sexta-feira, julho 03, 2009

O Estado da Nação “according to me”

Discutiu-se ontem na Assembleia da República o Estado da Nação, em que o optimismo do governo que parece não partilhar o mesmo espaço/tempo que nós meros mortais. É que nós meros mortais percebemos que algo está profundamente errado e estamos fartos que sucessivos governos se demitam da responsabilidade dessa situação.

É perceptível para todos a desigualdade social gritante, há de facto quem não tenha sofrido com a crise e continue a lucrar, há sectores que não sofrem avaliações e penalizações e por outro lado, há quem não tenha acesso ao subsídio de desemprego. Persiste o velho problema, uns pagam impostos, outros não, uns têm direitos, outros não. A igualdade de oportunidades é um mito. A educação e a saúde têm um preço cada vez mais elevado. O acesso à reforma foi dificultado e há de facto uma forte penalização.

E o que dizer do acesso à justiça? Já de si caro e moroso, já de si só acessível a alguns, foi ainda dificultado pelo aumento das custas judiciais. Nem será de falar das empresas que encerraram sem que nada fosse feito. Preferem-se planos de investimento megalómanos que vão afectar o nosso endividamento, a investimentos ponderados na recuperação de escolas e hospitais, que podiam estimular a economia a nível local. Até a nível ambiental se conseguiu desresponsabilizar as industrias que façam descargas poluentes...


E devo-me estar a esquecer de outras tantas evidências, mas a nota fundamental é que há sempre quem ganhe e não somos nós meros mortais. E convém acrescentar que o que se discutiu não foi o Estado da Nação, nem as questões que eu levantei. Discute-se um imbecil que não se sabe comportar e que já tinha demonstrado isso há muito tempo, porque agora fez um gesto ofensivo e isso é que é a noticia... Os gestos ofensivos deste governo ao longo da legislatura, não incomodaram ninguém...


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