sábado, novembro 26, 2011

Haverá esperança?

A greve de dia 24 de Novembro, ao contrário do que diz o governo, teve uma larga adesão. A maior de sempre, mesmo tendo em conta os milhares de pessoas que não podem prescindir de um dia de salário e os que são ameaçados de despedimento. Mais do que ficar em casa, as pessoas expressaram a sua indignação também na rua. Mesmo sem transportes foram milhares, sindicalizados e não sindicalizados, professores e estudantes, precários, funcionários do público e do privado, todos os unidos, todos indignados. Foi tal a expressão da manifestação que o governo se viu obrigado a tentar sabotá-la e dar-lhe a carga pejorativa que não tinha. Os manifestantes foram seguidos por polícias largamente armados, viram infiltrados entre as suas fileiras, agentes provocadores que agrediram civis inocentes. E na Assembleia da República, que é afinal a também a sua casa, foram impedidos de aceder à escadaria por um esmagador número de polícia de choque que fez questão de distribuir bastonadas sobre aqueles que queriam usar escadaria para a Assembleia popular. Recordo que isso aconteceu no dia 15 de Outubro sem qualquer problema. Claro que foi o suficiente para as televisões falarem em incidentes graves e o governo conseguir a conotação negativa que pretendia. Parece que tentar ocupar a escadaria da casa da democracia, é um crime grave... Ao contrário de desviar milhares de euros, não me consta que o Dias Loureiro, o Duarte Lima ou o Oliveira e Costa tivessem levado bastonadas! Felizmente surgiu um vídeo amador que mostra os tais agentes infiltrados a pontapear um manifestante, ficando claro quem foram os sabotadores e os protagonistas de incidentes graves. Entretanto espero que os persistem em ficar fora desta luta pela democracia e pelo direito à sobrevivência digna, mudem de posição. Deixo-lhes a pergunta, porque será que o governo mostra um ligeiro recuo (e sublinho ligeiro) no corte dos patamares salariais e no IVA das actividades culturais? De repente apareceram almofadas ou alguma pressão da greve e da manifestação? E se tivéssemos sido mais?


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