"Poema"
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Alguma coisa onde tu parada
fosses depois das lágrimas uma ilha
e eu chegasse para dizer-te adeus
de repente na curva duma estrada
alguma coisa onde a tua mão
escrevesse cartas para chover
e eu partisse a fumar
e o fumo fosse para se ler
alguma coisa onde tu ao norte
beijasses nos olhos os navios
e eu rasgasse o teu retrato
para vê-lo passar na direcção dos rios
alguma coisa onde tu corresses
numa rua com portas para o mar
e eu morresse
para ouvir-te sonhar
António José Forte
in Poemas de amor e abandono, Coimbra-Castelo Branco, Alma Azul, 2002, p. 55
3 comentários:
lindo... tão lindo...
Claro que é, neste blog só entram poemas lindos... Espero que os leitores deste blog, dele tirem bom proveito e que posteriormente me venham agradecer! :))
Por isso deixei o comentário, para agradecer... tornaste a minha manhã um pouco mais luminosa...
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