quinta-feira, junho 03, 2010

O silêncio de Manuel Alegre

Com o PEC aprovado pelo Centrão, com as legitimas alternativas apresentadas pela esquerda recusadas, podíamos esperar que o candidato presidencial dito de esquerda se manifestasse. Mas Manuel Alegre optou pelo silêncio, certamente para não comprometer o apoio que o PS estava prestes a anunciar. Esse silêncio significa comprometer tudo o que tem dito até aqui sobre justiça social e politica de esquerda. Tudo isso pelo apoio de um partido e de um Primeiro-Ministro completamente descredibilizados? De que serve esse apoio, numa altura em que os cidadãos perceberam claramente a injustiça deste plano de austeridade?

Uma candidatura verdadeiramente de esquerda, teria demolido imediatamente este PEC, não tendo feito isso, esta a abrir caminho para uma reeleição de Cavaco Silva. Cavaco Silva que não tendo condenado o PEC, por ser um sacrifício necessário, se foi colocando acima da política de austeridade, descolando-se do governo e demonstrando que já alertava para a crise há muito tempo. Claro que esta mensagem passa, quando não há uma oposição com alternativas que recorde a responsabilidade de Cavaco e do PSD para a situação actual. O que sobra? Um candidato monárquico que diz defender a cidadania? Eu diria que só sobra a desilusão...

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