terça-feira, abril 25, 2006

As portas que Abril abriu

Passados 32 anos da Revolução dos Cravos, o que é que vemos? Os dois partidos da direita a recusam-se a usar o cravo vermelho na lapela e a aplaudir os capitães de Abril. O Presidente da República, sem cravo vermelho também, claro está, denuncia a injustiça social, a interioridade, o desemprego, a pobreza… e a situação dos idosos, ninguém diria que foi o mesmo senhor que teve 10 anos para resolver estes problemas e outros. Mas o Primeiro-Ministro, esse sim, traz um cravo vermelho na lapela e claro, que está a fazer do combate à exclusão social o seu cavalo de batalha, encerrando escolas e maternidades.
Entretanto Telmo Correia, acha que o 25 de Abril ao lado do 25 de Novembro não foi nada e que essa data, sim, deve ser assinalada. Para os portugueses tanto melhor, mais um feriado e se der para fazer ponte…
E finalmente, a cereja no topo do bolo, o Sr. Alberto João não comemora oficialmente o 25 de Abril na Madeira. Não ouvi o Presidente da República condenar, suponho que persiste a ideia do “se o ignorarmos, talvez ele desapareça”, que tão bons resultados tem dados ao longo dos anos…
São estes os senhores que nos pedem sacrifícios, que nos dizem que já não há empregos para toda a vida, que a saúde e a educação já não são para todos, que a desigualdade e a precariedade são inevitáveis… Enfim, são os mesmos que nos tentam convencer que foram estas as portas que Abril abriu…

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