segunda-feira, março 19, 2007

Um infeliz aniversário

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O início da invasão do Iraque foi há 4 anos. Parece que foi ontem que ouvimos o Sr. Bush falar de uma guerra que duraria somente 3 semanas e que vimos a estátua de Saddam tombar. Parece que ainda ouço as vozes eufóricas que comparavam o tombar da estátua ao nosso 25 de Abril...


Mas depressa os factos desmentiram a euforia. Os sucessivos ataques suicidas, a inexistência de armas de destruição massiva, as torturas em Abu-Ghraib, o sequestro de estrangeiros e o sangue derramado de milhares vítimas iraquianas e de soldados norte-americanos... E por fim, a execução de Saddam, que mais não foi que uma acha para a fogueira.


Hoje uma sondagem do “USA Today”, revela que somente 18% dos iraquianos confia na coligação liderada pelos EUA, a maioria acha que a presença de tropas estrangeiras aumentou a insegurança no país. Nove em cada dez iraquianos vivem com medo de morrer. Leio o testemunho impressionante de uma iraquiana:


«Comemos, bebemos e dormimos como animais, mas os animais têm sorte, porque não estão assustados o tempo todo como nós. Não pensam que podem ser assassinados a qualquer momento, por isso acredito que são mais felizes que nós.»


À insegurança junta-se a escassez dos serviços básicos, como o fornecimento de electricidade. Reina o pessimismo e o desalento, há falta de adjectivos que melhor descrevam o drama dos iraquianos. Choca-me que esta situação tenha culpados e que os culpados permaneçam impunes e alheios ao sofrimento dos iraquianos.

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