Da onda mediática à paranóia

No meio da paranóia passa despercebida a nova lei da Segurança Interna, que permite ao Secretário-Geral da Segurança Interna, conhecer detalhes de investigação criminal e da vida privada dos cidadãos. Está em causa a separação dos poderes político e judicial, mas se isso prejudica a democracia e as liberdades cívicas já é um facto secundário. Promulgado foi também o diploma do chip electrónico automóvel. Para cúmulo vamos ser obrigados a colocar chips nos nossos carros, pagos do nosso bolso para sermos mais controladinhos ainda. O que segue legalização do porte de armas, chips implantados nos nossos bracinhos? Não nos chega a recessão e a crise social como motivo de preocupação?
Não posso deixar de associar tudo isto, ao que parece ser o novo “modus operandi” dos governos democráticos na usurpação de direitos, liberdades e garantias dos cidadãos. Primeiro alarma-se a população através dos média, instala-se o medo e a insegurança e depois em nome do combate à criminalidade e da segurança, ataca-se o direito à privacidade e por aí fora… Os EUA e o Reino Unido fizeram-no a pretexto da ameaça terrorista, não justifica, mas é um pretexto mais ou menos válido. Agora nós? Em Portugal? Não sofremos atentados terroristas, somos o país com a menor taxa de criminalidade da Europa. Não há justificação, só o ridículo mesmo…
Adenda ao post: Sobre este tema vale a pena ler aqui, a análise genial do Baptista-Bastos.
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