domingo, junho 28, 2009

Há oportunidades fantásticas, não há?

O programa “Novas Oportunidades” permite a pessoas que não tenham o 12º ano, mediante três meses de aulas e um trabalho subordinado ao tema a história da minha vida, ficar com essa habilitação. É quase a mesma coisa que andar 6 anos a aprender Português, Matemática, Ciências da Natureza, Filosofia e Historia. Tudo isto para mostrar na UE que somos um povo com grandes habilitações, enquanto se dá às pessoas a falsa sensação de ter um valor acrescido para o seu currículo e para a sua formação pessoal. Quando de facto, não lhes é dado nada mais que um certificado.

Não tenho nada contra a que as pessoas tenham oportunidade de completar a sua formação, até pelo contrário, acho que é um imperativo num país de analfabetos funcionais com tantas carências educacionais. Mas teria de ser um programa bem estruturado que de facto tivesse algum conteúdo e que proporcionasse a aquisição de competências e saberes que os alunos não possuem.



Mas o que torna o programa “Novas Oportunidades” ainda mais criticável, é que dá a possibilidade de acesso ao ensino superior, permitindo histórias incríveis como a desta notícia. Este senhor vai entrar para Medicina, quando centenas de jovens todos os anos, que se esforçaram durante 6 anos de ensino secundário para obterem uma média de 19 valores, ficam à porta da faculdade de Medicina. E eu pergunto, isto é justo? É isto de um país sério onde o esforço e o trabalho são recompensados? Claro que não. A mensagem é não estudem, não trabalhem, desistam da escola no 9ºano que depois o Estado dá-vos o 12ºano e uma entrada na faculdade de bandeja. Se na prática, não têm as competências que vos permitam completar esse curso superior, é irrelevante. Vão chumbando e pagando propinas e não vão sequer perceber o que vos está a acontecer e como estão a ser usados...

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