quinta-feira, janeiro 25, 2007

Entre o branco e o preto, há uma vasta escala de tons de cinzento

Confesso que não gosto de me pronunciar sobre casos, em que não consigo conhecer com segurança todos os factos. Não gosto de julgamentos apressados. Chocam-me os radicalismos, chocam-me os extremos. Já ouvi pessoas criticarem ferozmente os pais de “Esmeralda” porque provavelmente compraram a criança à brasileira, outros disseram que o pai biológico só está interessado nos 30 mil euros de indemnização, porque até está desempregado.

Como se mede e avalia o egoísmo ou inversamente, como se mede e avalia o amor verdadeiro e desinteressado?

Temos um pai biológico que duvidou da sua paternidade, nem vou especular sobre os motivos dessa dúvida. Mas duas certezas existiam, ele manteve de facto uma relação sexual não protegida e por isso haveria sempre uma probabilidade de ele, ser de facto o pai. Ele escolheu rejeitar essa probabilidade, nesse momento a paternidade não lhe provocou qualquer simpatia. Foi uma escolha e as nossas escolhas têm sempre consequências.

A mãe biológica não tendo emprego, nem condições para educar a criança, concorda em abdicar da sua maternidade. Um casal decide adoptar. E até aqui tudo parece lógico. Excepto a parte em que se verifica que o processo de adopção não foi legal. E aqui, entra uma questão que eu ainda não vi ninguém colocar. Porque é que de um caso em que existe uma vontade expressa de regularizar uma adopção, de ambas as partes (recordo que o pai biológico, neste momento recusava a paternidade), resulta um processo ilegal? Quem prestou aconselhamento jurídico a este casal? Onde estava a segurança social, existiu algum contacto, que tipo de apoio? Quem pode afirmar com segurança que existiu desleixo do casal adoptivo, quando pode ter havido desinformação ou falta de informação?

Mas a “Esmeralda” precisava de um pai e de uma mãe, não podia esperar que se deslindassem burocracias, legalidades e ilegalidades. E teve-os, para ela, eles existem, mesmo se juridicamente não o são. Mesmo que legalmente, a sua custódia venha a ser atribuída ao pai biológico que nunca conheceu.

Quem teve dúvidas, quem fez escolhas? É justo que as duvidas e escolhas erradas de um pai, por muito legitimas que fossem, venham retirar à criança os pais que ela reconhece como seus? Outra questão é legitimo que os pais adoptivos impeçam o pai biológico de ver a criança e fujam à justiça? O que está aqui em jogo? O orgulho de quem quer deter a paternidade, com se de um bem se tratasse? Ou o amor verdadeiro e desinteressado de quem pensa que a razão da felicidade da menina está do seu lado?

Estará o egoísmo e o orgulho só de um lado e o amor desinteressado exclusivamente no outro? De um lado, os bons, do outro os maus? Não haverá entre o branco e o preto, uma vasta escala de tons de cinzento?

Imagem: "O julgamento do rei Salomão" de Rubens

15 comentários:

AM disse...
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AM disse...

Cara Hopes

É evidente que há uma vasta escala de tons de cinzento.
Mas:
Acha credível que um "sargento" da GNR considere normal ou minimamente legal, ficar com com um bébé, filho de uma "prostituta"(?) brasileira imigrante, que lhe é entregue por uma intermediária, num salão de cabeleireiro, a troco sabe-se lá de quê?

Então aceitou apenas um papel assinado (e reconhecido em notário!!!!!!!) como se fosse uma simples declaração de doação (ia escrevendo de venda).

Então acha normal que só tenha achado por bem tentar formalizar o processo de "adopção", junto da SS, depois de já saber que o verdadeiro pai tinha sido identificado e tinha manifestado a intenção de exercer o poder paternal?

Acha normal que a SS tenha dado andamento a um processo manifestamente ilegal, dado não haver consentimento do pai?

Acha normal que, ao longo de quase 4 anos, tenha sido possível a um sargento da GNR eximir-se a cumprir uma ordem do tribunal (e uma ordem de tal importância como a entrega de uma filha ao seu verdadeiro pai) e nem a GNR, nem a PSP, nem a PJ, nem nenhuma autoridade tenha sido capaz de a executar?
Acha normal que um CRIMINOSO deste calibre (pois que em minha opinião é apenas um criminoso) consiga dar origem(por si só?) a uma campanha de mistificação por parte da CS, a um movimento desta dimensão, até com "vacas sagradas" à frente?

Não cara amiga, não tenho dúvidas que o sargento Luis sabia o que estava a fazer e tinha adquirido uma criança da mesma forma que outros adquirem um cão ou um gato, ao qual depois também tem muito amor....

Amor não é isso, amor não é que se sente por um cão ou um gato ou outro animal (mesmo pessoa) se muito fofinho...

Note que não estou a desculpabilizar o pai, nem muito menos a medonha burocracia...

Mas há aqui um criminoso claramente identificado, há aqui um responsável pelo agravamento insuportável dos danos causados a esta criança.

Isso (em minha opinião) há.

AM

Anónimo disse...

Hopes, só discordo de ti num ponto: quando dizes "aqui, entra uma questão que eu ainda não vi ninguém colocar. Porque é que de um caso em que existe uma vontade expressa de regularizar uma adopção, de ambas as partes (recordo que o pai biológico, neste momento recusava a paternidade), resulta um processo ilegal?", isso é mentira (para que não haja mal-entendidos quanto ao "tom de voz" com que estou a dizer isto, estou a ser bem-humoradamente irónico e estou a sorrir).
Mais uma vez estamos os dois de acordo mesmo naquilo em que nunca suspeitaria :) Eu disse numa caixa de comentários do armadilhas (naquele post do teu "combate" contra a cãorafeiro, onde a despropósito se começou a falar desta questão), isto:

apesar de tudo defendo que as regras de adopção possam ser bem mais flexíveis que actualmente - sempre passando pela Justiça, como é óbvio, mas que permitam a uma mãe que quer dar a criança para adopção poder escolher a quem o fazer, actuando o MP como mediador para avaliar se os candidatos têm condições. O meu "quase" lá de cima advém da possibilidade que admito de ter sido isto que a mãe biológica queria fazer, só que ela e o casal adoptante não o soube fazer correctamente, por estupidez ou ignorância.

Quanto ao resto... (e isto também é para o am) Eu também não me pronuncio sobre casos em que não conheço todos os factos - e não há forma aqui de sabermos como as coisas se passaram de facto, por isso acho idiota tomar-se partido, por uma parte ou por outra. Por isso, am, não acho credível, normal, lógico, nem acho incrível, anormal, ilógico, porque não sei se as coisas realmente se passaram assim, ou ao contrário - aliás, tenho a certeza de que não se passaram nem de uma forma nem de outra. Onde a Hopes acerta na "mouche" é que aqui, como em tudo o que envolve a personalidade dos homens, não há preto nem branco, há uma escala infinita de cinzentos onde os homens com as suas contradições - porque todos os homens têm contradições - se vão definindo.

Hopes, vou escolher este post como "post da semana" no Altermundo, se não te importas :) e se também não te importas, acabaste de ser promovida a "like-minded person" entre as "like-minded persons" :))

Anónimo disse...

Ainda a propósito disto: o que me parece mais chocante, e é a única coisa sobre a qual me pronuncio, é ninguém se refere, nunca, à preocupação pelo melhor interesse da criança (nem pais biológicos nem tribunais nem se calhar os pais "adoptivos"). As notícias que li em que referiam a decisão do tribunal nem por uma vez referem a expressão "interesse da criança"; também não vi nenhum comentador falar disto: ou se toma partido pelo pai biológico, ou pelos pais adoptivos. Ninguém toma o partido da criança. Esse é o partido que tomo, pois é o único que deve importar.

AM disse...

Ó António

Toda a gente reclama ter como primeira preocupação o "superior interesse da criança" como eu o faço e também o António.

Quando afirmo:

"Amor não é isso, amor não é que se sente por um cão ou um gato ou outro animal (mesmo pessoa) se muito fofinho..."
é na CRIANÇA que estou a pensar!!!!

Quando afirmo:
"Mas há aqui um criminoso claramente identificado, há aqui um responsável pelo agravamento insuportável dos danos causados a esta criança"
É também e ainda na criança, exclusivamente que estou a pensar!!!!

Sabe António, se o criminoso Sargento, quando, cerca de um mês após ter "adquirido" a criança, soube que havia um presumivel Pai que estava disposto a assumir as suas responsabilidades como Pai, caso se comprovasse que, efectivamente, o era, tivesse actuado de acordo com o que a lei e a ética recomendam...

Sabe António, se o criminoso Sargento, quando, cerca de sete meses após ter "adquirido" a criança, soube que havia um comprovado Pai que queria assumir as suas responsabilidades como Pai, tivesse actuado de acordo com o que a lei e a ética recomendam...

Sabe António, se o criminoso Sargento, quando, ...., tivesse actuado de acordo com o que a lei e a ética recomendam...

Etc. etc.

Os danos causados à criança teriam sido muito inferiores aos que necessáriamente serão agora por culpa quase exclusiva dum criminoso sargento (e da sua mulher claro)

O "superior interesse da criança" obriga a que o mais rapidamente possível seja resolvida esta situação, da ÚNICA forma possível.

AM

Hopes disse...

AM,

Claro que como pai extemoso que é, está a pensar no melhor interesse da criança. Mas como pode ter tantas certezas absolutas?

Como pode ter tanta a certeza que o Sargento é um criminoso? E que a brasileira é uma prostituta? E que a adopção foi uma transacção comercial? Onde estão as provas, os factos? Como pode ter a certeza que a adopção foi um gesto egoísta de má fé?

Porque é que o caro AM, exclui de imediato a hipotese do casal, estar convencido de ter adoptado o procedimento jurídico correcto? O facto de o casal ter sido erradamente aconselhado, não conta?

Em vez de apontarmos o dedo, deviamos ver a situação do ponto de vista da menina. Para ela não há meandros burocráticos e jurídicos. Ela só conhece os pais adpotivos. O pai biológico só aparece quando a menina já tem 1 ano e meio. O que seria da criança, se dependesse deste pai e desta mãe durante esse tempo? É na menina que a justiça deve pensar, e o melhor para ela não é de certeza, ser retirada à queles que aos seus olhos são os seus pais...

António,

Obrigado por elegeres este post, como post da semana no Altermundo. Mas de certo outros blogs, já se pronunciaram sobre o assunto de melhor forma... E a parte do "like minded people" também foi simpática!

AM disse...

"....como pode ter tantas certezas absolutas?..."

Cara Hopes
Quem me dera ter certezas absolutas fosse do que fosse

"...Como pode ter tanta a certeza que o "...Sargento é um criminoso?..."
Bom mas para isto nem é preciso ser jurista, basta saber ler, basta analisar os factos, quer os dados como provados, quer simplesmente os relatados pela CS.
A Hopes tem dúvidas?
Pode explicar quais os factos que lhe deixam em aberto essas dúvidas?

"...E que a brasileira é uma prostituta?..."
Onde é que eu escrevi isso, releia, por favor:

"...uma "prostituta"(?)..."

É uma hipótese, que considero extremamente plausível, mas apenas hipótese.
Que desempenhava a actividade de "alternadeira", isso parece estar provado, até por ter sido com essa base que, anteriormente, foi já ouvida pela justiça em caso onde era demandado o proprietário do bar, em Tomar, onde exercia...

"...E que a adopção foi uma transacção comercial? Onde estão as provas, os factos? ..."

Mais uma vez releia por favor o que escrevi:

"....que lhe é entregue por uma intermediária, num salão de cabeleireiro, a troco sabe-se lá de quê?
Então aceitou apenas um papel assinado (e reconhecido em notário!!!!!!!) como se fosse uma simples declaração de doação (ia escrevendo de venda)...."

"...Como pode ter a certeza que a adopção foi um gesto egoísta de má fé?
Porque é que o caro AM, exclui de imediato a hipotese do casal, estar convencido de ter adoptado o procedimento jurídico correcto? O facto de o casal ter sido erradamente aconselhado, não conta?..."

Então para a Hopes o facto de se tratar de um agente da autoridade não conta?
O facto de se tratar de alguém que tem por missão APLICAR A LEI e GARANTIR o seu cumprimento é irrelevante, OK então.

"...Em vez de apontarmos o dedo, deviamos ver a situação do ponto de vista da menina. Para ela não há meandros burocráticos e jurídicos...."

Sim, claro , de acordo, então...

"Ela só conhece os pais adpotivos."

Por culpa de quem?

"O pai biológico só aparece quando a menina já tem 1 ano e meio."

Não são esses os factos

"O que seria da criança, se dependesse deste pai e desta mãe durante esse tempo?"

Melhores ou piores, mas o Estado tem meios para lidar com estas situações.
Se a mãe não tinha a vontade de cuidar da sua filha deveria ter adoptado o procedimento correcto.
Se não o fez, talvez por ignorância e/ou estupidez, talvez (sobretudo?) por medo dado ser uma imigrante ilegal, deveria o sargento, quando na posse do conhecimento dos factos, ter adoptado o comportamento correcto e não ter aproveitado os factos para adquirir essa criança.

ONDE É QUE ESTÃO AS DÚVIDAS?

"É na menina que a justiça deve pensar"

Mais uma vez de acordo.

"..., e o melhor para ela não é de certeza, ser retirada àqueles que aos seus olhos são os seus pais..."

Aí é o desacordo completo.
A situação de má, passou a grave, sendo agora dramática, dado a criança, por acção dos criminosos e por inacção das autoridades ter estado nesta situação por um período insuportavelmente longo.
Defender a continuação deste crime é defender que esta passe a ser a forma NORMAL de os "candidatos à adopção" actuarem.
Basta saber quais as mulheres frágeis, porque pobres, imigrantes ilegais, prostitutas, etc. etc. etc. etc.que estão gravidas por "acidente".
Arranjar um qualquer intermediário que, a troco de "qualquer coisa" faça a criança mudar de mãos, esperar o tempo suficiente para que os tribunais e a opinião pública entendam que já é uma violência para a criança "...ser retirada àqueles que aos seus olhos são os seus pais....

Por favor, Hopes, diga-me que não é isto que está a defender.

AM

Anónimo disse...

am e blimpse, parecem continuar convencidos de que a hopes - e eu por associação, dado estar de acordo com o que ela disse - está do lado oposto ao vosso, ou seja, a defender os pais adoptivos por oposição ao pai biológico. Se bem interpretei o sentido do post, não se trata de tomar partidos - pelo menos eu não os tomo, nem do vosso nem do oposto. Limitei-me a expressar o meu completo acordo com a "vasta escala de tons de cinzento" defendida pela hopes. Para além disso, apenas a minha absoluta recusa - penso que também aqui terei o acordo da autora do post original - em formular opiniões, juízos de valor, quando não estou (ninguém aqui está) na posse de todos os dados. E julgo ser extremamente leviano quem quer que seja fazê-lo.

PS - para a Hopes: ainda não vi ninguém, em nenhum blog (é verdade que não vou assim a tantos...) formular a questão melhor que tu, pelo menos não a partir do teu ponto de vista que é também o meu.
Quanto à simpatia: é apenas a constatação de uma realidade que me é, a mim, também ela simpática :))

Hopes disse...

AM,

Eu mantenho o que disse no post, não conhecendo todos os factos, só me limito a colocar questões. Os factos que menciona estão em completa contradição, com o que diz por exemplo, a Visão esta semana. E com isto, não estou a dizer que a Visão seja critério de verdade, limito-me a dizer que existindo tantas versões da mesma história devemos acautelar-nos.

Dou-lhe alguns exemplos:
- A brasileira alternadeira/prostituta(?)surge como empregada de dentista e afirma só se ter prostituido dps da menina nascer para a sustentar nos primeiros 3 meses
- A celebre "troca" teve como intermediária uma logista e não é mencionado qualquer salão de cabeleireiro.
- O pai perfilhou a criança aos 3 meses diz o AM, a Visão diz que a criança tinha 1 ano e meio e o acórdão refere que a criança tinha 1 ano

Como vê demasiadas contradições...

Se bem percebi o AM acha que a criança deve ser retirada aos pais adoptivos, sob pena de se estabelecer um grave precedente em termos de adopções ilegais e criminosas, futuramente.
Quanto a isto, acho que deve ser tido em conta, o supremo interesse da criança. Se for do supremo interesse da Esmeralda ficará com os pais adoptivos, deverá ser assim. Quanto aos graves precedentes, o Estado pode eliminá-los reorganizando e fiscalizando os procedimentos para as adopções, repensando todo o sistema que permitiu que situações como esta se dessem.

Deve a felicidade desta criança ser sacrificada, por causa de burocracias, erros judiciais e procedimentais de uma justiça e de uma segurança social ineficazes? Na minha opinião, não, não temos esse direito.

AM disse...

Caro António

O Blimpe sou (não sei como apareceu assim, coisas do google)

António e Hopes

Desculpem não continuar esta discussão.
Quanto mais se vai sabendo mais cinzentos vão desaparecendo tornando-se cada vez mais preto e branco.

Quem continua a engendrar manobras dilatórias para prolongar ainda por mais e mais tempo esta insuportável situação?

Permitam-me apenas um desabafo final.

Queixam-se de que "ninguém" se preocupa com a felicidade ou o "superior interesse" da criança e, no entanto, eu farto-me de ler, até aqui, palpites de TODA A GENTE que se assume como capaz de opinar e decidir o melhor para a felicidade ou o "superior interesse" da criança.

Curiosamente sempre apontando para uma solução que só faria sentido se acompanhada de uma lobotomia que evitasse que a PESSOA que esta criança é também, viesse a tomar consciência da gravidade do crime que sobre ela foi já cometido por tantos, a começar na própria mãe, por aqueles que ela ainda (?) julga seus pais e continuando num estado perverso e corrupto.
O melhor para a "felicidade" da Esmeralda........................................

Façam-me um favor
Pensem melhor um bocadinho, OK?

AM

AM disse...

"O pai perfilhou a criança aos 3 meses diz o AM, ..."

????????????
Onde ????????

Cito (-me):

"....Sabe António, se o criminoso Sargento, quando, cerca de um mês após ter "adquirido" a criança, soube que havia um presumível Pai que estava disposto a assumir as suas responsabilidades como Pai, caso se comprovasse que, efectivamente, o era, tivesse actuado de acordo com o que a lei e a ética recomendam...

Sabe António, se o criminoso Sargento, quando, cerca de sete meses após ter "adquirido" a criança, soube que havia um comprovado Pai que queria assumir as suas responsabilidades como Pai, tivesse actuado de acordo com o que a lei e a ética recomendam..."

AM

Unknown disse...

Não me vou meter muito neste caso. Começo só com um "reparo":

O AM: «Pensem melhor um bocadinho, OK?» - Pensar melhor não implica chegar à tua conclusão. A tua opinião não é "a melhor" ou a "mais acertada", é apenas mais uma.

Quanto ao caso, aqui aplica-se uma variação de um frase que já não me lembro quem disse: Vocês estão a jogar à roleta russa mas a arma está voltada para a criança.

Por último não tentem ler nestas linhas qual a minha posição porque eu, em relação a este caso, não sofro de clubite.
ASENSIO

Macambúzia Jubilosa disse...

«Pensem melhor um bocadinho, OK?»

Pois eu, quanto mais penso e mais leio o que aqui foi escrito, menos concordo com o AM e mais concordo com a Hopes.

Abstenho-me no entanto de ter uma posição taxativa e tomar um partido nesta situação. Há muitas coisas que desconheço, nomeadamente as verdadeiras motivações dos pais adoptivos e as verdadeiras motivações dos pais biológicos.

Sendo certo que o Estado tem de garantir que as crianças não paguem pelos erros dos adultos e dum sistema ineficaz e burocrático.

Mas enquanto tivermos todos concentrados nos adultos (esquecendo que as crianças vão ser futuros adultos) as coisas nunca vão mudar. Quem paga? a criança. E todos nós.

Hopes disse...

AM,

Peço desculpa, de facto disse 3 meses e não 7, lapso meu... Mas tem que concordar que com tantas versões diferentes e cada uma com a sua data, a confusão é imensa.

O AM merece-me todo o respeito, assim como a sua opinião. É diferente da minha, é a que tenho e não a vou mudar só porque me pedem para pensar melhor. Os meus argumentos/motivos já estão expostos, por isso não vale a pena repetir. Certamente o AM respeitará a minha posição, tal como eu respeito a sua.

Asensio, não se trata de clubite. O que é fundamental aqui, é que o «Estado tem de garantir que as crianças não paguem pelos erros dos adultos e dum sistema ineficaz e burocrático», como disse a MJ e muito bem.

AM disse...

Caras MJ e HD

Podem as minhas amigas pensar o que quiserem que estão no vosso direito.

Até podem, já agora, pensar que eu sou um mau pai, apanhar-me distraído, sequestrar a minha menina e ficar com ela escondidas e a mudar de residência durante o tempo necessário para convencerem o "pobão" (e as vacas sagradas) que a minha menina deve agora ficar convosco pois isso será o melhor para a sua "felicidade" pois, por essa altura, ela se calhar já me esqueceu e nunca conheceu outras mães.

Pois minhas amigas desenganem-se

Vai haver tiros e correr sangue a sério.

É que Baltazar é o que acreditou no estado, na justiça e nas autoridades.

AM