terça-feira, outubro 10, 2006

Bin Laden: "Ai que não fomos nós que o apanhámos!"

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A confirmar-se a morte de Bin Laden é uma desilusão enorme. O facto de não ter sido um ocidental a matá-lo deixa-nos um sabor amargo na boca. Mas é a vida: a febre tifóide pode não matar tanto como a CIA, mas também impõe respeito, e às vezes faz desfeitas destas.

O mais triste é que nem sequer foi uma doença mais própria da civilização ocidental a vitimá-lo. Se Bin Laden tivesse morrido com excesso de colestrol no sangue, por exemplo, talvez o nosso desânimo fosse menor. (...) Assim o tifo foi ganhar a guerra por nós, o que nos deixa numa posição ingrata.
É preciso reconhece-lo: somos tíbios a matar facínoras. Lembro que também não conseguimos matar o velho Adolfo. Nem um par de bofetadas bem assentes lhe demos, aliás. Hitler escapou do tifo mas matou-se.

Eu não percebo nada de geopolítica, mas acho que a morte de Usama Bin Laden nos deixa preocupadamente órfãos de inimigo, e o meu barbeiro também. O sr. Saraiva diz que os dois protagonistas desta guerra podem ter fins semelhantes: Bin Laden morreu com tifo, e há grandes probabilidades de George W. Bush morrer com um pifo.
Enfim, gente rústica que diz o que lhe vem à cabeça.

Ricardo Araújo Pereira, “Procura-se morto ou ainda mais morto” in Revista Visão de 28 de Setembro de 2006.

1 comentário:

Anónimo disse...

grande cartoon!! :)