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segunda-feira, novembro 14, 2011
Nos últimos anos, temos verificado que a democracia já não faz jus ao nome,
“poder do povo” é coisa de outros tempos. O que tem acontecido é que os
políticos têm vendido a ideologia e os próprios programas políticos ao poder económico.
Anos e anos de políticas contra os cidadãos e para favorecer uma elite económica,
não poderiam ficar sem consequência. A elite acumulou poder ao ponto de já não
precisar dos políticos, o poder económico tomou a democracia. Os cidadãos,
afectados por uma eficaz campanha de desinformação (protagonizada pela cúmplice
comunicação social) durante algum tempo apanharam as migalhas que sobraram e
portanto calaram e consentiram. Agora tudo se faz às claras, já não são
necessários referendos, nem eleições. Veja-se o caso da Grécia, Papandreou foi
forçado a recuar na ideia de fazer um referendo e posteriormente obrigado a
demitir-se, foi substituído por um economista em quem os mercados confiam. Veja-se
a Itália, Berlusconi é forçado à demissão e é substituído por um tecnocrata, e
aqui a palavra é dita às claras, o povo nem é chamado a escolher o seu
governante. É curioso que nem casos de corrupção escandalosos, utilização da
imunidade politica como fuga à justiça, abuso de poder, escândalos sexuais
inclusivamente com menores, discursos racistas, sexistas e altamente
discriminatórios (e outras condutas altamente anti-democráticos) fizeram cair
Berlusconi, mas bastou a necessidade de agradar aos mercados para o afastar.
Em
Espanha e no nosso país, foi a interferência dos mercados e a dureza dos
pacotes de austeridade que levou à queda dos governos de Zapatero e Sócrates. Assim
se explica que o governo de Passos Coelho, tenha o seu tecnocrata, Vítor
Gaspar, ao serviço dos mercados e da ideologia que os sustenta. Por isso temos
um orçamento de Estado criminoso, de uma insensibilidade social atroz que para
além de atirar milhares de pessoas para a miséria, elimina o Estado social e os
serviços públicos como os conhecemos. Mais grave que isso, compromete qualquer
possibilidade de recuperação no futuro, porque arruína qualquer hipótese de
crescimento económico e dá de bandeja os poucos meios de controlo da economia
de que o Estado ainda dispõe. Conclui o processo de venda da democracia que
temos vindo a assistir. Acabou o tempo dos políticos e iniciou-se a era dos
tecnocratas. A alta finança ditará a lei daqui em diante, sobreviverá o cidadão
que tenha muito dinheiro para comprar os bens e serviços essenciais, os
restantes serão subjugados a troco de um prato de comida. Exagero? Antes fosse…
a única esperança que resta, é que os cidadãos tomem consciência do que está a
acontecer e resgatem a democracia, devolvendo-a à pureza dos seus princípios,
elegendo representantes que a alta finança não consiga comprar. Será um
processo duro, senão mesmo impossível e julgo que não será iniciado enquanto os
cidadãos se contentarem com as míseras migalhas que o poder económico deixa. O
que me faz pensar que algo poderá mudar, é que depois deste orçamento, não
haverá migalhas para ninguém…
domingo, junho 19, 2011
Então essa coisa do Estado garantir direitos sociais está obsoleta?
Enquanto gregos e espanhóis, já perceberam as implicações das medidas de austeridade e de uma dívida incomportável. Os portugueses acham que resolveram os seus problemas porque têm um novo governo. É olhar para o novo governo para perceber, como tudo vai melhorar. Vamos deixar de ter um ministério do trabalho para o subordinar completamente à economia, o que demonstra a importância dada aos direitos dos trabalhadores. Vamos ter um administrador de seguros privados de saúde como ministro da saúde, será assim mais fácil privatizar o desmantelar o SNS. A cultura nem ministro tem... é preciso dizer mais?

Então é assim, o conceito de serviço público e o papel do estado na resolução dos problemas sociais são preconceitos ideológicos que se tornaram obsoletos. Os pobres e os desempregados que se virem para as misericórdias, porque o Estado não tem nada a ver com isso. O dever do Estado não é proteger os cidadãos e dar-lhes as condições mínimas para uma vida digna, o dever do Estado é pagar milhões de euros a agiotas que representam um sistema financeiro imoral, para pagar uma divida contraída para financiar negócios ruinosos, planeados por políticos incompetentes e corruptos. O mesmo homem que chefiou governos que nos trouxeram esta dívida, tem agora a falta de vergonha de entregar o povo desprotegido e afectado pelas suas decisões incompetentes, à caridadezinha privada. Será que a caridadezinha privada vai criar emprego, vai oferecer cuidados de saúde acessíveis a quem não os pode pagar? Não, os pobres devem ficar satisfeitos que lhes matem a fome. Claríssimo!
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Descritores: Direitos, Exclusão Social, Pobreza, Portugal
segunda-feira, novembro 09, 2009
20 anos depois, outros muros

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Descritores: Direitos humanos, Exclusão Social, Política Internacional
terça-feira, outubro 27, 2009
Até que ponto?

Este inquérito da DECO comprova o estado de emergência social existente no nosso país, que já tenho referido em posts anteriores. Estamos a falar de pessoas que trabalharam toda uma vida e ainda assim não consegue ganhar o suficiente para a sua própria alimentação. Estas pessoas vivem no mesmo país em que «o número de pensões milionárias, acima dos cinco mil euros, subiu quase 31% desde 2006». Vivem no país em que algumas cabeças iluminadas vêm falar de congelamento de salários, porque há perigo de deflação... Pelos vistos seria preciso uma deflação para 40 mil pessoas não passarem fomes, porque nem com preços baixos conseguem pagar a sua alimentação... Vivem no país em que as mais valias adquiridas em bolsa não são taxadas e um punhado de grandes empresas e instituições bancárias obtêm lucros milionários.
Até que ponto teremos de descer, para que definitivamente se perceba que alguns terão de perder privilégios para outros não passarem fome?
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Descritores: Desigualdade, Exclusão Social, Pobreza, Sociedade
quarta-feira, agosto 05, 2009
Dentistas a mais?? Onde?
Sinceramente faz-me confusão, como é que num país onde milhares de pessoas, estão excluídas de cuidados de saúde dentária, o bastonário da Ordem dos Dentistas exije a redução de vagas nos cursos para estes profissionais. Existem dentistas a trabalhar fora do país, porque o sistema nacional de saúde não contempla esta especialidade, o que não significa que existam profissionais a mais. Esta grave lacuna no sistema nacional de saúde constitui um grave problema de injustiça social. Quem pode pagar tem acesso a cuidados de saúde dentária, quem não essa possibilidade financeira, não tem acesso aos serviços do dentista. Essa seria a realidade a combater, aí é que reside a questão fulcral e não no nº de vagas disponíveis.
O que também me deixa confusa, é a razão pela qual o desemprego dos dentistas não suscita um apelo firme do Bastonário à integração destes profissionais no Sistema Nacional de Saúde, pressionando o poder político para a resolução do problema do desemprego e das pessoas que não podem pagar cuidados de saúde dentária no privado. Não queria pensar que a razão, está na concorrência que o publico faria ao privado, que certamente obrigaria os dentistas a baixar as suas exorbitantes tabelas de preços…
Em tempo de pré-campanha para as legislativas, era bom verificar o que dizem os partidos do Sistema Nacional de Saúde. Quem se atreve a dizer que a universalidade dos cuidados de saúde, independentemente da sua condição socio-económica, não é um imperativo ético e moral?
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Descritores: Exclusão Social, Portugal, Saúde, Sociedade
quarta-feira, maio 13, 2009
Violência urbana... again
Fala-se em policiamento de proximidade, sem que seja implementado. Parece-me indiscutível que uma figura de autoridade, conhecedora da realidade local, das pessoas e dos seus problemas concretos poderá conquistar o respeito da comunidade, tornando-se a imagem da protecção e ordem e não o inimigo. Por outro lado, fala-se de planeamento urbano e integração, mas os bairros sociais continuam verdadeiros guetos e não sofrem qualquer remodelação.
Existem ainda outras infra-estruturas de apoio social que seriam úteis e das quais pouco se fala. Um centro cívico que ofereça à comunidade actividades culturais e desportivas, apoio social, orientação profissional, que se transforme num alicerce comunitário, que suscite sentimentos de pertença e de confiança nas instituições. Porque é que não existe a figura de um tutor social ou mediador, que ajude cada família a estruturar a sua situação socioeconómica e a própria vida familiar, que identifique problemas e em articulação com outras entidades, ajude a encontrar soluções? Em vez de formarmos psicólogos e sociólogos para call-centers, bem podíamos integra-los num projecto deste tipo.
Estas medidas implementadas de forma consistente, por equipas multidisciplinares articuladas com instituições sociais, centros de emprego e de formação e agentes de segurança, certamente trariam resultados a longo prazo. Não será certamente uma tarefa fácil, mas a inacção que até aqui temos visto, não é de certeza a solução. E termino a denunciar a minha própria utopia, pelo simples facto dos governos nunca pensarem no longo prazo, mas somente em custos económicos. Projectos como os que acabei de descrever, caros e sem lucro imediato, são rapidamente afastados e por isso, iremos continuar a ouvir falar de violência urbana durante muitos anos...
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Descritores: Desigualdade, Exclusão Social, Sociedade
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