sexta-feira, março 11, 2011

12 de Março e o direito a expressar aspirações legítimas

Muito se tem falado da manifestação de amanhã, das intenções ou movimentações políticas que possam estar na sua origem. Acenam-se fantasmas de extremismos de esquerda e de direita, de anarquistas a fascistas. Ignora-se o fundamental, que é tão simples quanto isto, é impossível sobreviver com baixos salários, sem direitos ou garantias sociais ou laborais e sem qualquer perspectiva de melhoria deste quadro dramático. Pelo contrário, o que se tem verificado é um agravamento e uma deterioração das condições de vida e de trabalho. O mais chocante é que se sabe dos lucros obtidos pela Banca e pelas grandes empresas, como a EDP, a GALP, PT, Jerónimo Martins e etc, sabe-se da corrupção e do tráfico de influencias, da promiscuidade entre estas elites, entre políticos, gestores públicos e grandes empresários. A crise, as dificuldades económicas não passam por eles e toda a gente percebe que isso não só não é justo, como é profundamente imoral e errado.

Portugal é o segundo país da Europa com maior percentagem de trabalhadores contratados a prazo, segundo os dados mais recentes do European Company Survey. Estima-se que 2 milhões de pessoas estejam numa situação laboral precária, 600 mil desempregados, quantos mal remunerados, quantos sem rendimento ou com reformas miseráveis? Mais que uma geração, são várias gerações afectadas, as que não se auto-sustentam vão sobrecarregar outras que as ajudam a subsistir... Esta realidade pode continuar, perante o nosso silêncio e a nossa inacção? Uma realidade diferente é possível e há falta de estratégia mais eficaz, é na rua que as pessoas se fazem ouvir. E porque não amanhã? Sem aproveitamento político, porque o direito à felicidade e à qualidade de vida, está acima de qualquer politiquice e é uma aspiração legítima do ser humano!

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