Labirinto
Marguerite Yourcenar, "A obra ao negro", Ed. D. Quixote, p. 88.
Some see things as they are and say "Why?" I dream things that never were and say "Why not?" George Bernard Shaw
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Descritores: Angústia existencial, Literatura
A partir de agora, porém, o Governo disponibiliza aos bancos dinheiro dos nossos impostos. Significa isto que eu, como contribuinte, sou fiador do banco que é meu credor. Financio o banco que me financia a mim. Não sei se o leitor está a conseguir captar toda a profundidade deste raciocínio. Eu consegui, mas tive de pensar muito e fiquei com dor de cabeça. Ou muito me engano ou o que se passa é o seguinte: os contribuintes emprestam o seu dinheiro aos bancos sem cobrar nada, e depois os bancos emprestam o mesmo dinheiro aos contribuintes, mas cobrando simpáticas taxas de juro. A troco de apenas algum dinheiro, os bancos emprestam-nos o nosso próprio dinheiro para que possamos fazer com ele o que quisermos. A nobreza desta atitude dos bancos deve ser sublinhada.
Tenho a certeza de que os bancos vão usar pelo menos parte desse dinheiro para devolver aos clientes aqueles arredondamentos que foram fazendo indevidamente no crédito à habitação, por exemplo, e que ascendem a vários milhares de euros no final de cada empréstimo. Essa será, sem dúvida nenhuma, uma prioridade. Vivemos tempos difíceis, e julgo que todos, sem excepção, temos de dar as mãos. Por mim, dou as mãos aos bancos. Assim que eles tirarem as mãos do meu bolso, dou mesmo.»
Ricardo Araújo Pereira, "Boca do Inferno", Visão de 23/10/2008.
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Descritores: About me, Angústia existencial
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Descritores: Desigualdade, Direitos humanos, Mulher
Entrevista a Robert Reich, "The Daily Show with Jon Stewart", 16-10-2008
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Descritores: Democracia, Economia, Globalização
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Descritores: Desigualdade, Direitos humanos, Pobreza
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Descritores: Democracia, Direitos humanos, Economia, Globalização
Excerto do filme "The Network" (1976)
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Descritores: Crise, Desigualdade, Economia, Globalização
Ignacio Ramonet sobre a Crise financeira, no "Le Monde Diplomatique":
«Prova do fracasso do sistema, tais intervenções do Estado – as maiores, em volume, da história económica – demonstram que os mercados não podem regular-se eles próprios. Os mercados destruíram-se por força da sua própria voracidade. Além disso, confirma-se assim uma lei do cinismo neoliberal: os lucros privatizam-se, mas socializam-se os prejuízos. Faz-se pagar aos pobres as excentricidades irracionais dos banqueiros, vendo-se os primeiros ameaçados, caso se neguem a pagar, com um empobrecimento ainda maior.
As autoridades norte-americanas correm a salvar os «banksters» («banqueiros gangsters») à custa dos cidadãos. Há meses, o presidente Bush negou-se a assinar uma lei que dava cobertura médica a nove milhões de crianças pobres, lei essa que teria o custo de 4 mil milhões de euros. Considerou isso um gasto inútil. Agora, para salvar os rufiões de Wall Street, nada lhe parece suficiente. Socialismo para os ricos, capitalismo selvagem para os pobres.
Este desastre acontece na altura em que há um vazio teórico nas esquerdas. Que não têm nenhum «plano B» para tirar proveito do descalabro. Em particular as da Europa, imobilizadas pelo choque da crise. Quando seria tempo de refundação e de audácia.
Quanto tempo irá durar esta crise? «Vinte anos, se tivermos sorte, menos de dez se as autoridades actuarem com mão firme», vaticinou o editorialista neoliberal Martin Wolf. Se existisse uma lógica política, este contexto deveria favorecer a eleição do democrata Barack Obama (se não for assassinado) para a presidência dos Estados Unidos, no próximo dia 4 de Novembro. É provável que o jovem presidente, como fez Franklin D. Roosevelt em 1930, lance um novo «New Deal» baseado num neokeynesianismo, confirmando o regresso do Estado à esfera económica. E trazendo por fim maior justiça social aos cidadãos. Caminhar-se-á assim rumo a um novo Bretton Woods. E a etapa mais selvagem e irracional da globalização neoliberal terá terminado.»
Será que termina mesmo? Já estive mais optimista... Atirar o dinheiro dos contribuintes para a banca, é bem mais fácil que mudar o sistema... O que é preocupante é que a esquerda não parece ter um plano B, infelizmente...
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Descritores: Crise, Economia, Globalização
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Descritores: Angústia existencial, Economia, Sociedade
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Descritores: Democracia, Desigualdade, Direitos humanos
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