E o eleitor, tem voto na matéria?
A deputada Luísa Mesquita acusou, ontem, a direcção da bancada parlamentar do PCP de lhe ter retirado o apoio técnico de que necessita para exercer funções.
Sinto-me indignada com o afastamento de Luísa Mesquita das comissões parlamentares que integrava - de Educação e de Negócios Estrangeiros, por ter recusado o pedido do partido para renunciar ao mandato de deputada. Enquanto eleitora do distrito de Santarém, pergunto-me que direito tem o PCP de afastar uma deputada eleita democraticamente. Já nem falo no profissionalismo e na competência que lhe é reconhecida no exercício da sua actividade, sobretudo na área da educação.
Dizem os constitucionalistas que é ilegal, mas isso, não impediu o PCP de afastar Luísa Mesquita. Que eu saiba segundo a Constituição, «o deputado é livre de exercer o seu mandato segundo a sua consciência», sem estar dependente de qualquer organização política. No entanto, o PCP, pede aos seus deputados que assinem uma declaração, em que aceitam colocar o seu lugar à disposição se a direcção o entender. Porquê?
Subscrevo inteiramente o que se diz no blog Arrastão sobre este tema:
Sendo eu de esquerda, entristece-me que no PCP persistam estes tiques autoritários, e quem pense diferente seja politicamente afastado, independentemente da sua competência. Não percebo porque se promove a unanimidade, a obediência cega, a ausência de debate interno. A liberdade de expressão já não é um valor fundamental para quem se diz de esquerda?
Sem comentários:
Enviar um comentário