domingo, agosto 12, 2007

Centenário do nascimento de Miguel Torga

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Viagem


Aparelhei o barco da ilusão

E reforcei a fé de marinheiro.

Era longe o meu sonho, e traiçoeiro

O mar...

(Só nos é concedida

Esta vida

Que temos;

E é nela que é preciso

Procurar

O velho paraíso

Que perdemos).


Prestes, larguei a vela

E disse adeus ao cais, à paz tolhida.

Desmedida,

A revolta imensidão

Transforma dia a dia a embarcação

Numa errante e alada sepultura...

Mas corto as ondas sem desanimar.

Em qualquer aventura,

O que importa é partir, não é chegar.


Miguel Torga

1 comentário:

Anónimo disse...

C'est trés beau , et, triste à la fois ,je pense de temps à l'autre que tu pourrais envisager de voir le futur avec un peut plus de foi et d'espoir?