É este senhor, que querem? De certeza?
Em França, as sondagens publicadas após o debate entre os dois candidatos, continuam a dar vantagem a Nicolas Sarkozy. Apesar de não ter conseguido ver o debate Ségolène/Sarkozy na íntegra, pareceu-me que Sarkozy tentou esconder a faceta da brutalidade e Ségolène insistiu temática das políticas sociais.
A candidata de esquerda insistiu no combate ao desemprego, pela criação de 500 mil empregos para os jovens (onde é que eu já ouvi isto?), construção de mais esquadras e centros de reabilitação, aumento da eficácia dos hospitais públicos e a manutenção das 35 horas de trabalho. Sarkozy desvalorizou estas questões pelos custos que acarretam, sobretudo as 35 horas de trabalho que admite não eliminar, mas vai incentivar as horas extraordinárias, posicionou-se claramente contra a adesão da Turquia à União Europeia. Portanto, nada de novo…
A candidata de esquerda insistiu no combate ao desemprego, pela criação de 500 mil empregos para os jovens (onde é que eu já ouvi isto?), construção de mais esquadras e centros de reabilitação, aumento da eficácia dos hospitais públicos e a manutenção das 35 horas de trabalho. Sarkozy desvalorizou estas questões pelos custos que acarretam, sobretudo as 35 horas de trabalho que admite não eliminar, mas vai incentivar as horas extraordinárias, posicionou-se claramente contra a adesão da Turquia à União Europeia. Portanto, nada de novo…
O momento mais caricato do debate, na minha opinião, é quando Sarkozy fala das crianças deficientes e na sua integração no sistema de educação. É acusado de imoralidade politica pela sua adversária, porque anulou a medida socialista de colocação de 7 mil funcionários públicos a acompanhar estas crianças. Ségolène disse mesmo: «Je suis en colère!». Eu por acaso, também fico um pouco colérica quando ouço isto:
«Que tipo de educadores seríamos nós, se não pudéssemos chamar vadios aos vadios?»
Quase um terço do seu discurso foi ocupado a desmontar as consequências desta revolta estudantil, que marcou profundamente a França e toda a Europa. Contra o "cinismo de Maio de 68",Sarkozy propôs "aos franceses reatar a politica com a moral, a autoridade, o trabalho e a nação".»
Ségolène não será a candidata perfeita, e no debate faltou-lhe explicar como iria assegurar a concretização das políticas sociais que propõe. Mas como podem os franceses colocar no poder aquela figura de ar agressivo e autoritário, que diz isto do Maio de 68?
Talvez não seja motivo, para ficar colérico... Mas, se os próprios franceses rejeitam a herança de 68, o que será dos ideiais de esquerda no futuro?
Talvez não seja motivo, para ficar colérico... Mas, se os próprios franceses rejeitam a herança de 68, o que será dos ideiais de esquerda no futuro?
Nota: O cartoon é de David Miège
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