Oskar Lafontaine sobre a Esquerda
Oskar Lafontaine esteve na origem do "Die Linke", um projecto alemão de refundação da esquerda, que apesar de só ter 2 anos e meios conta com o apoio de 12% dos eleitores alemães. Deixo alguns excertos das suas declarações sobre o problema da esquerda actual e da necessidade de profundas alterações:
«Ao início da minha carreira política, há cerca de 40 anos, as posições dos partidos de esquerda na Europa ainda eram relativamente claras, as suas missões estavam bem definidas. Ainda não havia esta uniformidade centrista que os grandes partidos revelam hoje.
(...) Quer seja na Inglaterra, quer na Alemanha, quer em Espanha, quer em França ou alhures, a distância entre a teoria e a prática política é sintomática para a história do socialismo da Europa do Oeste. Quase sempre e quase por toda a parte, os dirigentes dos partidos socialistas abandonaram os seus princípios - frequentemente contra a vontade da massa dos militantes - em troca de uma pasta governamental.»
Lafontaine propõe ainda um conteúdo programático claro e coerente, insistindo na nacionalização de sectores estratégicos e no reforço dos serviços públicos:
(...) Quer seja na Inglaterra, quer na Alemanha, quer em Espanha, quer em França ou alhures, a distância entre a teoria e a prática política é sintomática para a história do socialismo da Europa do Oeste. Quase sempre e quase por toda a parte, os dirigentes dos partidos socialistas abandonaram os seus princípios - frequentemente contra a vontade da massa dos militantes - em troca de uma pasta governamental.»
Lafontaine propõe ainda um conteúdo programático claro e coerente, insistindo na nacionalização de sectores estratégicos e no reforço dos serviços públicos:
«Contra a ideologia de privatização pregada pelos porta-vozes do neoliberalismo, salvaguardamos a ideia de uma economia pública sob controlo democrático. Preconizamos uma economia mista onde as empresas privadas, a grande maioria, estão lado a lado com as empresas nacionalizadas. Sobretudo as empresas de que dependem as necessidades fundamentais para a existência da sociedade - o sector da energia por exemplo, ou até o sector bancário, na medida em que é indispensável para o funcionamento de toda a economia - devem ser nacionalizadas.
Voltamos a pôr na ordem do dia a questão da autogestão operária e a participação dos empregados no capital da sua empresa, que parece estar hoje esquecida.
Lutamos contra uma política de desmontagem social que dá prioridade aos interesses dos investidores e que faz pouco da injustiça social crescente, da pobreza de muitas crianças, dos salários baixos, dos despedimentos nos serviços públicos, da destruição do ecossistema. Lutamos contra uma política que sacrifica o que nos resta de uma opinião pública deliberativa ao rendimento do capital financeiro. Não aceitamos a privatização dos sistemas de providência social, nem a privatização dos serviços de transportes públicos. Também não aceitamos a privatização do sector da energia e ainda menos a privatização do sector público da educação ou da cultura. A nossa política fiscal quer voltar a dar ao estado os meios para cumprir as suas funções clássicas. »
1 comentário:
É a esquerda pela qual sempre me bati e conheço...democrática sim... mas com princípios!
Liberal..liberal...era mesmo o pai Natal!
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