segunda-feira, abril 18, 2011

Mau demais...

Porque é que há dez dias, que não escrevo? Porque tem sido tudo tão mau, que me deixa estarrecida. Pegar em quê, falar do quê, se já não há pingo de sensatez em coisa alguma. A crítica seria positiva se comparada a um edifício, se pudesse manter os alicerces e reconstruir o resto. Mas nada disto é possível, com esta classe politica incompetente, esta banca traidora, estes economistas desumanos e esta comunicação social imberbe que os alimenta a todos. É um edifício que já só pode ser demolido, de preferência com uma daquelas demolições com dinamite em que só se vê uma nuvem de pó. Isto é um desfile de mentirosos, vendidos e lambe-botas sem remédio possível. Cabe na cabeça de alguém, que com o FMI a querer levar o país à bancarrota, a afiar a guilhotina que sentenciará de morte não só os mais pobres e desprotegidos, mas toda uma classe média, PS e PSD façam das mais tristes figuras da nossa vida democrática? Congressos apoteóticos, que mais parecem comícios fascistas ou assembleias da IURD (ia jurar que o António Vitorino estaria possesso por algum espírito demoníaco)? Abrir os partidos a oportunistas, arautos da cidadania que se vendem aos mesmos que traem os ideais, que antes defenderam? Revelar que se derrubou um governo, por não existir uma reunião que existiu de facto, estendendo a passadeira vermelha ao FMI? Descobrir que o partido da oposição consegue mentir mais que o seu adversário político? E depois querem que exista uma união nacional de toda esta gente imbecil? Devem entender-se? Não percebem que esse entendimento sempre existiu e o resultado está à vista, nenhum destes grupos fez mais nada, que não servir-se do bem público em proveito próprio. Um entendimento fantástico, para levar o país à degradação moral e politica, já não bastava a económica e a financeira…

Há uns tempos atrás, eu não usaria este tom insultuoso, seria construtiva na crítica, apontaria alternativas… e já falei de tantas alternativas, mas com esta elite que nos representa não há esforço construtivo que resulte. Porque não falam estas pessoas da necessidade de uma auditoria às contas, para se saber quem deve exactamente o quê? A divida é pública ou é sobretudo privada e se é privada, não foi a Banca a responsável? Porque se aceitam imposições externas, se a dívida podia ser reestruturada? É preciso que venham outras ideologias e outras propostas. São necessários políticos que defendam os cidadãos, o estado social, vendo o bem público como um fim em si mesmo. É preciso que as pessoas venham antes do lucro, antes da banca, antes da ditadura dos mercados.

1 comentário:

Bruno Ramalho disse...

Quem fala assim não é gago. Verdades não são insultos. Adorei o texto :)