Escrito em 1942 ou hoje?
«O futuro imediato tem grandes probabilidades de se parecer com o passado imediato, e no passado imediato as mudanças tecnológicas rápidas, efectuando-se numa economia de produção em massa e entre uma população onde a grande maioria dos indivíduos nada possui, têm tido sempre a tendência para criar uma confusão económica e social. A fim de reduzir essa confusão, o poder tem sido centralizado e o controle governamental aumentado. É provável que todos os governos do Mundo venham a ser mais ou menos totalitários, mesmo antes da utilização prática da energia atómica; que eles serão totalitários durante e após essa utilização prática, eis o que parece quase certo. Só um movimento popular em grande escala, tendo em vista a descentralização e o auxílio individual, poderá travar a actual tendência para o estatismo. E não existe presentemente nenhum sinal que permita pensar que tal movimento venha a ter lugar.»
Não há nenhuma razão, bem entendido, para que os novos totalitarismos se pareçam com os antigos. (...) Um estado totalitário verdadeiramente «eficiente» será aquele em que o todo-poderoso comité executivo dos chefes políticos e o seu exército de directores terá o controle de uma população de escravos que será inútil constranger, pois todos eles terão amor à sua servidão. Fazer que eles a amem, tal será a tarefa, atribuída nos estados totalitários de hoje aos ministérios de propaganda, aos redactores-chefes dos jornais e aos mestres-escolas.»
Aldous Huxley, "Admirável Mundo Novo". Lisboa: Livros do Brasil, 1999. Prefácio escrito em 1942, p.15.
« Para governar, é necessário deliberar, e não perseguir. Governa-se com o cérebro, nunca com os punhos. (...) não se pode consumir muito se se fica tranquilamente sentado a ler livros»
Idem, p. 63.
1 comentário:
há que ler, portanto! Enquanto houver luz ;)
(já aprendíamos era braille, quem sabe não vai ser preciso num futuro próximo)
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