terça-feira, dezembro 07, 2010

Compadrios e cunhas em estudo

Qualquer pessoa que viva e trabalhe em Portugal, já se apercebeu do intricado sistema de cunhas e compadrios que pulula em todos os sectores de actividade. O sector público ou o domínio das parcerias público-privadas torna-se mais evidente, porque ao habitual compadrio, junta-se o cartão partidário da cor certa. O que antes era um pouco vago, foi agora estudado com maior detalhe por um investigador português na Universidade Queen Mary de Londres:

«Pedro S. Martins estudou o período de 1980 a 2008, estabelecendo firmas do sector privado como grupo de controlo comparativo, e concluiu: "As nomeações do sector público aumentam significativamente ao longo dos meses imediatamente antes de um novo governo tomar posse. Também aumentam consideravelmente logo após as eleições, mas somente se o novo governo é de uma cor política diferente da do seu antecessor." (…) Os dados apontam para um "aumento significativo em contratações", que pode ir dos 10% aos 20%, no trimestre seguinte à entrada em funções de um Governo. Esse aumento, segundo as conclusões do estudo, começa porém a ocorrer antes das eleições - ou seja, antes de um Governo abandonar o poder. E o compadrio não se resume às posições de topo na hierarquia das empresas públicas: está espalhado por toda ela.


Este estudo só prova a existência de uma mentalidade cortesã que premeia a bajulação e a filiação partidária, em detrimento da competência, o que só por si explica a ineficiência e má gestão e a própria produtividade. Tenho sérias dúvidas que esta realidade esteja assim tão longe do privado... Mas a grande questão é porque a UE, não exige uma moralização do sistema e prefere mandar flexibilizar um mercado de trabalho, já de si precário e mal remunerado. Será que não sabem da corrupção e do compadrio, dos negocios ruinosos para a estado e das reformas milionarias acumuladas com salários?

1 comentário:

Anónimo disse...

O rato magnato da realeza
Simpático e sorridente por natureza
perfura todos os queijos da grandeza,
esbanja charme à burguesa,
tendo sempre a certeza
de capturar sua presa…
Aproveita feieza e beleza
para içar sua tesa…
Astuto mestre da frieza,
parente da dama inglesa,
que usa a fraqueza
para servir a realeza
arrasando as almas da pureza…
Aí se vê sua baixeza!