segunda-feira, julho 06, 2009

Já paravam de falar no Cristiano Ronaldo!

O tempo que as nossas televisões têm dedicado à novela Cristiano Ronaldo já roça o insulto. O telejornal da televisão pública tem sido nos últimos dias a versão televisionada da revista Caras, ao dar um longo destaque ao suposto caso do futebolista com a Paris Hilton. “Who cares”, pergunto eu? Aparentemente toda a gente... Ele é notícia de abertura e ocupa 10 a 20 minutos de telejornal? Directos do Santiago Barnabéu durante toda a semana que antecede a apresentação do jogador? Caramba, só lá estão turistas a tirar fotos... suponho que como é o dinheiro dos contribuintes a pagar o tempo de satélite, não faz mal...

Tudo se justifica com a euforia à volta do jogador, como se a vida do Cristiano Ronaldo tirasse o sono a alguém. As pessoas estão muito mais preocupadas em manter o seu emprego e em pagar as suas contas e preferiam saber dos problemas reais que as afectam. Mas alguém entende que querem saber do Cristiano Ronaldo. Alguém decidiu que há euforia. Pretende-se fazer crer que se trata de um sucesso nacional, tentando empolar algum nacionalismo básico, para que as pessoas esqueçam que este país de bem sucedido tem muito pouco.

Já que a população em geral, poucas possibilidades tem de obter qualquer sucesso profissional, é importante mostrar que Ronaldo consegue. Se ele consegue, o povo também. Olhem para o Cristiano Ronaldo, todos os directos, todas as reportagens, horas de informação pertinente... porque há um salário milionário e uma Paris Hilton a cada esquina! A realidade fica para depois...

Fonte da imagem: www.toonpool.com/cartoons/

Adenda: Enquanto publico este post, a SicNoticas mostra uma entevista do Nuno Luz à TVE (sim a TVE quis entrevistar o Nuno Luz, por incrivel que pareça), em que ele explica que a historia de Ronaldo é como a da Cinderela e que ele é uma pessoa muito simples... É desta que eu não consigo conter o vómito...

1 comentário:

Pedro Fontela disse...

Sim patrotismo do mais primário e acéfalo. Não é de menosprezar o próprio fascinio mórbido das pessoas com a vida do vizinho misturado com a contra-informação que se quer fazer sobre o real estado do país.