segunda-feira, setembro 29, 2008
sexta-feira, setembro 26, 2008
"I love the sound of you walking away..."
Ao que parece o senador McCain também tem alguns escândalos financeiros no currículo. Na década de 80, pediu ao Senado que não investigasse o Lincoln Savings and Loan (curiosamente um chorudo contribuinte na sua campanha), que acabou por falir arrastando várias empresas para a bancarrota, com perdas superiores a 100 mil milhões de dólares.
Perante isto, o melhor mesmo é não falar de economia. A não ser que o senhor que fez o exorcismo à senadora Parvin, digo Palin, ainda esteja disponível e exorcize os demónios da economia e do mercado livre...
Notas: O título do post é de uma música chamada "Walk away" dos Franz Ferdinand, album "You could have it so much better" e a fonte da noticia sobre o Lincoln Savings and Loan, é o jornal Metro de hoje.
Adenda: À última hora McCain decidiu comparecer no debate, mas o post já está escrito e não me parece bem apagá-lo... Vamos ver se devia mesmo ter fugido ou não... Terá ido mesmo ao exorcista? Humm...
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quarta-feira, setembro 24, 2008
Um Homem na multidão: para V.A.
Só eu tinha parado, mas inutilmente. O homem não me olhava. Quis fazer alguma coisa, mas não sabia o quê. Era como se a sua solidão estivesse para além de todos os meus gestos, como se ela o envolvesse e o separasse de mim e fosse tarde de mais para qualquer palavra e já nada tivesse remédio. Era como se eu tivesse as mãos atadas.
‘O Homem’, em ‘Contos Exemplares’ de Sophia de Mello Breyner Andresen
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Descritores: Angústia existencial, Literatura, Solidão
segunda-feira, setembro 22, 2008
Um projectozinho chamado Edvige
E como se isso não fosse já de si incrível, o Sistema pode ser consultado por entidades públicas, e não só, que queiram verificar se um determinado individuo cumpre os requisitos para um determinado serviço ou missão daquela entidade. Isto é uma intervenção numa manifestação ou uma pintura mural aos 13 anos, podem comprometer o futuro profissional da pessoa em causa. Podem ler em pormenor os objectivos do programa, neste blog, que é também a fonte dessa belíssima imagem.
Espantosa ousadia, não? Até a ONU veio criticar o projecto. Felizmente e ao contrário de outros povos mediterrânicos, comodistas e pouco esclarecidos, os franceses mobilizaram-se contra o Edvige e reuniram 140 mil assinaturas em poucos dias através da Internet. Essa mobilização obrigou o executivo de Sarkozy a rever o projecto. Resta saber o que vai permanecer e se os franceses permitem...
E só mais uma observação, e que tal a atenção dada pelos nossos Média a este assunto? Será por acaso? E se seguiram o link para o blog, repararam que o post data de 18 de Julho e que já lamentava o menosprezo da comunicação social francesa pelo tema... Também é por acaso?
Faltam as cenas dos próximos capítulos...
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Descritores: Democracia, Direitos humanos, Liberdade, Sociedade
sábado, setembro 20, 2008
quinta-feira, setembro 18, 2008
Do alto do seu pedestal....
O elitismo na sociedade portuguesa e em particular nesta classe profissional, nunca deixa de me espantar. Não sabe o ilustre juiz quanto é o salário mínimo nacional ou quantos milhares de portugueses auferem reformas de 200 euros... Pela lógica, serão "chulos" em part-time?
Já não bastava a completa impunidade profissional, legalmente os juízes não podem ser responsabilizados pelas decisões tomadas, ainda existe um total desconhecimento da realidade social. Insensibilade, alheamento e arrogância... Está bem entregue a justiça portuguesa!
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terça-feira, setembro 16, 2008
Uma política financeira afinal pouco perfeita...
Não me quero alongar muito sobre as origens desta crise financeira, porque já falei disso aqui. O que eu retiro desta situação, é a falência de um modelo económico assente na exploração de muitos para que alguns retirem altos dividendos. Os sectores financeiros que agoram se encontram em dificuldades, enriqueceram à custa da necessidade de crédito por parte das populações, cujos rendimentos não lhes permitem suportar os encargos básicos, nomeadamente a habitação. Ora com salários a estaganar, recessão e desemprego numa sociedade cada vez mais desigualitária as pessoas deixam de ser capazes de pagar os seus empréstimos.
Aparentemente tanto pior para elas, devem ter pensado os génios da alta finança, sem se aperceberem que também seriam afectados pela pobreza e os problemas sociais dos mais pobres e da própria classe média. É impressão minha ou todos estariam bem mais felizes se as populações tivessem rendimentos suficientes para fazer aos seus encargos?
Não posso deixar de recordar o melhor artigo que li sobre este assunto e que comentei há uns meses aqui no blog. Chamava-se "NINJA - no income, no jobs, no assets" e tinha esta frase pungente:
«De facto, o crédito fácil tornou-se o substituto dos salários decentes na América. Já houve tempos em que se trabalhava pelo dinheiro, agora era suposto pagar-se por ele. Já foi suposto ganhar-se o suficiente para se poder comprar uma casa com as poupanças. Agora nunca se ganhará assim tanto, mas como diziam os emprestadores - eh eh - nós temos um crédito para si!»
Não podia ser mais claro... Não só na América, mas no mundo... Esperemos que os génios da finança reconheçam o óbvio e aprendam com os erros. E já que tiveram tanta prontidão em comparar esta crise à de 1929, talvez fosse boa ideia recordar como um senhor chamado Roosevelt, resolveu essa crise com um planozinho chamado New Deal...
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sábado, setembro 13, 2008
Uma coisinha muito simpática de se fazer...
"A Greenpeace comprovou que havia crianças a trabalhar no mercado de ferro-velho de Agbogloshie. A maioria tem entre 11 e 18 anos, embora haja algumas com apenas cinco. Muitos foram enviados pelos pais para a capital para ganhar dinheiro" (...) As marcas encontradas no local vão desde a Philips à Nokia, passando pela Siemens, Sony e Microsoft. As etiquetas mostram que são enviadas por várias organizações, como a Den Kongelige Livgarde (Guarda Real dinamarquesa) ou a Agência de Protecção Ambiental dos EUA. Os resíduos electrónicos que têm proveniência europeia vêm quase todos do porto de Amberes - na Bélgica.
As amostras de solo recolhidas no Gana e analisadas por uma equipa de investigadores da Universidade de Exeter, no Reino Unido, revelaram que há uma contaminação muito perigosa nestas lixeiras electrónicas, onde os materiais são desmontados à mão e sem qualquer protecção. O metal é separado do plástico. O que não presta é queimado a céu aberto.
"As crianças desmontam os resíduos tendo como únicas ferramentas as suas mãos e uma pedra. Eles procuram as partes metálicas, especialmente o alumínio e o cobre, que podem amontar separadamente. Quando queimam os resíduos libertam no ar partículas de pó e vapores, potencialmente tóxicos, que podem penetrar nos pulmões", lê-se no mesmo relatório da Greenpeace.
Realmente não há limites para a exploração económica dos mais fracos, nem ética, nem moral, nem Cartas Fundamentais dos Direitos Humanos. Não bastava o colonialismo do passado, a exploração continua nas suas múltiplas formas, das mais flagrantes às subtis experiências das farmaceúticas e agora, ao "dumping" de lixo electrónico contaminado... Sem dúvida, uma coisinha muito simpática de se fazer... Mais uma... E palpita-me que não será a última...
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Descritores: Ambiente, Desigualdade, Direitos humanos, Pobreza, Sociedade
quinta-feira, setembro 11, 2008
Despachem-se que eu quero saber...
Felizmente a Senhora Palin anda muito ocupada com a campanha presidencial... Mas de qualquer forma, eu no lugar do CERN, mantinha a segurança apertada...
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terça-feira, setembro 09, 2008
Afinal a injustiça mata mesmo...
(...) Este documento de 256 páginas lê-se, no fundo, como um requisitório contra as políticas económicas exortadas pelas instituições financeiras internacionais e levadas à prática em numerosos países. Nele faz-se, nomeadamente, a recomendação de se «lutar contra as desigualdades na distribuição do poder, do dinheiro e dos recursos, ou seja, dos factores estruturais de que dependem as condições de vida quotidiana aos níveis mundial, nacional e local».
Ligando saúde e trabalho, os membros da Comissão distanciam-se em particular das preconizações liberais da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE): «O pleno emprego, a equidade em matéria de emprego e condições de trabalho decentes devem ser objectivos comuns das instituições internacionais e devem situar-se no centro das políticas e estratégias de desenvolvimento nacionais, devendo os trabalhadores estar mais bem representados aquando da elaboração das políticas, da legislação e dos programas que incidam sobre o emprego e o trabalho». Com efeito, «um trabalho seguro, sem perigo e correctamente remunerado» reduz os factores de risco. Tal como um emprego estável, uma vez que «a mortalidade é sensivelmente mais elevada entre os trabalhadores temporários do que entre os trabalhadores permanentes».
O relatório da OMS recomenda que, para sanar as desigualdades em matéria de saúde e as disparidades nas condições de vida quotidianas, seja instaurada «uma protecção social universal generosa» – funcionando de preferência «por redistribuição» –, bem como investimentos significativos no sector da saúde. Uma tal construção «exige um sector público poderoso, determinado, capaz e suficientemente financiado».
Numa altura em que os governos dos países capitalistas avançados delegam no sector mercantil uma parte cada vez mais importante das actividades de saúde e transferem para as seguradoras privadas segmentos inteiros da cobertura na doença, os autores do estudo recordam que «a saúde não é um bem negociável». O provimento dos bens sociais essenciais, como o acesso à água e aos cuidados de saúde, «deve ser gerido pelo sector público e não pela lei do mercado».
Parece óbvio, mas pelos vistos não é... Talvez pareça mais óbvio se forem os investigadores da OMS a dizê-lo. Nunca é demais falar das consequências da injustiça social, pode ser que um dia os avisos não caíam em saco roto...
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Descritores: Desigualdade, Inclusão Social, Saúde
domingo, setembro 07, 2008
Por momentos...
Ser feliz por momentos é algo de que não se deve ter vergonha. Momentos que o fim torna ridículos. A felicidade, como o amor, é um sentimento ridículo. Mas a felicidade, como o amor, só é ridícula quando vista de fora. A felicidade, como o amor, só é ridícula antes ou depois de si própria. A felicidade são momentos que, no seu presente fugaz, são mais fortes do que todas as sombras, todos os lugares frios, todos os arrependimentos. Ser feliz em palavras que, durante essa respiração breve, mudam de sentido. E nem a forma do mundo é igual: o sangue tem a forma de luz, as pedras têm a forma de nuvens, os olhos têm a forma de rios, as mãos têm a forma de árvores, os lábios têm a forma de céu, ou de oceano visto da praia, ou de estrela a brilhar com toda a sua força infantil e a iluminar a noite como um coração pequeno de ave ou de criança.
Momentos que o fim torna ridículos. Momentos que fazem viver, esperando por um dia, depois de todas as desilusões, depois de todos os arrependimentos e fracassos, em que se possam viver de novo, para de novo chegar o fim e de novo a esperança e de novo o fim. Não se deve ter vergonha de se ser feliz por momentos. Não se deve ter vergonha da memória de se ter sido feliz por momentos.
José Luís Peixoto, "Uma casa na escuridão", p. 46-47.
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Descritores: Angústia existencial, José Luís Peixoto, Literatura
quinta-feira, setembro 04, 2008
Mais um cromo político...
O mundo da política é realmente espantoso e a galeria de cromos que o integram, nunca deixa de nos surpreender. Para a boa imagem da política, muito tem contribuído o Partido Republicano que brindou o mundo com esse espécime (faltam-me adjectivos para o descrever) fabuloso que é George Bush, traz ao mundo mais uma criatura inacreditável: Sarah Palin. Esta senhora consegue reunir os mais nobres valores conservadores republicanos sem escapar nenhum. Senão vejamos, é criaccionista, contrária ao aborto em qualquer circunstância, contra a educação sexual e a favor da abstinência, contra o divórcio, sócia da NRA (aquela espantosa associação pró-uso e porte de armas), defende a indústria petrolífera e acha que a guerra no Iraque é um desígnio divino:
Ao que parece, tem ainda uns esqueletos no armário por ter pertencido a um partido pró-independência do Alasca e ter mandado demitir o ex-cunhado recentemente divorciado da irmã, por alegadamente ser mau marido. O que eu achei mais curioso, é que ela surgiu ao lado da filha adolescente grávida, será uma jogada «eu sou tão pró-vida que obrigo a minha filha adolescente a casar e a ter a criança» ou «a inexistência de educação sexual e a abstinência só resultam com os filhos dos outros»? A chatice da ideologia conservadora é que acaba por redundar na hipocrisia…
Tudo isto leva-me a questionar a estratégia de McCain. Claro, que ele não agrada por aí além ao sector ultra-conservador e a Senhora Palin, conquista-os de certeza. Mas esse eleitorado nunca votaria Obama, com ou sem Palin ao lado de McCain. Já o “efeito Palin” no eleitorado volátil e moderado, deve ser desastroso. Tanto melhor para Obama e quiçá, para o mundo, porque esta senhora perto da presidência dos EUA, seria no mínimo preocupante.
Postado por Hopes at 10:01 1 comments
Descritores: EUA, Política Internacional