Porquê?
«Porque é que uma população que não é maioritariamente composta por ricos aceita que os seus eleitos satisfaçam prioritariamente as exigências dos industriais, dos advogados de negócios ou dos banqueiros, a tal ponto que a política acaba por consolidar as relações de força económicas em vez de lhes opor a legitimidade democrática? Porque é que estes ricos, quando são eles próprios eleitos, se sentem autorizados a exibir a sua fortuna? E a clamar que o interesse geral impõe a satisfação dos interesses particulares das classes privilegiadas, as únicas dotadas do poder de fazer (investimentos) ou de impedir (deslocalizações), e que têm por isso de ser constantemente seduzidas («tranquilizar os mercados») ou conservadas (lógica do «escudo fiscal»)?»
Gostaria de saber responder a esta pergunta. Talvez seja por distracção, entre a novela e o futebol não sobra muito tempo para pensar na legitimidade democrática. Talvez seja por um sentimento de impotência: eu sei que elejo uns fulanos que governam para uma determinada elite, mas não há nada que eu possa fazer para o contrariar. Se pensarmos que enquanto se discute a selecção e o mundial, são propostas medidas de flexibilização laboral, de eliminação e alteração de feriados e de cortes nos subsídios sociais, nomeadamente no subsidio social de desemprego, eu diria que a 1ª hipótese tem um grande peso. A distracção paga-se cara, estamos a perder direitos diariamente. Temos que ter consciência que não somos totalmente impotentes, podemos discutir alternativas e criticar as medidas que nos oprimem e quem está por trás delas.
Sem comentários:
Enviar um comentário