sábado, maio 07, 2011

O que vem no memorando na Troika e não convém que se saiba o que significa - Parte I

Anunciado o acordo com a Troika, ficaram as pessoas muito tranquilas, porque não há cortes nos salários e não vão perder os 13º e 14º meses. O que não lhes disseram, foi que existem uma serie de outras medidas, que lhes vão custar mais que dois meses de salário. O que lhes dizem é que se trata de um bom acordo. Analisemos algumas medidas que eu tirei do memorando, para ver o bom que é. Vamos fazer isto por partes, porque ainda são 34 páginas e porque tudo de uma vez, é capaz de causar danos à saúde. Cá vai o inicio:

«Redução dos custos com educação em 195 milhões de euros, racionalizar a rede escolar e reduzir os custos de pessoal»
Como é que se reduz custos, racionalizando a rede escolar? Só uma forma, encerram-se escolas e para se atingir 195 milhões de euros, não serão duas ou três. Bem podem as pessoas deixar ter como garantida uma escola para os filhos… E a redução de custos de pessoal, não significa despedimentos?

«Congelamento de salários e promoções no sector publico»
Já estamos habituados, mas quando temos que pagar mais impostos e o custo de vida aumenta exponencialmente (como veremos a seguir), o congelamento de salários passa rapidamente a perda efectiva de rendimento.

«Redução de custos com empresas publicas em 415 milhões»
Não seria mau, se isto não afectasse os correios e as empresas de transporte. Está preparado para ver o custo do passe mensal dobrar ou triplicar ou mesmo para ver o transporte que usa reduzido ou suprimido?

«Corte em 150 milhões nos benefícios fiscais às empresas e 150 milhões nos benefícios fiscais aos particulares, colocando tectos máximos nas deduções em habitação e saúde»
Isto significa que o Estado retém mais impostos, os cidadãos não serão reembolsados mesmo que tenham encargos que o justifiquem. Menor rendimento anual…

«Aumento da receita do IVA em 410 milhões, alterando a categoria de bens e serviços dos escalões reduzidos e intermédio para o escalão máximo, aumento de impostos (automóveis, tabaco e electricidade)»
Esta medida só por isso demonstra a bondade do acordo! São capazes de calcular o aumento de preço de um produto cujo IVA passa de 6 para 13%, ou de 6 para 23%. É o caso do gás e a electricidade, nada essenciais... Como vão as pessoas com reformas de 200 euros suportar este aumento dos bens essenciais? Não vão, aliás nem quem ganha um salário mínimo e alguém está preocupado? Não, foi um bom acordo!

(continua...)

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