sábado, julho 14, 2007

O regresso de Michael Moore

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Depois de “Bowling for Columbine” e “Fahrenheit 9/11”, Michael Moore tem um novo filme, “Sicko”. Desta vez o tema é o sistema de saúde norte-americano, ou a falta dele e as companhias de saúde privadas que beneficiam da ausência de um sistema de saúde pública. O filme não aborda só o problema de cerca de 50 milhões de americanos sem seguro de saúde, mas também a situação daqueles que tendo seguro de saúde, são defraudados pelas seguradoras, que se recusam a pagar despesas de saúde perfeitamente justificadas.

São apresentados factos muito interessantes e testemunhos de pacientes e empregados das seguradoras, pode ouvir-se o testemunho de uma médica no trailer que admite que um parecer seu de acordo com a política da seguradora, causou a morte de um cliente. O sistema americano é comparado com os sistemas nacionais de saúde do Canadá, do Reino Unido, da França e de Cuba. Numa altura em que assistimos à cruzada de Correia de Campos pela privatização do nosso SNS, é um documentário que valerá a pena ver.

“Sicko” estreou nos EUA no passado dia 30 de Junho e já está a gerar contestação, com tentativas de descredibilizar o filme e distorcer os factos, por parte da CNN e dos seus comentadores. Agitam-se as bandeiras da ameaça comunista da saúde nacionalizada e socialista, da sustentabilidade e dos custos económicos do sistema, movimentam-se os lobbies das seguradoras… Chega-se ao ridículo de relacionar sistema publico de saúde e ameaça terrorista, só porque no sistema britânico trabalham médicos islâmicos.


Aqui fica a resposta de Michael Moore às críticas na CNN:






Vai ser interessante verificar se o documentário, irá levar algum dos candidatos à presidência, a ter a "ousadia" de lançar um sistema público de saúde. E mais interessante ainda, quando irá a opinião pública americana começar a exigir esse direito universal...

1 comentário:

""#$ disse...

Nenhum dos candidatos irá lançar coisa nenhuma nessa área.