sábado, setembro 23, 2006

Socialismo para o séc.XXI? Um lugar no Conselho de Segurança da ONU?

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[Aviso prévio: Ao que parece ao longo desta semana, o meu espírito de síntese foi-se e adquiri o estranho hábito de colocar citações a fundamentar o que digo, logo este post está enorme e não me apetece cortar partes. Podem saltar as citações, se forem assim pró-preguiçoso…se saltarem o post todo, eu também percebo]

Agora que já tenho tempo suficiente para o blog, o que se me apraz fazer é falar do homem que deixou a Assembleia da ONU a rir. Temas e personalidades mais interessantes haveria, mas este senhor é o único carinhosamente chamado de “Clown President” na imprensa norte-americana. É o senhor que canta em programas de televisão, aliás tem um programa só para ele, em que troca impressões via satélite com Fidel Castro e outros presidentes sul-americanos (ver o inicio deste artigo)

Exuberância, show mediático, enfim… olha-se para ele e a palavra POPULISMO, ocorre imediatamente. Eu não gosto do estilo, nem com livro de Noam Chomsky na mão, mas o povo venezuelano pelos vistos gosta. Vamos dar-lhe o benefício da dúvida (pausa para reparem na minha capacidade de autoquestionamento). Porquê a adesão popular? Porque é que quando se fala de Hugo Chávez, este é por muitos associado ao socialismo para o séc. XXI?

Será que é pelo discurso contra a hegemonia americana, proclamando o multilateralismo e a defesa da anti-globalização? E a nível interno? Há uma política de incentivo à participação cívica local, tratam-se de medidas para fomentar a desburocratização pela criação dos “conselhos comunais”. Desculpem a longa citação, mas é para ajudar a perceber as medidas a que me refiro:
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“O povo organizado deve fazer parte do novo Estado, participativo, social, de tal forma que este velho Estado paralisado, burocrático, ineficaz, seja totalmente derrubado”, explicava Chávez em 2004. Na época, ele evocava, principalmente, as “missões”, esses programas administrados pela “comunidade”, que ladeavam o “velho Estado” para atender à urgência social. A recente criação dos “conselhos comunais” [6], em 10 de abril de 2006, representa uma nova etapa importante rumo à construção deste “novo Estado” e das formas de governo local nas quais ele repousará.
“As pessoas começam fazendo um “croqui social” da comunidade: as casas, os habitantes, as rendas, mas também os problemas de infra-estrutura, os problemas sociais, etc.”. Esse trabalho permite elaborar, em conjunto, o “diagnóstico participativo” e estabelecer prioridades: abastecimento de água, evacuação dos esgotos, criação de um centro de tratamento, etc
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Tem como inimigos a administração Bush e a chamada “sociedade civil venezuelana” ou «société civile, en gommant cyniquement la majorité, les quatre protagonistes - Fedecámaras, CTV, Eglise, classes moyennes -, auxquels se joignent les médias, reconvertis en parti politique, cherchent à créer artificiellement une situation d’ingouvernabilité». Convenhamos que se esta malta não gosta dele, isso só abona a seu favor.... E finalmente, parece que nacionalizou a industria petrolífera - Petroleós de Venezuela SA (PDVSA), o que chateou bastante os lobbies economicos lá do sítio...

Mas existem aspectos que na minha opinião, afastam Chávez do que seria desejável para o socialismo do século XXI. Refiro-me ao populismo e mediatismo, já falei do show televisivo, mas ao acima referido devo acrescentar a sua estratégia eleitoral. Reparem como se associa uma crença popular tradicional (a batalha de Santa Inês) à necessidade de votar Chávez:
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Às três horas da manhã, como sugeriram os dirigentes da campanha a favor do chefe do Estado, ecoa pelas muitas colinas ocupadas por favelas uma melodia tocada por clarim, “Diana”. Foguetes ecoam por todo lado, provocando um alarido formidável ao qual se misturam os gritos de “Uh! Ah! Chávez no se va!”, os latidos dos cachorros e outros ruídos dos barrios1 .A ofensiva final da “Batalha de Santa Inês ” está lançada.

Outro factor pouco abonatório: o último grande amigo de Chávez é Mahmoud Ahmadinejad!!

Le Venezuela et l'Iran ont annoncé le renforcement de leurs liens économiques et stratégiques lors de la visite du président iranien, Mahmoud Ahmadinejad, à Caracas, dimanche 17 septembre.

"Last but not least", o conceito de diplomacia do líder venezuelo, parece ser com petróleo se compra um lugar no conselho de segurança da ONU:

«A diplomacia pessoal de Hugo Chávez, que sempre leva no bolso seu talão de cheques petroleiro, vem obtendo resultados positivos. Desde já, o presidente venezuelano garantiu para o seu país o apoio de dois membros permanentes do Conselho de Segurança, a China e a Rússia. Caracas comprometeu-se a vender 500.000 barris de petróleo por dia ao gigante chinês daqui a 2010 (contra 150.000 barris atualmente). Por sua vez, Pequim prometeu investir cerca de US$ 5 bilhões (R$ 10,79 bilhões) no setor petroleiro venezuelano.
Na Síria, Chávez anunciou a construção iminente de uma refinaria de uma capacidade de 200.000 barris por dia. Um acordo energético também foi assinado com Luanda, "que permitirá à Angola de se liberar da dominação das companhias petroleiras ocidentais", precisou o governo venezuelano. No decorrer dos últimos 15 meses, Caracas estabeleceu relações diplomáticas com onze países africanos.»

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Não me parece uma estratégia diplomática, que eu queira ver no socialismo para o século XXI... Eu sei que disse "last", e apesar de não ter a ver com socialismo, não deixa de ser curioso que numa conferência de imprensa, o líder venezuelano tenha lamentado a morte de Noam Chomsky. Mas ao que parece, Chomsky não faleceu. Antes de citar um autor e dá-lo como morto, certifique-se que ele morreu efectivamente!! Assim o pessoal até fica a pensar que Hugo Chávez não leu o livro... **

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Em suma, não é este socialismo que eu quero para o séc. XXI... Mas também não posso terminar o post, sem falar da eventual presença da Venezuela no Conselho de Segurança da ONU.

Mais que tecer juízos de valor, apetece-me perguntar, como irão pesar os aspectos acima referidos, na altura de escolher um representante para o Conselho de segurança da ONU? Será que os dirigentes que não partilham nem as convicções revolucionárias de Hugo Chávez, nem o seu discurso bélico votarão nele, de modo a estabelecer um contrapeso em relação à potência americana no Conselho de Segurança? A verdade é que ao seu estilo provocador e mediático, Chávez vai dizendo o que muitos líderes mundiais pensam, mas têm medo de dizer…

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** Depois do post ter sido escrito e publicado, o leitor deuscronio chamou-me a atenção para a gravação da conferência de imprensa de Chávez, em que se pode ouvir, que Chávez não se referia à morte de Chomsky, mas a outro autor norte-americano. Peço desculpa pelo lapso, mas o que é certo, é que quer o New York Times, quer o Le Monde noticiam a gaffe de Chávez.

24 comentários:

Anónimo disse...

Hopes and Dreams, folgo em saber-te de volta à blogosfera, e sem capacidade de síntese, que assim escreves mais :) (mas estás preguiçosa, é quase só citações... já pareces eu ;))
Em relação ao sr. presidente palhaço, o teu post só reforça a minha posição pessoal: apesar do estilo (e é um apesar enfatizado), tenho alguma simpatia por ele. Gostava de o ver no Conselho de Segurança... quanto mais não fosse, servia para se prestar mais atenção às suas reuniões, quantas vezes se decidem coisas de repercussões enormes que não saem nas notícias...

Hopes disse...

Obrigado, António! Mas devo protestar acerca do preguiçosa, a informação para as citações levou muito tempo de pesquisa. É que existe muita coisa sobre o Chávez, mas muita da informação é contraditória e não é facil distinguir o que é fiável. Se reparares na nota do final do post, deparei-me com duas notícias falsas de 2 jornais internacionais de grande reputação...
Mas sobre o Chávez, incomoda-me não só o estilo, mas a forma como tem vindo a trocar petroleo por votos para o Conselho de Segurança e a aproximação perigosa ao Irão. Apesar disso, tenho que concordar contigo, a presença dele no conselho de segurança, pode chamar a atenção da comunidade internacional para os assuntos aí discutidos. E há que dizê-lo, é a única voz que se poderá erguer abertamente contra a administração Bush...

sabine disse...

Há coisas no socialismo dele com as quais concordo. Por exemplo, na nacionalizaçao do petroleo compreendi a posiçao dele. Noutros pontos detesto-o e tenho medo que ele acabe com o resta da democracia no pais em que governa. Era bom sinal se houvessem alternativas aos EUA melhores que ele. Inflizmente parece nao haver. A america latina é: ou populismo de esquerda ou populismo de direita. :(

sabine disse...

(e a america do norte - EUA e Canada - nao esta melhor)

sabine disse...

«Mas sobre o Chávez, incomoda-me não só o estilo, mas a forma como tem vindo a trocar petroleo por votos para o Conselho de Segurança e a aproximação perigosa ao Irão». Sim, incomoda-me Chavez e outros comunistas actuais nas aproximaçao aos politicos radocais islamicos (o http://resistir.info/ esta cheio de exemplos). O anti-americanismo ai passa de justo a basico!

sabine disse...

«Mas sobre o Chávez, incomoda-me não só o estilo, mas a forma como tem vindo a trocar petroleo por votos para o Conselho de Segurança e a aproximação perigosa ao Irão». A mim incomoda-me como os comunistas actuais (nao so chavez) branqueiam os islamitas radicais (ver http://resistir.info/). Ai o anti-americanismo passa de justo a basico.

Hopes disse...

Sabine, obrigado pela visita e pelo teu contributo para a discussão. Eu também acho preocupante que os comunistas actuais, não consigam ver o que há de mau em Chávez, ou que branqueiem o Irão, de tão desesperados que estão em encontrar uma solução socialista para o séc.XXI.
É importante encontrar um modelo ou uma referência, mas não é, a endeusar H. Chávez que chegamos lá...

VG disse...

Já agora quem não viu ainda o discursso completo do Hugo Chavez na ONU, veja este link: http://video.google.com/videoplay?docid=-8876014454896856889

Ja ouvi umas 4 vezes o discursso dele, a maior parte só em audio, assim não me distraio com as expressoes dele. E posso dizer que na minha opinião é um discursso e peras...20 minutos mas com muito muito sumo e pouca palha, que toca em pontos fulcraias e é desvatador para George Bush e os a sua administração. Só para terem uma ideia, aquilo do DIABO é só a critica mais soft que ele faz (e também mais folclorica).

Quanto ao Populista, considero o BUSH muito mais populista (porque mente, engana) que o Chavez mas de longe. Tem um defeito diz o que pensa...e neste mundo os que dizem o que pensam são considerados LOUCOS ou então se estão em cargos politicos de POPULISTAS. E tem uma coragem que nós seres ditos normais catalogamos como LOUCO!

E quando se gosta de alguem ou se apoia isso não quer dizer que se está a ENDEUSAR, não existe só o 8 ou o 80. Existem o 20, 40, 60, 70, etc.

"outros pontos detesto-o e tenho medo que ele acabe com o resta da democracia no pais em que governa."

Já agora gostaria de saber que pontos são esses?

Hopes disse...

DEUScronio, ninguém aqui chamou louco ao H. Chávez, nem ninguém o acusou de destruir a democracia. Quanto ao populismo, é populista o líder carismático que procura estabelecer um vínculo emocional (e não racional) com o "povo" para ser eleito e governar. Eu continuo a achar que é o caso de Chávez, basta ver como usou o termo "diabo" e como conseguiu o voto popular, comparando a sua eleição à batalha de Sta Inês. Se ir buscar a crendice e a tradição popular, não é estabelecer um vinculo emocional com o povo, e ser populista, então não sei o que é...
Eu falei em endeusar, porque muitos comunistas, são incapazes de fazer qualquer crítica a Chávez. Repara como tu, não comentaste, o estreitar de relações com o Irão ou a forma como Chávez negoceia com petróleo um lugar no Conselho de Segurança. Isso não é criticável ou não há nada de negativo a apontar ao Sr. Chávez?

Anónimo disse...

deuscronio:
Ser populista é exactamente como diz a hopes. Acrescento que aparentemente o senhor está de facto a querer minar a democracia, ao querer fazer com que possa ser eleito para um número ilimitado de mandatos. Claro que a oposição, em matéria de virtudes democráticas, não é muito melhor - como diz a sabine, naquela região do mundo ou se é populista de esquerda ou de direita.

hopes:
"acho preocupante que os comunistas actuais, não consigam ver o que há de mau em Chávez, ou que branqueiem o Irão, de tão desesperados que estão em encontrar uma solução socialista para o séc.XXI."
Eu acho que ninguém acredita que sou comunista, de tantas críticas que aponto às causas que os comunistas apoiam acriticamente... Contrariamente ao deuscronio, mas tal como tu, hopes, tenho simpatia por muito do que Chávez defende, mas também me assusta a aproximação ao Irão.
A este propósito, há um ponto que foi abordado que me parece muito relevante:
"Mas sobre o Chávez, incomoda-me não só o estilo, mas a forma como tem vindo a trocar petroleo por votos para o Conselho de Segurança e a aproximação perigosa ao Irão."(hopes&dreams)
"incomoda-me Chavez e outros comunistas actuais nas aproximaçao aos politicos radocais islamicos" (sabine)
A este propósito, se tiverem pachorra, leiam o meu post http://altermundo.blogs.sapo.pt/19557.html
Também é quase só citação de um artigo do publico (hopes, eu disse-te que era como tu ;)), mas vale a pena reflectir quanto ao velho aforismo do "os extremos
tocam-se"...
(este comentário está uma manta de retalhos...)

VG disse...

"DEUScronio, ninguém aqui chamou louco ao H. Chávez, nem ninguém o acusou de destruir a

democracia."

Esta foi a frase que a Sabine escreveu: "Noutros pontos detesto-o e tenho medo que ele

acabe com o resta da democracia no pais em que governa."

Embora não seja uma frase muito clara, passa a ideia que na Venezuela já ha pouca

Democracia ("...com o que resta...") e que ha o risco de ele acabar com o resto. Agora

pergunto, na tua/vossa opinião, foi ele que deu quase cabo da Democracia? E se sim,

quais foram as medidas aplicadas que te/vos leva a pensar assim?

"Quanto ao populismo, é populista o líder carismático que procura estabelecer um vínculo

emocional (e não racional) com o "povo" para ser eleito e governar."

Segundo o Dicionario:
carisma

do Lat. charisma < Gr. chárisma, favor, graça

s. f.,
dom da graça de Deus;
designação dos dons e disposição de cada cristão para o desempenho da sua missão

dentro da Igreja;
qualidade marcante de um indivíduo que o distingue dos demais.

Então se ele já tem Carisma, é porque tem qualidade(s) marcantes que o distingue dos

demais politicos na Venezuela (e quiça Mundiais), sendo assim não me parece que

precisa-se do Populismo para nada.

Mas continuo a não concordar com esas visão. É certo que não é um politico TIPO, e ainda

bem. Que não tem um discursso tecnocrata, e ainda bem. Acho que ha tantos adjectivos

para classificar o discurso como: AUDAZ, ARROGANTE, LOUCO, DESTRAVADO, CORAJOSO,

APAIXONADO, etc. Mas POPULISTA? Isso é precisamente o que a direita, sempre receosa que

apareça realmente alguem no Poder que venha do Povo e que governe para ele, gosta de

chamar para denegrir. Porque a direita não tem medo dos Populistas, porque estes

geralmente são da sua familia, andam sempre com a Palavra Povo na boca,fazem sempre

bonitos discursos para eles, sempre com lindas promessas e depois nas alturas chaves

nunca acontece. Esses são os que falando à esquerda, governam à direita. Chavez é

diferente e por isso é que tem as elites como inimigas com ódio de Morte, porque sabem

que se ele diz, é porque pretende fazer.

O que tem o termo "diabo"? Quer dizer que está vetado aos politicos usarem? Pronto que aches que seja um discursso foclorico, colorido, agora populista? E achas que Chavez ganhou as eleições porque disse comparou com a batalha de Sta.Inês? Por favor... Era o mesmo que aparecer alguem de um partido poltico qq em PT, a dizer que as proximas eleições seriam como a Batalha de Aljubarrota! E claro ganhava logo com Maioria Absoluta. Não existe povo nenhum que não possa ser enganado, mas tambem não tratemos o Povo Venezuelano como mentecapo. Essas coisas leste tu na imprensa Neoliberal que está mortinha por tirar de lá o Chavez e por la alguem que volte a desvirar milhões de $ para os cofres das elites, como antes era.

Então aviso que o Jerónimo de Sousa é um Populista, porque no meio dos seus discurssos conta anedotas ou proverbios populares. Populistas são aqueles que os seus discurssos são só palha e só dizem essas coisas, os discurssos de Chavez são tudo menos isso, experimenta ve-lo durante 2 horas e vais ver...o perigoso que ele é (e não estou a brincar).

Uma resalva para já, Hugo Chavez não é comunista,mas sim socialista. Tenho algumas criticas, mas aqui estou a fazer o papel de advogado dele, e num ambiente com tantas criticas e sobretudo algumas por falta de informação que leva a fazer criticas graves, obviamente o meu papel principal é tentar dar o meu ponto de vista e dar informações para tentar provar o contrario.

Irão: Não posso andar a comentar tudo o que dizem senão os textos ficam assim, como este, enormes, mas atenção, quem disse que o IRão era do Eixo do Mal? não fui eu, foram os EUA, da mesma maneira que meteram CUBA e praticamente a Venezuela tb caminha para lá. Isso dará outro debate.

Negociação de Petroleo por um lugar no CS da ONU. Mas alguem sabe aqui que paises fazem parte do CS não permanente? Ninguem liga a isso, eu não ligo, e voces tb não devem ligar, quase aposto. O que ganha a Venezuela? Milhoes? Mas isso é outra informaçao errada, ha anos que a Venezuela com Chavez no Poder, faz acordos economicos com variados paises, e tem vindo sempre a aumentar, e só dps de eleito para o CS, e que poderiamos dizer que ele andou a comprar votos, se por acaso depois de eleito deixar de fazer acordos com esses paises, uma vez que já não precisa deles. Mais um vez isso é uma opinião tirada de certos jornais, aliás isso nem um facto é, mas uma opinão poltica de alguem.

Hopes disse...

António, realmente não sei se acredito que és comunista. Por acaso gostava de saber o que o Deuscronio pensa da tua posição, mas ele ignora-te sistematicamente...
Deuscronio, admito que fui imprecisa quando disse "ninguém aqui", eu pensei que só te estavas a referir ao meu post. Quanto ao que a Sabine, disse, só ela te poderá esclarecer.
A minha opinião é obviamente diferente da tua, o que eu não percebo é porque insistes que quem tem uma opinião diferente, está mal informado ou esta influenciado pelos neoliberais. Aliás, basta percorrer este blog e vê-se neoliberalismo, por todo o lado... como aliás no blog da Sabine e no do António, quase fascistas, nós todos!!
E repara que eu não disse que Chávez, ganhou as eleições com o argumento da batalha. Ele usou esse argumento para criar o tal vinculo emocional com o povo, que caracteriza o populismo. Era um exemplo, não quer dizer que a maioria das pessoas não tenha votado nele por factores politico-ideologicos. Como deves saber há populismo de direita, que eu condeno da mesma forma ou mais ainda, mas também há populismo de esquerda.
Foi pena não teres dito exactamente o que criticas em Chávez, ou o que nós devemos ler para não andarmos "mal informados"... É que eu gostava muito de admirar o regime iraniano e de não ver mal numa estratégia diplomática "movida" a petróleo... Já agora, quando discordo de alguém, respeito a sua posição e o direito que tem de escolher informar-se da forma que acha credível.

Unknown disse...

Primeiro: Hugo Chávez nunca fará oposição credível, no CS da ONU ou fora dele, por culpa própria, daí talvez precise pagar com petróleo a sua entrada (o CS será então o Circo de Segurança). O folclore que ele usa não o permite, porque não o deixa apresentar politica alguma que seja também aplicável. Vejam o recente caso do MNE venezuelano apanhado no aeroporto. Hugo Chavéz bem barafustou mas a única coisa que conseguiu foi um lacónico e seco pedido de desculpas (não digam que isso já foi humilhante para os EUA, porque para os americanos foi apenas o "enxotar de mosquito")

Há uma lei da termodinâmica que diz "lixo atrai mais lixo" é nesta base que se explica a aproximação da Venezuela ao Irão. Ou talvez porque Hugo Chavéz, querendo calcar calos a Bush, se chega aos inimigos deste, uma política idiota e vazia de futuro. Tão idiota como Bush. Não há razões objectivas para esta aproximação, apenas recriar um bloco anti-americano (que, apesar de necessário, com este género de líderes, apenas envergonha quem tem propostas alternativas sérias). Estas políticas de ataque externo servem apenas um propósito, tanto no Irão como na Venezuela, apagar o mais possível o que se passa internamente nestes países. Alguém sabe o que se passa no Irão? Sabem que as promessas do presidente do Irão ao seu povo estão longe de serem cumpridas? E como vai a Venezuela? Procurem saber, mas não procurem na imprensa controlada e leitura assídua do deuscronio, nem na neoliberal claro.

Quanto ao populismo, não se é mais populista por se mentir e enganar. Bush e companhia, que mentem e enganam, (principalmente apelando ao sentimento em questões de segurança tão problemáticas para o comum americano) são mentirosos, traidores para além de populistas. O Populismo define-se pela utilização demagógica e para proveito próprio, de expressões e atitudes que tocam facilmente e de forma emocional o povo. A palavra chave é "demagogia". Por isso é que Jerónimo pode vir do povo e ser popular. Não é populista porque não abusa da demagogia nem usa as "anedotas ou proverbios populares" apenas para ganhar eleições, usa também a parte racional do cérebro popular. O povo venezuelanao não é realmente "mentecapto", mas se alguém o julgar como tal, o culpado é Hugo Chávez e mais ninguém, porque nada no seu discurso para o exterior é positivo, construtivo. Apenas mostra um lado políticamente desinteressante. Gostar de Chávez porque ele chama "diabo" a W. Bush é o mesmo que defender Sócrates porque este corre as mini-maratonas ou porque é benfiquista ou etc. Discursos, atitudes, que, sendo apenas mediáticas, só chegam ao lado emocional das pessoas.

Eu falei em endeusar, porque muitos comunistas, são incapazes de fazer qualquer crítica a Chávez. - muitos comunistas, daqueles à antiga, apoiam Chavéz pela sua capacidade se fazer crer que o passado ainda volta. A tentativa de Chavéz recriar uma mini guerra-fria, ou criar uma URSS venezuelana é o que mantém o seu seguidismo e fidelidade, não sendo sequer capazes de reparar que a aproximação ao Irão, país que sempre teve boas relações com o partido nacional socialista alemão (sim o NAZI), é contranatura. Desde que mantenha um ataque aos EUA, por eles, comunistas "à antiga", está tudo bem.

«[Hugo Chavéz]Tem um defeito diz o que pensa...e neste mundo os que dizem o que pensam são considerados LOUCOS ou então se estão em cargos politicos de POPULISTAS. E tem uma coragem que nós seres ditos normais catalogamos como LOUCO!» - este argumento é usado tal e qual para defender Bush e suas idiotices pela ala neocon. E também não é razoável, como argumento, dizer que "se não concordas comigo é porque lês a imprensa neoliberal". Eu posso usar o mesmo argumento para o deuscronio, dizendo que apenas lê a imprensa controlada pelo tipo de esquerda que defende.

Tudo isto castra a esquerda lúcida de ser uma alternativa credível. A ala neoliberal, neo e conservadora "atira à cara" os inúmeros exemplos das tentativas de defesa, por parte da esquerda não-lúcida, destes patetas. Já acabou a paciência para aturar estas marionetas que se apoderam do discurso da esquerda e da política social, (e que pela minha parte considero) justa, eficaz, humana e voltada para a cooperação entre as pessoas e países, e que distorcendo a acção da esquerda, usam essa política não em proveito de quem os elege, que é a sua função primária, mas apenas para ter os seus 15 minutos de fama, sem conseguir fazer nada de positivo.
ASENSIO

p.s. - só para acabar o testamento: deixo a minha aparelhagem à hopes, o rolex burguês ao deuscrónio, os meus livros de esquerda dividam irmamente entre os outros comentadores.

Anónimo disse...

Hopes, acredito que não acredites, mas acredita que às vezes me sinto deslocado porque ninguém acredita... Duplamente deslocado, porque não sou obviamente um comunista ortodoxo. Mas sou filiado e tudo. Sou um "filiado não praticante"...
Já expliquei algures (no blog dos armadilhadores penso) porque me considero comunista, mas do "meu" comunismo, e não do que "eles" (PC) dizem que é o comunismo... Mas tenho orgulho em sê-lo. De forma muito resumida, acredito em utopias, em amanhãs que cantam, em estrelas vermelhas da utopia. Sei que o ideal comunista/socialista é uma utopia, sei que como tal não é realizável, mas acredito profundamente que é nosso dever fazer todos os possíveis para o alcançar, dar um passo de cada vez na sua direcção, porque se não é possível alcançá-lo é nossa obrigação ficar o mais perto possível.
Mas eu gosto de pensar pela minha cabeça e não fazer o que me dizem que é correcto (a treta de o interesse do colectivo é que conta, mesmo em detrimento do individual), e para além disso acho que há meios que nenhum fim, nem a utopia socialista, justifica - o atropelo aos Direitos Humanos por exemplo.
Mas isto é o tipo de discussão que só dá para ter pessoalmente.

Quanto ao deuscronio, é verdade, ignora-me olimpicamente... talvez seja mais conveniente assim (porque aparentemente sou da área dele, a crítica será mais incómoda)

Em relação ao resto do post, obviamente concordo inteiramente, como se percebe do que já disse nos comentários anteriores.

Hopes disse...

«Tudo isto castra a esquerda lúcida de ser uma alternativa credível(...)Já acabou a paciência para aturar estas marionetas que se apoderam do discurso da esquerda e da política social, (e que pela minha parte considero) justa, eficaz, humana e voltada para a cooperação entre as pessoas e países, e que distorcendo a acção da esquerda, usam essa política não em proveito de quem os elege, que é a sua função primária, mas apenas para ter os seus 15 minutos de fama, sem conseguir fazer nada de positivo.». Precisamente, Asensio, mais palavras para quê? Obrigado pelo testamento, adorei a aparelhagem...
António, espero que mantenhas o teu espírito crítico e que continues a lutar por essas utopias. A esquerda e o PCP precisam muito de pessoas como tu e é pena que nem sempre lhes atribuam o devido valor...

sabine disse...

Caro Deuscrónio:
Por acaso até acho que a Venezuela é uma democracia. Agora, aprovar uma lei para ser presidente vitalicio é uma medida anti-democratica. E tentar controlar as empresas e as TVs tambem (como ele faz), quer se esteja nos EUA ou na Venezuela.
Em relaçao ao Irao: ao contrario do que muita gente pensa eu considero o Irao uma democracia. Agora a ideologia e as palavras do seu presidente nao me inspiram confiança nenhuma. Ele é um islamita radical e está a tentar condicionar um país às suas ideias. Pergunto-me como é que os comunistas apoiam este tipo de gente. Foi eleito? Sim foi mas G. Bush tambem foi eleito. O facto dos presidentes serem eleitos nao os faz ficar num limbo. E as ideias más de uma pessoa sao más em todo o lado.
Outra coisa: eu nao acredito em "eixos do mal". Isso é retórica à Bush. O que o Bush faz é mitificar a realidade que é bem mais complexa e perigosa. Não vou em mitificações.
Uma coisa: Chavez nao é comunista?! Explique-me isso.

VG disse...

Calculava que iam dizer que andava a fugir a certas questões. A verdade é que o meu post ontem já estava a ficar demasiado grande, e não tive

tempo de responder com pés e cabeça ao sr.Rufino, com a esperança de hoje com um pouco mais de tempo poder dar uma resposta com pés e cabeça

e não meia duzias de frases a despachar. Sinceramente houve de algumas pessoas alguma má fé ao tirarem logo ilações de algo que nem disse e

nem fiz. Constroem muito rapidamente ideias das pessoas por uma ou duas atitudes, não será isso o que estará a acontecer com opinião sobre o

Hugo Chavez?

Sr. Rufino: "Acrescento que aparentemente o senhor está de facto a querer minar a democracia, ao querer fazer com que possa ser eleito para

um número ilimitado de mandatos."

"Aparentemente" e "de facto" na mesma frase não me soa bem, porque não é claro. Ou é aparetemente ou então é mesmo de facto que está a

acontecer. Mas deixando a forma e indo ao conteudo, o que dizes é que a possivel alteração da constituição para deixar de haver limites de

mandatos nas eleições é anti-democratico. Sobre isto gostaria de dizer o seguinte:
- DEMOCRACIA quer dizer como todos sabem, Poder do Povo, Poder da Maioria
- Se for convocado um referendo para o Povo se pronunciar se deve ou não haver limite de mandados, é o povo que decide. Isto é

Anti-democratico?
- Portugal viveu os ultimos 30 anos em Não-Democracia? Uma vez que só recentemente se decidiu impor limite ao nº de candidaturas.
- Inglaterra é Anti-Democratica? Não existe limite para as Candidaturas, como em muitos outros paises.
- Os sistemas parlamentares e eleitorais variam de pais para pais, claro que tentamos e queremos que seja sempre o mais democratico possivel.
- Podemos concordar ou não com a reeleição permanente ou então com limites, e argumentar em sua defesa, mas na minha hulmide opinião nenhuma

delas pode ser considerada anti-democratica ou pouco-democratica porque emana sempre da vontade eleitoral do Povo.


A Venezuela (é, junto com a Colômbia, a mais antiga "democracia" sul-americana) é uma república federal e presidencialista governada pela

Constituição de 1999. Esta constituição consagrou a existência de cinco poderes: executivo, legislativo, judiciário, cidadão e eleitoral.

O poder legislativo reside na Asamblea Nacional, parlamento unicameral composto por 165 membros, 3 dos quais representantes dos povos

indígenas. Os membros da Assembleia são eleitos para um período de 5 anos, podendo ser reeleitos para mais dois mandatos.

Partidos políticos:
Os principais partidos políticos venezuelanos são a Acción Democrática (fundado em 1941 por Rómulo Gallegos e Rómulo Betancourt), o Partido

Social Cristiano (COPEI, fundado em 1946 por Rafael Caldera), o Movimiento V República (MVR, liderado desde a sua fundação em 1997 por Hugo

Chávez), Moviemento al Socialismo (MAS) e Convergencia (fundado em 1993).

Religião:
Historicamente o catolicismo romano foi a religião mais importante na Venezuela, situação que se mantem, uma vez que 96% da população

identifica-se pelo menos nominalmente com esta denominação. A liberdade religiosa está consagrada na constituição da Venezuela, sendo o país

tolerante face a outras religiões. A seguir ao catolicismo, destacam-se várias igrejas protestantes (2%) e pequenos grupos de judeus

(sobretudo em Caracas e Maracaibo) e muçulmanos. Alguns índios ainda praticam as suas religiões ancentrais.


Desde 1958 que a Venezuela deixou de ter uma ditadura. Nos fins dos anos 80 por toda a decada de 90 a corrupção aumentava a olhos vistos e

com ela a pobreza atingindo niveis assustadores. Desde que Chavez chegou a prisidencia da Venezuela produziu-se uma ruptura institucional

completa, uma quebra definitiva das regras do jogo político vigentes desde 1958. Aliás tinha sido isso mesmo que ele tinha proposto ao povo

Venezuelano, fundar uma nova Republica. Por isso o seu movimento se chama "Movimento V Republica" porque se vivia então na 4 Republica

(Constituição de 1961).

Desde 1958 até 2000 que nas varias eleições Presidênciais que só num ano ( o de 1983 - 58,4% ) esse presidente teve mais % eleitoral que as

primeiras eleições onde Chavez ganhou. Hugo Chavez ganhou em 1998 com 56,2% e em 2000 com 59,7% e em 2004 (num referendo revogatório) com 60%

e tal.


- Algumas Informações sobre a Constituição Venezuelana
- Chavez ganha as eleições em Dezembro de 1998
- 1999 convoca um referendo para saber se o Povo que alterar a constituição, resultado o povo quer alterar.
- 1999 convoca eleições para se elegerem os deputados da constituente que vão escrever e aprovar a nova constituição.
- 1999 é aprovada a nova constituinte pelos deputados
- 1999 não contente com isto Chavez convoca na mesma um referendo nacional para o Povo se pronunciar sobre a constituição aprovada pelos

deputados, onde esta foi aprovada por 71% dos votos.

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um texto interessante sobre a venezuela por John Pilger: http://resistir.info/pilger/pilger_15mai06.html
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Hope: "A minha opinião é obviamente diferente da tua, o que eu não percebo é porque insistes que quem tem uma opinião diferente, está mal

informado ou esta influenciado pelos neoliberais."

É verdade, todos nós temos direito a ter opiniões diferentes uns dos outros, mas neste caso, e embora esteje a ser um pouco arrogante, penso

que a informação que tenho sobre a Venezuela que acompanho desde 2002 (e onde estive em Agosto de 2005) é bastante superior a que alguem que

volta e meia le uma noticia no Publico ou noutro jornal qq, ou ve as um trexo de 30 segundos de afirmações "bombasticas" do Chavez que volta

e meia nos brinda. O positivo disto tudo, e inclusive das declarações dele, é que nos mete a discutir e no meio das discussões acabamos todos

por aprender um pouco mais sobre a Venezuela e tambem por ir lendo o que cada um pensa. Mas o tipo de opiniões como aquela de comprar votos

com petroleo, desculpa hope, mas isso foi tirado de algum jornal. Porque ha um conjunto de chavões que às vezes se diz sobre a Venezuela ou

sobre Hugo Chavez e que eu percebo que quase de certeza foi porque leram isto ou aquilo nos média. Mas também é normal que os media tenham

uma grande importancia na nossa vida e só quando gostamos mesmo de um assunto é que vamos procurar informações alternativas e pesquisar mais

sobre isso.

Quanto a questão Iraniana. Venezuela é o pais fundador da OPEP(Organização dos Países Exportadores de Petróleo), e como tal Chavez tem desde

sempre visitado estes paises e quis fortalecer a propria OPEP que estava algo moribunda. Paises que fazem parte da OPEP: Argélia, Líbia,

Nigéria, Indonésia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irão, Iraque, Kuwait e Qatar. Ainda ante da guerra do Iraque, ele vistou a Líbia

(quando ainda fazia parte da lista dos EUA de paises terroristas, que entretanto foi riscado, o EUA decidem quem entra e quem sai da lista, e

não esquecer que o Presidente Libio ainda é o mesmo), e visitou o Iraque, tendo estado com Saddam. Por isso desde sempre teve relações com os

paises da OPEP e não só, e tem aumentado cada vez mais os acordos bilaterais de comercio com cada vez mais paises, como a Russia, a China,

Argentina, Brasil, Uruguai, e tantos outros. Assim fica menos dependente da economia dos EUA e de certos paises da Europa.

C3H8 disse: "Primeiro: Hugo Chávez nunca fará oposição credível, no CS da ONU ou fora dele, por culpa própria, daí talvez precise pagar com

petróleo a sua entrada (o CS será então o Circo de Segurança). O folclore que ele usa não o permite, porque não o deixa apresentar politica

alguma que seja também aplicável. Vejam o recente caso do MNE venezuelano apanhado no aeroporto. Hugo Chavéz bem barafustou mas a única coisa

que conseguiu foi um lacónico e seco pedido de desculpas (não digam que isso já foi humilhante para os EUA, porque para os americanos foi

apenas o "enxotar de mosquito")"

Oposição credível? a credibilidade é um conceito subjectivo. A credibilidade não se decrecta, mas tem a ver com a quantidade de gente que o

considera credivel ou não. Para já na venezuela é credivel por isso é que ganha as eleições, e segundo uma sondagem recente é já o lider mais

popular na América Latina, e estamos a falar de muitos milhões que vivem na AM(ver http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=7951).Nos paises

Arabes e sobretudo no Libano já é mais popular que o proprio presidente do Irão, e do proprio Libano. e neste caso porque? Porque na altura

da invasão de ISRAEL e da destruição destes ao Libano, embora muitos paises tenham protestado, uns entre dentes para quase não se ouvir,

outros um pouco mais alto, a Venezuela foi o unico pais a retirar o embaixador de ISRAEL, mostrando o seu desagrado pela invasão e pelo

desrespeito pelo direito internacional!

Tem sido os EUA que desde que a Venezuela se candidatou ao lugar vago deixado pela Argentinam ha uns meses atras que tem andado numa roda

viva a apoiar o outro canditado que é a GUATELAMA (só existem estes dois candidatos), e fazer chantagens a paises pobres que têm as mãos

atadas pelo FMI e pelo Banco Mundial para não votarem na Venezuela. Mas muitos deles com uma coragem e até desafiantes ao Império tem dito

que vão votar na Venezuela. Perante o CHILE os EUA reuniram com a sua Presidenta, e pediram a ela para não votar na Venezuela, e ela disse

que esse assunto era interno e só ela decidiria, e que no dia antes da votação anunciaria publicamente em quem votava, até agora não se sabe

em quem. A Venezuela não fez nada disto e até disse que ia respeitar os paises que optassem pela Gualtemala, como é o caso da Colômbia. Não

esquecer que existe uma situação confortavel de entedimento e compreensão entre estes dois paises, e isso não vai impedir de continuar assim.

De facto o Conselho de Segurança da ONU, tem sido um circo, sempre que ha alguma proposta para condenar ISRAEL ou outro pais amigo dos EUA

que esteja a desrespeitar o direito internacional, mantando, destruindo, o EUA vetam sempre, tal é o seu conceito de democracia e de respeito

pela vida humana e do seu tão propalado anti-terrorismo. uma das politicas internacional crediveis já o consegiu, não só ele é verdade, mas

muitos mais outros paises, mas de facto Venezuela foi um pais impulsionador. Estou a falar na reactivação de uma Organização que teve muito

peso durante a Guerra-Fria e que agora mostra ser necessario outra vez, chama-se, Movimento dos Países Não-Alinhados (Noal) que integra 118

paises, e onde recetemente em CUBA se reuniram 56 chefes de estado ou de governo, além 90 ministros dos negócios Estranjeiros. Se isto não é

credibilidade. Mas pelo que percebo para ti, os EUA são um pais cheio de credibilidade e esse sim pode estar no conselho. Quanto ao acto de

repesália que os EUA fizem ao embaixador Venezuelano, só mostra mais uma vez todo o seu abuso de poder autoritário tanto em sua casa como no

Mundo. E sim, as desculpas pedidas pelos EUA para aquilo que eles são que nunca pedem desculpas por nada, e sendo a Venezuela um mosquito, só

mostra que é o suficiente para se poder considerar que tiveram cuidado,porque as denuncias Venezuelanas chegaram a todo o mundo. E não

esquecer que no discurso do Chavez na ONU, deu a ideia que a sede devia sair dos EUA.

C3H8 disse: "Há uma lei da termodinâmica que diz "lixo atrai mais lixo" é nesta base que se explica a aproximação da Venezuela ao Irão. Ou

talvez porque Hugo Chavéz, querendo calcar calos a Bush, se chega aos inimigos deste, uma política idiota e vazia de futuro. Tão idiota como

Bush. Não há razões objectivas para esta aproximação, apenas recriar um bloco anti-americano (que, apesar de necessário, com este género de

líderes, apenas envergonha quem tem propostas alternativas sérias). Estas políticas de ataque externo servem apenas um propósito, tanto no

Irão como na Venezuela, apagar o mais possível o que se passa internamente nestes países. Alguém sabe o que se passa no Irão? Sabem que as

promessas do presidente do Irão ao seu povo estão longe de serem cumpridas? E como vai a Venezuela? Procurem saber, mas não procurem na

imprensa controlada e leitura assídua do deuscronio, nem na neoliberal claro."

Bom alem de já ter explicado as aproximações que a OPEP origina, foi bonito, para mim claro, ver Hugo Chavez(Católico) ser bem recebido no

Irão (Islamico), e recentemente o Presidente do Irão(Islamico) a ser bem recebido na Venezuela(Católica). É com gestos pequenos destes que

ajudam a perceber as suas populações de confissões diferentes que podem ser amigos, podem falar uns com os outros que a PAZ é o mais

importante. Estratégia diferente tem os EUA, que por onde passa é só bombas, sanções, bocas, agressoes verbais, etc. Ainda hoje (27 Set) na

TV dava conta que um relatorio secreto de agencias dos EUA diziam que a Guerra no Iraque só tinha aumentado exponencialmente o terrismo e o

ódio aos EUA...completamente o contrario que dizia BUSH e doque pretendia. A politica externa dos EUA está completamente nas mãos de

genocidas e estão completamente destravados, são gente que nem a minha presidencia de freguesia eu lhes confiava.

"E como vai a Venezuela? Procurem saber, mas não procurem na imprensa controlada e leitura assídua do deuscronio, nem na neoliberal claro."

Pensava que já sabias e pensava que este teu post iria dar-me a tua visão da politica interna da Venezuela...mas inflizmente ainda não foi

desta, mas a esperança é a ultima a morrer e espero rapidamente por um novo post já sem o rolex a atrapalhar a escrita (pois deve pesar

muito). Mas obrigado pelo teu Rolex, vou envia-lo para a OIKOS com uma mosdeta contribuição monetária para aliviar um pouco o sofrimento de

um Povo que ficou quase sem nada(porque conseguiu manter a sua dignidade): http://www.oikos.pt/libano/faq.htm.

C3H8 disse: "Por isso é que Jerónimo pode vir do povo e ser popular. Não é populista porque não abusa da demagogia nem usa as "anedotas ou

proverbios populares" apenas para ganhar eleições, usa também a parte racional do cérebro popular. O povo venezuelanao não é realmente

"mentecapto", mas se alguém o julgar como tal, o culpado é Hugo Chávez e mais ninguém, porque nada no seu discurso para o exterior é

positivo, construtivo. Apenas mostra um lado políticamente desinteressante. Gostar de Chávez porque ele chama "diabo" a W. Bush é o mesmo que

defender Sócrates porque este corre as mini-maratonas ou porque é benfiquista ou etc. Discursos, atitudes, que, sendo apenas mediáticas, só

chegam ao lado emocional das pessoas."

"(...)porque nada no seu discurso para o exterior é positivo, construtivo.(...)"

Bom estás a referir-te a que discurso? ao da ONU? ou a todos que ele faz? Se honesto(a) comigo, já leste/viste algum discurso dele do

principio ao fim, sem ser o da ONU? Ou és daquelas pessoas que basta ver as tiradas que passam em menos de um minuto na TV e traças logo o

perfil? É que nem o melhor psicologo no mundo é assim tão rapido a traçar perfis.

"Gostar de Chávez porque ele chama "diabo" a W. Bush é o mesmo que defender Sócrates porque este corre as mini-maratonas ou porque é

benfiquista ou etc. Discursos, atitudes, que, sendo apenas mediáticas, só chegam ao lado emocional das pessoas."

Concordo a 100% contigo, ah! até que enfim! :P

Sr.RUfino: "Quanto ao deuscronio, é verdade, ignora-me olimpicamente... talvez seja mais conveniente assim (porque aparentemente sou da área

dele, a crítica será mais incómoda)"

Mais um a tirar ilações precipitadas! =) Já expliquei la em cima porque não respondi. É que tenho que responder a 4 pessoas e isso dá

trabalho. Costumo ser mais critico com os que são da minha area politica dos que não são,pois a esses compreendo melhor porque não concordam

comigo! ;)

SAbine: "Por acaso até acho que a Venezuela é uma democracia. Agora, aprovar uma lei para ser presidente vitalicio é uma medida anti-democratica. E tentar controlar as empresas e as TVs tambem (como ele faz), quer se esteja nos EUA ou na Venezuela."

Quanto a lei para o presidente ser vitalicio??? já expliquei lá em cima no post. Controlar empresas e tvs? como assim? explica melhor por favor.

Vou saltar a questão do Irão, pois admito que sei pouco sobre ele.

"Uma coisa: Chavez nao é comunista?! Explique-me isso."

Chavez apelida-se de Socialista e o que quer para a Venezuela é o Socialismo do Século XXI. A venezuela tem economia privada, multinacionais, bolsa, no fundo e para já é uma social-democracia que se assemelha às sociais-democracias do norte da Europa que têm bons resultados sociais, a nivel de distribuição da riqueza e da educação, saude, etc. Assemalha-se no projecto politico, obviamente está longe de ter um nivel de vida parecido.

Acho que por hoje já chega, e tenham paciencia senão responder logo. E já agora desculpem os erros (neste momento não tenho pachorra para rever).

PCP: Não considero estes blog os ideias para se fazer um forum de discussão. Isto foi feito para simples comentários a noticias. Se quiserem passar a discutir no forum onde eu paro, penso que a discussão ganhava mais com isso, mas claro não é um terreno neutro e outras pessoas podem acabar por entrar também: www.comunismo-pt.org -> Forum -> Politica Internacional.

É como quiserem.

Anónimo disse...

Sabine:

"ao contrario do que muita gente pensa eu considero o Irao uma democracia"
Para mim, tecnicamente o Irão é uma democracia. Como é, obviamente, a Venezuela. Mas o Irão é uma estranha mistura de democracia, islamismo fundamentalista e desrespeito pelos Direitos Humanos...
Já a Venezuela não tem este tipo de mistura, mesmo se não é exemplo em termos de Direitos Humanos (anos-luz à frente do Irão mesmo assim) e se, concordo plenamente contigo, Chávez pretenda diminuir o "grau de democracia" permitindo que possa ser eleito para um número ilimitado de mandatos - e sobre isto falarei mais abaixo na resposta ao "camarada" deuscrónio...

deuscrónio:

""Aparentemente" e "de facto" na mesma frase não me soa bem, porque não é claro. Ou é aparetemente ou então é mesmo de facto que está a
acontecer." (sic, mas espero que não te importes que tenha suprimido os espaços a mais, por uma questão de economia de espaço)
Tal como tu deixas passar "gralhas" (espaços a mais entre linhas, letras que "fogem"...), eu também não faço muita atenção ao registo estilístico do que escrevo em caixas de comentários, por falta de tempo e de paciência para rever tudo, por isso às vezes passam aparentes contradições, e o discurso peca muitas vezes na globalidade por demasiado confuso ou pouco articulado... Seja como for, agradeço a chamada de atenção - e, minha defesa, digo apenas que como anglófilo em matéria linguística estava a usar "aparentemente" no sentido de "apparently", que não quer exactamente dizer que é só uma aparência, antes mais como uma figura de estilo, e era o que pretendia, embora concorde que soe confuso junto ao "de facto" que escrevo a seguir... Mais uma vez, obrigado pela chamada de atenção "formal", que gentilmente acima devolvi ;)

"o que dizes é que a possivel alteração da constituição para deixar de haver limites de mandatos nas eleições é anti-democratico."
O que digo, deuscronio, é tão simplesmente que o que Chávez pretende com isto é claro como água e não pode deixar de ser visto como anti-democrático.
Dispensava, de resto, a lição de História político-social da Venezuela. Para além de não me ensinar nada de novo, não contradiz nada do que disse e penso.
Porque se em todos os exemplos que dás, e que são conhecidos de todos, não existe limite de mandatos, existem regras tácitas de uma democracia já madura, e isso viu-se muito recentemente com o sr. Blair, na Venezuela isso não acontece, e é óbvio que o que Chávez pretende é poder ser eleito se possível vitaliciamente, o que não pode deixar de ser considerado - por mim, por todos - como anti-democrático. Se é o povo a caucionar essa ausência de limites? Meu caro, não me vais dizer que só porque o povo diz isso automaticamente é bom e democrático... nesse caso Alberto João Jardim, para dar um exemplo caseiro, era um ícone da democracia, só porque 60% dos madeirenses vota nele. Muitos fazem-no porque o "sr. macriado", como lhe costumo chamar, deita dinheiro pelas janelas para o povo agarrar, à moda do "continental" major que oferece frigoríficos...
E na Venezuela, para voltar ao assunto fundamental, é nesse comprimento de onda que a coisa funciona, por muito que tu não o vejas ou não queiras ver. É isso misturado com outras coisas que demorava muito tempo a desenvolver aqui mas que tenho a certeza que conheces: um país partido ao meio entre apoiantes e detractores de Chávez, em que não há meio termo possível, e se se for contra os que são contra Chávez é-se automaticamente a favor de Chávez; um líder "popular" (já que não gostas do termo "populista") que é visto como herói do povo pobre e em quem estes votarão sempre e de olhos fechados, dando-lhe um cheque em branco seja para o que for (um pouco à imagem de Lula no Brasil, que não dando "tiros" na democracia formal, traiu completamente o espírito "popular", no sentido de povo, que o levou a Brasília).
O que aqui descrevi é, objectivamente, diminuir a qualidade de uma democracia, por isso o adjectivo "anti-democrático". E sobre isto estamos conversados.

"a informação que tenho sobre a Venezuela que acompanho desde 2002 (e onde estive em Agosto de 2005) é bastante superior a que alguem que
volta e meia le uma noticia no Publico ou noutro jornal qq, ou ve as um trexo de 30 segundos de afirmações "bombasticas" do Chavez que volta e meia nos brinda." (sic)
Estás a ser não arrogante, mas presunçoso. Foi precisamente por ler notícias sobre a Venezuela, no meu caso no Público, que me interessei e fui aprender mais sobre este país.
Junta a essa informação o que aprendi com algumas Acções Urgentes da Amnistia Internacional que já redigi a propósito de violações de Direitos Humanos na Venezuela, e acrescenta ainda a minha "simpatia", como já disse anteriormente, em relação à ideologia da "revolução bolivariana", que me faz prestar uma especial atenção a este país - e me equipara a ti, dado ambos estarmos na mesma área política - e concordarás que posso não ter o mesmo nível de informação que tu acerca da Venezuela (embora como já disse a tua "lição" nada me ter ensinado), mas tenho um nível bem superior ao de quem "volta e meia le uma noticia no Publico ou noutro jornal qq, ou ve as um trexo de 30 segundos de afirmações "bombasticas" do Chavez que volta e meia nos brinda."...

"Sr.RUfino: "Quanto ao deuscronio, é verdade, ignora-me olimpicamente... talvez seja mais conveniente assim (porque aparentemente sou da área dele, a crítica será mais incómoda)"
Mais um a tirar ilações precipitadas! =) Já expliquei la em cima porque não respondi. É que tenho que responder a 4 pessoas e isso dá trabalho. Costumo ser mais critico com os que são da minha area politica dos que não são,pois a esses compreendo melhor porque não concordam comigo! ;)"
Eu escrevi o que citas apenas para te provocar, para me assegurar de que ias responder... e sim, sou algo provocador, como qualquer comunista ou pessoa genuinamente de esquerda deve ser. Agradeço, por isso e para terminar, que não me acuses de tirar ilações precipitadas, sobretudo porque, como viste pelo parágrafo anterior a este, tu fizeste exactamente o mesmo.

Unknown disse...

Bem, como tenho os trabalhadores lá em baixo a ganhar rolexes por/para mim:

A democracia, além do poder do povo, obedece a umas quantas regras, por exemplo, a separação de poderes, penso que sem isso não há democracia. E se um governo qualquer se lembrasse de fazer um referendo para reunir os poderes sob a sua liderança? Não seria anti-democratico?

A não aplicação da limitação do poder numa democracia não implica que o país deixe de viver em democracia, mas, a meu ver, vicia-a. Se um povo escolher o aumento de números de mandatos, e o seu governo conseguir mais umas quantas reeleições, o país continua em democracia. O problema começa quando esse governo não for reeleito (isso acontecerá mais tarde ou mais cedo) e não aceitar os resultados. Será muito mais fácil partir, nessa altura, para o mandato único ad-eternum, e nessa altura lá se vai a escolha do povo. Por isso é que a limitação é importante na democracia. Esperemos que tal não se passe na Venezuela.

Eu tento adquirir informação de todos os lados e fazer um opinião própria. Deuscronio tu partes do pressuposto que todas as informações que temos provêm de sitios manipulados (e eu a pensar que era ao contrário :-P). Ou seja, não basta ler as notícias, os acontecimentos o que se passam no mundo etc, etc. Temos que ler nos sítios certos. Nos sítios onde tu tiras as tuas informações.

"Ou és daquelas pessoas que basta ver as tiradas que passam em menos de um minuto na TV e traças logo o perfil?". O que eu penso ou o que eu sei é irrelevante. O que passa para a maioria das pessoas é o discurso (que neste contexto é o conjunto de palavras, atitudes, comportamento e não a ida ao palanque) nada construtivo e nada positivo. A adjectivação não é minha, não é pessoal. Logo se eu leio ou não os discursos de Chavez não interessa, não é isso que os define. Mas, ok eu confesso, leio não, só mas também, os discursos de Chavez.

A credibilidade realmente é subjectiva. O que não é subjectivo é que Chavéz não tem credibilidade para os países dentro do Conselho de Segurança, e era a esses que me referia (se ele tem credibiliadade para o povo venezuelano, iraniano, libanês ou marciano é completamente irrelevante, porque infelizmente a ONU ainda não funciona assim). Só a terá se alterar o "discurso" . Ele até o pode fazer sem alterar as políticas, mas nunca o fará. E não vai ser com o dito "discurso" que usa que conseguirá a tão merecida repreensão aos EUA e/ou Israel.

"Mas pelo que percebo para ti, os EUA são um pais cheio de credibilidade e esse sim pode estar no conselho". Estás a tirar perfis de forma precipitada (lol). Acontece é que se discute a Venezuela e para defender a Venezuela não preciso atacar os EUA (o que não quer dizer que não mereçam), ou passas a ideia que a Venezuela só é aceitável porque há coisas piores.

"foi bonito, para mim claro, ver Hugo Chavez(Católico) ser bem recebido no Irão (Islamico), e recentemente o Presidente do Irão(Islamico) a ser bem recebido na Venezuela(Católica). É com gestos pequenos destes que ajudam a perceber as suas populações de confissões diferentes que podem ser amigos, podem falar uns com os outros que a PAZ é o mais importante. Estou de boca aberta. A aproximação destes dois paises é tão, tão contranatura que leva a que, para a justificar, já se fale da aproximação religiosa. O Irão(islamico) recebeu bem Chavez(católico) como nunca receberia o papa(mais católico é impossivel). A religião não é argumento. O que aconteceu foi que se juntaram dois paises cuja união provêm de terem um inimigo comum. E quanto à paz... que paz é esta? Fala-se em paz na aproximação com o Irão mas logo a seguir rejeita-se qualquer tipo de diálogo com os EUA (o teu comentário é disso prova). Se calhar, se a Venezuela tem esse condão de pacificar e se a aproximação ao Irão vem propiciar a PAZ, melhor faria Chavéz em se aproximar do país mais perigoso e belicista do Mundo, os EUA. (Atenção: eu disse aproximar-se não disse defender as políticas americanas). A verdade é que Chavéz está a fazer dos referidos "não-alinhados" um bloco anti-americano. E como tu sabes "não-alinhado é "não-alinhado". E não me digas, como eu já li noutro lado, que num mundo unipolar ou se está com ou contra, por esse é um argumento bushista.

Quanto à condição interna da Venezuela( não fui eu que disse que ia falar nisso...), mas pronto quer dizer, não vou discutir com quem já lá esteve, vou é pedir informações. Qual é a situação lá? Quais as evoluções? O nivel de vida?

Bem, resumindo, a Venezuela, e principalmente Hugo Chavez, não são um mar de rosas. É preciso ver aquilo que têm de bom como de mau. E para justificar o mau não se pode usar o argumento que existe pior. Ao defender de tal forma Chavez até me apetecia fazer de Vasco Graça Moura(sai belzebu!) e perguntar se tu gostas do Hugo Chavez por ele atacar os EUA...
ASENSIO
(é o meu nome e a útima vez que olhei era um rapaz, lol)

p.s. - desculpa lá ser tão pessoal nalguns pontos, mas eu também pensei em discutir a venezuela.

VG disse...

Enquanto espero pela resposta da Hopes e da Sabine, para depois responder globalmente, deixo aqui mais uma prova do erro grave em que atribuiram a declarações do Chavez a morte de Chomsky. E certos jornais aproveitaram para "gozar" com a falta de informação e de cultura(???? saber se a pessoa está morta ou não é mais importante que conhecer e ler as suas obras ????), mostrando uns má fé, outros ódio de classe.

Seja como for, quem matou Chomsky foi mesmo o "New York Times" e com isso matou também alguma seriedade jornalistica. Será que já pediram desculpas pelo "erro"?

Aqui fica o link para o video que mostra claramente o que acabei de dizer, embora já tivesse enviado à HOPES o MP3 que provava isto também.
Mas para o ser humano, ver e ouvir tem mais impacto que só ouvir. =)

link:
http://www.aporrea.org/medios/n84253.html

Hopes disse...

À espera de uma resposta minha? No teu comentário não li nenhuma pergunta para mim, só juízos de valor em relação às minhas leituras. Mas estas enganado, eu não leio o Publico, não é suficientemente neoliberal para mim. Leio exclusivamente o Sol.
Mas é curioso que nem no Sol, li alguém a alegar que a eleição vitalicia de um lider é democrática...
E sobre o Irão, Sr. Deuscronio, não está informado? Não há nada sobre o Irão no vermelho.org ou no resistir?

Anónimo disse...

Hopes, a do Público devia ser para mim. Pelo menos enfio a carapuça, o Público é a minha leitura diária de que não prescindo, o meu vício, fico chateado se num dia não puder lê-lo. Sou assinante e tudo. Apesar de tudo, e de progressivamente perder qualidade desde que o "mais laranjista que a laranja" JM Fernandes é director, continua a ser o único diário de referência, a anos-luz de todos os outros.

Quanto ao deuscronio: compreendo que prefiras responder "globalmente", porque isso te permite, com as necessárias generalizações que uma resposta global implica, passar ao lado de algumas críticas mais particulares (e portanto não generalizáveis) minhas e do c3h8...
Mais uma vez, é conveniente.

Anónimo disse...

Volto do fim-de-semana e vejo que ainda não há resposta... revelador. Por mim, também, a discussão está morta, não tenho nada mais que queira acrescentar.

VG disse...

Não vou recomeçar o debate, e não vou entrar em questões pessoais.

Este post da Hopes é sobre Chavez, por isso nada melhor deixar Chavez responder a algumas perguntas que surgiram por aqui.

Depois do seu discursso na Onu, Chavez foi convidado a participar numa entrevista de um programa de um Norte-Americano chamado Tavis Smiley.

Para ver a entrevista ir a este link:
http://www.pbs.org/kcet/tavissmiley/archive/200609/20060922.html
depois no lado direito escolher, "Watch the extended interview with Hugo Chávez".

Está em Espanhol e ao mesmo tempo tem tradução em Ingles.