sexta-feira, maio 18, 2007

Números divergentes

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Notícia nº1

«Desemprego registado cai 10,4% em Abril

O número de desempregados registados nos centros de emprego do Instituto do Emprego e Formação profissional (IEFP) espalhados pelo Continente e pelas Regiões Autónomas registou uma diminuição de 10,4% em Abril face ao período homólogo de 2006, totalizando 420 685 pessoas.»


Notícia nº2

«Desemprego em Portugal sobe para 8,4% e atinge record da década

Neste momento, há mais 40 mil e 200 desempregados do que no mesmo período do ano passado e mais 11 mil e trezentos do que no último trimestre de 2006.»


Solução do Governo: "Vamos acreditar no IEFP, se ignorarmos o problema, talvez ele desapareça…"

3 comentários:

Unknown disse...

As contas são feitas de forma diferente entre o INE e o IEFP. Acho que o IEFP só conta o número de inscritos nos centro de emprego em determinado espaço de tempo. A percentagem no INE é mais "estatística", é feito por inquérito e tem várias condições. Para os cálculos do INE só são considerados desempregados, os indivíduos com idade superior a 15 anos, que na semana anterior ao inquérito, se encontrem simultaneamente nas seguintes condições:(1) Não ter trabalho remunerado ou qualquer outro; (2) Estar disponível para trabalhar num trabalho remunerado ou não; (3) Ter procurado trabalho, isto é, que tenha feito diligências ao longo das últimas 4 semanas para encontrar um emprego remunerado ou não.
ASENSIO

Hopes disse...

Obrigado pelo esclarecimento. Mas, o que este post pretende demonstrar é que a mesma realidade deu origem a notícias diferentes, porque foram baseadas em conclusões extraídas por métodos diferentes. Nunca disse que os métodos do INE e do IEFP são iguais.

A questão é qual dessas fórmulas reflete com maior exactidão, a realidade do desemprego e qual delas vai nortear a acção do governo. Na minha opinião, é a fórmula do INE. Essa também é a fórmula que a OCDE utiliza.

Os dados do INE são tão preocupantes, que a CIP já veio dizer que o INE não tem credibilidade. E apontou, como indicador positivo os dados do IEFP e o aumento do número de ofertas de emprego, em relação ao nº de inscritos.

Perante duas fórmulas que descrevem uma determinada realidade, escolhemos a que melhor suporta os nossos argumentos. A CIP já o fez e o governo não tardará a fazê-lo... Só que seja qual for a fórmula de análise, a realidade não muda, só porque manipulamos a perspectiva.

Unknown disse...

Ah ok, pensei que estivesses a questionar o porquê das diferentes percentagens (estou iliterado).

Eu também considero os dados do INE mais credíveis, mas mesmo esse cálculo é muito discutível e não dá a "conta" certa dos desempregados reais (basta olhar para as condições impostas). Tenho a certeza que a percentagem será mais alta.

Quanto à mudança de perspectiva, já se sabe como é. O governo vai agarrar-se aos dados mais convenientes dizendo que os outros não estão totalmente correctos por qualquer motivo. A oposição agarra-se aos mais preocupantes para decretar falência das políticas seguidas. Quando trocarem de lugares voltam a trocar de perspectivas... Se tudo no mundo fosse assim previsível talvez vida fosse um sossego.
ASENSIO