segunda-feira, outubro 11, 2010

Irónico não?

Anunciadas as medidas de austeridade, não se discute a recessão que nos vai atingir. Discute-se se o PSD viabiliza ou não estas medidas, como se elas não fossem o que o PSD pretende. O PS refila e trocam-se acusações de irresponsabilidade. Como se não fosse este Centrão que nos deixou no caos financeiro, PS e PSD arruinaram o nosso aparelho produtivo, permitiram abusos nos gastos públicos para satisfazer as suas clientelas e o resultado é o que se vê. A comunicação social descobre agora, um site que existe há anos, que regista as compras públicas e os ajustes directos. Parece que descobriram agora que a administração pública está cheia de gestores incompetentes que não têm qualquer respeito pelo bem público e pelo dinheiro de todos nós. Mas este esbanjamento e má gestão surpreendem alguém?

Chegamos ao ridículo de ver circulares da PSP, aconselhando a redução da iluminação e do consumo de água, quando adquiram 5 milhões de euros de blindados para a cimeira da NATO. Nota-se que é a racionalidade que caracteriza estes plano de austeridade. Muito racional, foi também, a decisão de deixar cair a acumulação de reformas com salários. Porventura a única medida verdadeiramente justa deste PEC, caí por falta de coragem politica em afrontar elites que beneficiam desta acumulação.

O que já não surpreende é a subida dos preços dos combustíveis, aqui a contenção não se aplica, assim como o lucro que a GALP vai retirando dos poços de petróleo, que vão sendo explorados no Brasil. Os sacrifícios não são para todos e isso também não é novidade. Os sacrificados são os pobres e os doentes, no hipocritamente denominado “2010: Ano europeu consagrado à pobreza e à exclusão social”. Irónico, não?

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