domingo, dezembro 19, 2010

O FMI não está cá! Está, está...

O governo continua extremamente empenhado em seguir a agenda neoliberal da EU, numa crença ingénua que isso tranquilizará os mercados. A novidade da semana é que os problemas do país estão num mercado laboral demasiado rígido. Quem havia de dizer? Não certamente os mais de 500 mil portugueses desempregados, nem os que trabalham a recibo verde ou a contratos a prazo que a qualquer altura podem ser despedidos. Diz a UE, dizem os economistas brilhantes, logo o governo apressa-se a apresentar um pacote de medidas para tratar de flexibilizar um mercado de trabalho extremamente flexível, colocando em perigo o emprego dos que ainda o conseguem ter.

Veja-se o genial impacto de reduzir o valor das indemnizações e de obrigar as empresas a criar um seguro de despedimento. É mais barato despedir, o que compensa, porque se despedir um trabalhador com alguns anos de casa, que já não estará no escalão salarial mais baixo, pode-se contratar alguém novo e desesperado, disposto a fazer o mesmo trabalho por um salário menor. E o que dizer do seguro, para além de uma despesa extra para quem contrata, só dará lucro se for activado... porque não despedir se ainda se recebe o dinheiro do seguro? Entretanto ainda ganha a Banca que detém as seguradoras! Ficam os “fat cats” felizes e dos trabalhadores, entre a precariedade e o desemprego, o governo e a Europa não querem saber. Nem o FMI faria melhor...

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