domingo, fevereiro 25, 2007

Isto não é um cliché!!

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Ter a mania de dar palpites, em noite de Óscares, não é um cliché...

Os meus palpites estão destacados:

Melhor filme | best picture

Babel | Babel
Departed, The | The Departed: Entre Inimigos
Letters from Iwo Jima | Cartas de Iwo Jima
Little Miss Sunshine | Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos
Queen, The | A Rainha


Melhor realização | best director

Alejandro González Iñárritu | Babel
Clint Eastwood | Letters from Iwo Jima
Martin Scorsese | Departed, The
Paul Greengrass | United 93
Stephen Frears | Queen, The

Melhor actor | best actor in a leading role

Forest Whitaker | Last King of Scotland, The
Leonardo DiCaprio | Blood Diamond
Peter O'Toole | Venus
Ryan Gosling | Half Nelson
Will Smith | Pursuit of Happyness, The

Melhor actriz | best actress in a leading role
Helen Mirren | Queen, The
Judi Dench | Notes on a Scandal
Kate Winslet | Little Children
Meryl Streep | Devil Wears Prada, The
Penélope Cruz | Volver

Melhor actor secundário | best actor in a supporting role

Alan Arkin | Little Miss Sunshine
Djimon Hounsou | Blood Diamond
Eddie Murphy | Dreamgirls
Jackie Earle Haley | Little Children
Mark Wahlberg | Departed, The

Melhor actriz secundária | best actress in a supporting role

Abigail Breslin | Little Miss Sunshine
Adriana Barraza | Babel
Cate Blanchett | Notes on a Scandal
Jennifer Hudson | Dreamgirls
Rinko Kikuchi | Babel

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

20 anos depois...



Zeca Afonso

"Canção de Embalar"

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

"Parábola"

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Os Pescadores tiraram uma garrafa das profundezas.
Havia nela um papel que continha as seguintes palavras:

"Acudam! Estou aqui. O oceano atirou-me para uma ilha deserta. Estou junto à água à espera de ajuda. Depressa. Estou aqui!"


- Não traz data. Por certo já e tarde. A garrafa poderia ter andado à deriva por muito tempo - disse o primeiro pescador.


- E não indicou o lugar. O oceano, pode ser um qualquer - disse o segundo pescador.


- Não é por ser tarde nem longe. A ilha Aqui pode estar em qualquer parte - disse o terceiro pescador.


Sentiram embaraço, fez-se silêncio. Com as verdades universais, é sempre assim.


WISLAWA SZYMBORSKA, Alguns gostam de poesia: antologia, p. 135.

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Brinca-se...

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Neste país, brinca-se de facto.... Se é ao Carnaval, se é com a nossa cara já não sei dizer...
Cá brinca-se às OPAS, um dia há OPA, no dia seguinte já não há OPA.

Brinca-se às demissões e à convocação de eleições antecipadas. Há um bobo da corte que goza com o Estado, com as instituições e com o dinheiro dos contribuintes, aplaudido pelo maior partido da oposição.

Brinca-se com o poder de comprar, vender e corromper, sem que nenhuma responsabilidade seja assumida.

Brinca-se ao país desenvolvido do choque tecnológico, que é afinal o país da mão-de-obra barata.

Brinca-se a fechar urgências e maternidades. Para que precisam delas meia-dúzia de pacóvios no interior?

Brinca-se ao TGV e ao aeroporto da OTA.

Brinca-se aos indultos.

E eu podia continuar, mas repetir mais vezes a palavra “brinca-se” começa a soar a ridículo, sem ironia aparte.... Salto para a conclusão final.

A brincadeira parece ter tanta piada, que dois anos depois os portugueses dão uma nota positiva ao organizador deste Carnaval, líder nas sondagens e na popularidade...

Neste país, brinca-se de facto...

domingo, fevereiro 18, 2007

Nevoeiro

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Mark Tucker

"Country Road Fog"


sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Votar ou não votar

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No passado domingo, 6 em cada 10 portugueses não foram votar e isso leva-me a perguntar porquê. O que leva alguém a abdicar do direito de voto? Toda a gente tem direito a criticar a política do país, mas fazê-lo, não votando, é que me parece totalmente ineficaz. Primeiro porque as taxas elevadas de abstenção, nunca levaram os governos a fazer rigorosamente nada e muito menos a questionar a forma como encaram a democracia. Segundo porque essa posição política crítica dilui-se, numa massa de pessoas que não vota por preguiça, egoísmo, ou porque se está nas tintas...

Vamos pensar em casos concretos de eleições com uma elevada taxa de abstenção. Algum governo veio dizer "ai que temos de repensar a democracia e a forma como fazemos política"ou "vamos passar a ser sérios e a cumprir as nossas promessas, senão os cidadãos não votam"? Nenhuma alteração de fundo foi levada a cabo. E porquê? Porque ninguém vai interpretar uma não posição. É como uma pergunta a que se responde com o silêncio. Alguém vai interpretar o silêncio como uma crítica, ou vai considerá-lo um consentimento ou uma cumplicidade?

Não será a abstenção uma forma de renunciar ao direito de participação, abdicar da nossa voz ou questionar a própria democracia? A democracia não tem o seu fundamento no voto? Não votar, não é questionar uma forma específica de fazer democracia, é recusar qualquer tipo de democracia. É uma rejeição do direito de escolha. Se eu não me quero pronunciar, estou a deixar que outros decidam por mim. Abdicar do direito de voto é abdicar de um regime que ouça a minha opinião, é permitir que qualquer politica não precise de legitimação. Não é abrir a porta a regimes ditatoriais que não admitem a legitimação política pelo voto?

Eu pessoalmente recuso-me a desistir da democracia abdicando do meu direito de voto. É um regime imperfeito, com muitos vícios e injustiças, que exige grandes mudanças no sentido da equidade, da justiça social e da seriedade política. Mas acredito que as nossas escolhas vão motivar essas reformas. E do poder de escolha, da nossa voz não devemos abdicar...

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

E agora, para algo completamente diferente...

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In: http://www.newropeans-magazine.org

Remember?

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

"Evolução"

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Finalmente acreditamos na liberdade e na responsabilidade!

Finalmente acreditamos nas mulheres!

Finalmente alteram-se as mentalidades!



Evoluímos!!!

Já não era sem tempo...
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sábado, fevereiro 10, 2007

"Voodoo Girl"

Her skin is white cloth,
and she's all sewn apart
and she has many colored pins
sticking out of her heart.

She has many different zombies
who are deeply in her trance.
She even has a zombie
who was originally from France.

But she knows she has a curse on her,
a curse she cannot win.
For if someone gets
too close to her,
the pins stick farther in.


quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Votar sim ou votar não?

É optimo quando questões levantadas nas caixas de comentários, dão posts. No comentário ao post anterior, o leitor António, coloca várias questões que são pertinentes e devem ser analisadas.

1. O aborto, seja por que motivo for deve ser legar e uma escolha exclusiva da mulher, desde que seja feito até às 10 semanas?

O "seja porque motivo for" é um pressuposto perigoso. Pressupõe que as mulheres são irresponsáveis, desumanas e não conseguem exercer o direito de escolha. Na minha opinião, não é assim, mas, admitindo que é, pensemos pelo menos que todo o ser humano é adverso à dor e ao sofrimento extremos (que um procedimento cirúrgico como a IVG provoca, como se sabe...). Isto para dizer que o ser humano só escolhe a dor e o sofrimento, se não encontrar no seu íntimo outra alternativa.


2. As mulheres que cometem abortos devem ser condenadas?

Neste ponto, se percebi bem, tanto os partidários do sim como do não, acham que as mulheres não devem ser condenadas. Completamente de acordo, é isso que se pergunta no referendo, se queremos despenalizar. A resposta é sim, dizer não é penalizar e isso é igual a criminalizar. Não há penalização sem culpados, afirmar o contrário é uma falácia.


3.
Deve, o estado ajudar as mulheres a fazer abortos?

O Estado tem a responsabilidade de ajudar as mulheres a lidar com uma gravidez indesejada. O Estado também tem a responsabilidade de assumir as consequências de políticas de planeamento familiar, educação sexual e protecção da maternidade que nunca levou a cabo. Não pode deixar as mulheres entregues a si próprias e a qualquer carniceiro(a) de vão de escada (e aqui releia-se o que disse e muito bem a Maria José Morgado).

Não é preferível que as mulheres se dirijam a um hospital, onde vão encontrar apoio médico, informação, aconselhamento psicológico, em vez de se deslocarem a locais onde só vão encontrar pessoas interessadas no seu dinheiro? Será que no vão de escada, há algum apoio, algum aconselhamento? Aliás, eu estou até convencida, que com o devido acompanhamento num hospital público, muitas mulheres poderão desistir da ideia de abortar. Será que os partidários do não pensaram nessa hipótese?

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Referendo: citações a ponderar III

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"Há clínicas em Portugal que são 'slot machines' de ganhar dinheiro (...), o aborto ilegal é um negócio que produz dinheiro sujo, que não é tributado (...) Estes fenómenos potenciam a corrupção, a venalidade e crimes de enriquecimento ilícito"

Maria José Morgado deixou ainda algumas críticas à classe médica, lamentando que não reconheça mais frequentemente o perigo para a saúde psíquica da mulher como um motivo para a realização de aborto legal. "A opinião médica tem sido excessivamente restritiva, autista e até insensível na indicação de causas para a saúde psíquica", criticou.

Maria José Morgado, citada no Público


"O sistema nervoso central de facto não funciona até às dez semanas (.. .) É completamente impossível às dez semanas haver sensibilidade, consciência, capacidade relacional entre o feto e a mãe", defendeu, acrescentando que um aborto realizado neste momento da gravidez "é seguro para a mulher e para os técnicos de saúde".

Miguel Oliveira da Silva, Professor de Ética Médica na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa


«A lei actual tem de ser mudada porque "é ineficaz no plano da prevenção e desproporcionada no plano da punição". »

Alberto Martins

domingo, fevereiro 04, 2007

"Nada duas vezes"

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Duas vezes nada acontece nem acontecerá.

E assim sendo, nascemos sem prática e sem rotina vamos morrendo.

Nesta escola que é o mundo,

mesmo os piores

nunca repetirão

nenhum Inverno, nenhum Verão.

Os dias não podem ser repetidos,

não há duas noites iguais,

não há dois beijos parecidos,

não se troca o mesmo olhar.

Ontem, o teu nome em voz alta pronunciado

foi como se uma rosa me tivessem atirado.


Poema de WISLAWA SZYMBORSKA

sábado, fevereiro 03, 2007

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

How low can you go II



"Um dia quando estava feliz a brincar no mais íntimo das tuas entranhas senti algo de muito estranho, que não sabia como explicar: algo que me fez estremecer. Senti que me tiravam a vida!... Uma faca surpreendeu-me quando eu brincava feliz e quando só desejava nascer para te amar (...) Mãe, como foste capaz de me matar?..." Este é apenas um excerto de uma carta que foi colocada nas mochilas de crianças de dois infantários de Setúbal, o Aquário e a Nuvem, da rede de instituições particulares de solidariedade social (IPSS), e por isso comparticipados pelo Estado, no caso dirigidos pelo Centro Paroquial de Nossa Senhora da Anunciada.


"Como poderia eu imaginar que uma mãe fosse capaz de matar o seu filho quando, em casa, não maltratam nem o gato, nem a televisão?"E continua. "Agora, Mamã, sei tudo. Estou aqui no outro mundo e um companheiro que teve a mesma sorte do que eu, disse-me que sim, que foste tu... Disse-me que há mães que matam os filhos antes de nascerem. Mãe, como foste capaz de me matar? (...) Por acaso pensavas comprar uma máquina de lavar ou um aspirador, com os gastos que talvez eu te iria causar?"


A carta remata com a ameaça do Juízo Final e com um apelo. "Ele me disse que terás de Lhe dar contas do que fizeste! (...) Mamã, antes de me despedir de ti, peço-te um favor, que esta carta que te escrevo, a dês a ler às tuas amigas e futuras mães, para que não cometam o monstruoso crime que tu cometeste."


Excerto retirado do DN Online

Esta carta é das coisas mais aberrantes e crueis que já alguma vez li. Um embrião com menos de 10 semanas que nem tem ainda o sistema nervoso central desenvolvido, mas é capaz de elaborar juízos de valor e de pensamento abstracto, acusa a mãe de o assassinar a troco de dois electrodomésticos (pelos vistos é o que custa educar uma criança hoje em dia, para estes senhores...)?? É indescritível o que algumas pessoas têm de perverso e mau, sobretudo quando se dizem crentes. Tenho pena de partilhar este país, com pessoas capazes de tais enormidades!