quarta-feira, abril 11, 2007

"Era tão bom dormir!"




Quero acabar entre rosas, porque as amei na infância.


Os crisântemos de depois, desfolhei-os a frio.


Falem pouco, devagar.

Que eu não oiça, sobretudo com o pensamento.



O que quis? Tenho as mãos vazias,


Crispadas flebilmente sobre a colcha longínqua.


O que pensei? Tenho a boca seca, abstracta.


O que vivi? Era tão bom dormir!





Poema de Álvaro de Campos

1 comentário:

No Limite do Oceano disse...

O que quero...deixa-me mesmo ficar de mãos vazias, mas no entanto penso que se fico com o ar em mãos posso fazer dele a oportunidade de ir mais além, ao sítio, não do picapau amarelo mas aonde o meu coração relaxa nos intervalos em que grita, sorri e boceja...