a existência do Holocausto. Talvez em vez de olhar tanto para os cidadãos, o Vaticano devesse olhar-se ao espelho...

Vês, que despachei isto num parágrafo? E a crise? E os 600 mil postos de trabalho que se perderam nos EUA, só no mês de Janeiro? Do Vaticano não se esperava outra coisa... E que tal falar da forma como o caso Freeport, serve para desviar a atenção da total inépcia do Governo em combater a crise? Isso era bem, mas também se diz numa frase... A seguir vais querer falar da forma como um sistema bancário público, em que predominasse uma política socialista era a solução para a crise? Sim, isso era um bom tema... o fim das comissões por transferências entre bancos e a renegociação dos empréstimos à habitação com spreads mínimos! Queres que te acusem novamente de seguir a agenda do BE? Não! Então ficamos por aqui...

quinta-feira, setembro 11, 2008

Despachem-se que eu quero saber...

Uma experiência para descobrir o segredo da origem do universo... isto impressiona mesmo. Eu por mim, gostava imenso de saber. Espero que divulgem as conclusões da experiência rapidamente... e já agora que nenhum criaccionista vá sabotar o processo!

Felizmente a Senhora Palin anda muito ocupada com a campanha presidencial... Mas de qualquer forma, eu no lugar do CERN, mantinha a segurança apertada...

domingo, agosto 10, 2008

Não estamos em Maio, mas estamos em Agosto...



In "Contemporâneos"

quinta-feira, julho 03, 2008

"You ate the Lord, our savior"


Larry David
in
"Curb your enthusiasm"

sábado, dezembro 08, 2007

O maravilhoso mundo dos Membros da Opus Dei


O que leva um grupo de pessoas a praticarem mortificações e disciplinas diariamente? Porque usam um cilício, praticam o celibato, chicoteiam-se semanalmente, tomam duches frios ou dormem em tábuas de madeira (no caso das mulheres)? Porque abdicam das idas ao cinema, ao teatro, ao futebol, aos concertos e dos livros do Saramago, do Jorge Amado e do Eça de Queirós (Marx e Engels nem se fala...)? E ainda têm que ouvir os sermões dos orientadores espirituais, que lhes chamam a atenção quando andam sozinhos de carro com uma mulher, que até é a própria irmã ou quando choram porque um recém nascido filho de um casal amigo, morreu subitamente na sua casa, porque isso é sinal de fraqueza. Porque não esquecem a Opus Dei no seu testamento?


A revista Sábado tem um artigo em que expõe todos estes rituais e hábitos e tem alguns testemunhos de membros e ex-membros, mas nada no artigo responde às minhas questões. Quais são as motivações de quem adere à Opus Dei? Será a fé, o medo da condenação divina? Ou será uma questão mais materialista? Um dos entrevistados refere que quando abandonou a Opus Dei, as principais dificuldades que enfrentou foram «a falta de meios financeiros quando já não há laços com a instituição e o facto do trabalho estar ligado ao Opus Dei».


O artigo não explica as motivações dos que aderem à Opus Dei, pergunto-me porquê. Porque não se fala da influência da Opus Dei na sociedade e na política portuguesa e nas ligações ao poder económico? Espantosas ascensões na carreira, jogos de influência compensam andar de cilício na perna e um ou outro chicoteamento... Nesta perspectiva as taradices dos fanáticos, já parecem menos psicóticas... afinal não estamos nós numa sociedade materialista que privilegia quem tem poder e influência? Não me falem de fé e de espiritualidade, quando a Opus Dei pede aos seus membros uma referência no seu testamento.


Nota: Mais informações e testemunhos sobre a Opus Dei, neste site: http://www.opuslibros.org/


sábado, novembro 24, 2007

Palavras muito cristãs


«Se o Papa permitisse isso [permitir às mulheres assumir funções eclesiásticas] haveria conflitos, rupturas e solavancos na sociedade.»

D. José Policarpo (via Visão de 22 de Novembro)



E nós não queremos uma coisa dessas, pois não? Solavancos ainda podem provocar mudanças de mentalidades e isso até faz alergia à Igreja Católica. Bem se vê porque é que toda a polémica em torno da figura de Maria Madalena, tem sido tão mal digerida... Mas o Papa que não se preocupe, porque as mulheres católicas parecem não se importar muito com o facto de estarem afastadas das funções eclesiásticas.



«As classes sociais são um fenómeno tão natural como o sono, a família ou a chuva»


João César das Neves (via Visão de 22 de Novembro)



Ora lá está, aceitar as desigualdades com naturalidade. É impressão minha ou isso não é muito coerente com o “todos são filhos de Deus, à sua imagem e semelhança”? Se calhar percebi mal... o mérito deve ter sido distribuído por Deus de uma forma desigual pela humanidade, uns são mais omnipotentes que outros...


terça-feira, setembro 25, 2007

"A Invisibilidade de Deus"

dizem que em sua boca se realiza a flor


outros afirmam:

a sua invisibilidade é aparente

mas nunca toquei deus nesta escama de peixe

onde podemos compreender todos os oceanos

nunca tive a visão de sua bondosa mão



o certo

é que por vezes morremos magros até ao osso

sem amparo e sem deus

apenas um rosto muito belo surge etéreo

na vasta insónia que nos isolou do mundo

e sorri

dizendo que nos amou algumas vezes

mas não é o rosto de deus

nem o teu nem aquele outro

que durante anos permaneceu ausente

e o tempo revelou não ser o meu



Al-Berto
O Medo

terça-feira, junho 26, 2007

O arrebatamento da Igreja de Deus

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Estou indignada. O Apocalipse está aí à porta e ninguém me avisou. Eu não fui contemplada com um magnifico email que inclui um CD, a explicar como tudo se vai passar. O Nuno Markl recebeu e eu não. Mas pronto, eu já sei, que desde o infeliz episódio do “isto não é para desperdiçar!”, eu fui automaticamente excluída de qualquer campanha de propaganda religiosa e não há seita nenhuma disposta a mostrar-me o caminho do Senhor. Tenho pena. Valeu-me a boa vontade e genuína preocupação do Sr. Markl, que partilhou com os seus ouvintes o drama do apocalipse. Podem ouvir aqui, a sério que vale a pena...

Pois é, meus caros, as pessoas boas vão ser arrebatadas da terra e só ficam as ruins. Acham que as pessoas que escrevem posts sarcásticos sobre dogmas religiosos, seitas e sobre a própria ICAR, se enquadram neste segundo grupo? Suponho que sim. Portanto, vou ter que me acautelar como os “temporais apocaliptes” que varrerão a terra. Tudo isto, porque ao contrário de “Abrão Lincone”, eu não penso que a bíblia foi a melhor oferenda de Deus, ao mundo dos homens…

Depois, será ver as pessoas boas a serem arrebatadas pelos ares, e os carros, aviões e comboios sem condutores a provocarem acidentes, e os hospitais sem cirurgiões... E ainda, vai haver um governo do Anti-Cristo a tentar convencer-nos que essas pessoas foram sugadas por “ufos”… É um caos por demais extenso para ser descrito, ainda que o CD constitua uma excelente tentativa.


E o que acontece às pessoas ruins, que não valem um “sugamento” pelos ares? Ou são degoladas pelo Anti-Cristo, o que é capaz de aleijar… ou fogem para as cavernas, como outros fugitivos, igualmente ruins. Eu por mim, vou começar a ver cavernas. Talvez encontre alguma mais em conta, antes que os preços das grutas disparem no mercado imobiliário.


Considerem-se avisados: Fujam para as cavernas e não confiem em ninguém…

sexta-feira, janeiro 19, 2007

How low can you go?


Não há limites para a prepotência da Igreja na campanha pelo não ao referendo à despenalização da interrupção voluntária da gravidez. Primeiro foi o Papa a dizer que aborto e terrorismo são a mesma coisa. Depois vem o Bispo de Braga comparar a IVG à execução de Saddam Hussein.




A mesma Igreja Católica que deu a extrema-unção a um ditador sanguinário responsável pelo assassinato de milhares de pessoas, aplica a pena de excomunhão aos Católicos que votem sim? Que Igreja é esta? Não é certamente a Igreja Daquele que um dia afirmou: «Quem estiver sem pecado, atire a primeira pedra», onde está o Perdão, a misericórdia e a infinita bondade?


E pior, é que os católicos continuam pelo silêncio a pactuar com este tipo de discurso, mesmo quando baixinho dizem que na verdade não concordam… Não era tempo de se insurgirem contra este tipo de actuação e exigirem mais tolerância, mais respeito pela liberdade de expressão e menos hipocrisia?