terça-feira, março 23, 2010

Alternativas à extorsão colectiva

Não chega criticar o PEC, é preciso que as pessoas percebam que existem outras medidas para cortar a despesa e aumentar a receita do Estado. A que mais salta a vista, é o aumento de IRC à Banca, algo que nunca foi feito. Não é aceitável que qualquer comerciante pague 27% de IRC e a Banca pague só 12,8%, quando em ano de recessão tiveram 5 milhões de euros de lucro. Não é aceitável que qualquer comerciante pague 27% de IRC e a Banca pague só 12,8%, quando em ano de recessão tiveram 5 milhões de euros de lucro. Isto não acontece em mais nenhum país da Europa, nem nos EUA. Com a agravante de um estudo recente da DECO, revelar que os bancos portugueses cobram as taxas e comissões mais elevadas da Europa. Justo? No entanto, deste domínio intocável, o PEC não fala. Aliás não há qualquer alteração no IRC, o que se percebe para as pequenas e médias empresas, mas não se percebe para as grandes empresas que têm apresentado altas taxas de lucro.

O que também salta à vista, como intocável, são os prémios dos gestores públicos, que eu já referi no post anterior. E o que dizer do dinheiro que o Estado gasta em consultorias jurídicas e assessorias externas, quando é o maior empregador de juristas? Porque não se faz uma renegociação dos valores e dos prazos dos contratos das contrapartidas militares, previstos na lei de programação militar e a renegociação das parceiras público-privadas, factores largamente prejudiciais em termos de lucro? Continuamos com parcerias público-privadas que privatizam lucros e nacionalizam prejuízos, regalias abusivas a gestores públicos, desde aquisições irreflectidas com concursos por ajuste directo pouco transparentes, frotas de carros topo de gama... Nem aqui, nem nas grandes obras públicas existem cortes. Porque é que em vez de obras megalómanas, não se investe na reabilitação urbana, que para além de melhorar a imagem turística das cidades, impulsionava o sector da construção civil. É o que Zapatero está a promover em Espanha (comparação parva, ele é mesmo socialista...). Não nos digam que não há alternativas, pero que las hay, hay...

domingo, março 21, 2010

Invictus

Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.


In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.


Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.


It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.


William Ernest Henley


quarta-feira, março 17, 2010

PEC: Plano de Extorsão Colectiva?

Depois do orçamento de Estado, das medidas tomadas na Grécia e da campanha das agências de rating, confesso que não esperava nada de bom desde plano de estabilidade e crescimento. Já sabemos quem tem que sofrer, quando se quer descer o défice. Ainda assim, conseguiu ser pior do que eu poderia imaginar. Estamos a falar de uma diminuição de rendimentos substancial nas classes média e baixa. Comecemos pelos cortes nas deduções fiscais com educação e saúde, que vão impedir que as famílias recuperem parte do imposto retido. Num exemplo concreto, um casal com salário mensal de 500 euros, poderia recuperar no IRS anual o equivalente a um mês de salário. Isso vai deixar de acontecer, estamos a falar de menos um salário no rendimento familiar. Por outro lado, os salários estão congelados, as taxas de juros de empréstimo à habitação deverão subir em media 100 euros, os preços dos combustíveis estão novamente em escalada e os restantes produtos deverão seguir pelo mesmo caminho.

Para a Banca e para as grandes empresas, não há aumento de impostos, mesmo sabendo dos lucros milionários obtidos o ano passado. Gestores como o Paulo Penedos e o Rui Pedro Soares vão continuar a receber prémios de 250 mil euros, recompensa de condutas ilegais e eticamente condenáveis. Há domínios intocáveis. E não é a tributação de mais-valias em bolsa e o novo escalão de IRS de 45%, cujo alcance é diminuto, que trazem alguma justiça à distribuição dos sacrifícios pela sociedade.

Não menos preocupantes, são as privatizações de empresas públicas, pagas por todos nós, mas que agora passam a ser de quem puder pagar. A mais escandalosa é a privatização dos CTT... quem poderá garantir serviços, cujo lucro não é visível, quem poderá garantir que um pensionista em Bragança continuará a receber a sua correspondência e a pagar o mesmo que um lisboeta? Isto sem falar da lógica absurda que se mantém, privatizar lucros e manter publico o que dá prejuízo...

Guardei o mais grave para último, porque é da maior insensibilidade social e será dramático para quem ficar desempregado, estiver no desemprego ou numa situação em que necessite de recorrer ao rendimento social de inserção. Precisamente as camadas mais desprotegidas da sociedade, que podem até ser esforçadas e competentes, mas que num contexto de crise económica, foram atiradas para o desemprego. Será reduzido o diferencial entre o ultimo salário e o subsídio. Serão apertadas as regras para aceitação de novo trabalho, mesmo que não seja compensatório. Foi também introduzido um tecto de despesa nas prestações sociais, que quer dizer que quando ele estiver esgotado, quem receber, por exemplo, o subsídio social de desemprego ou o complemento solidário para idosos, apesar de ter direito à prestação já não a receberá.

Percebem agora a satisfação das agências de Rating, do Banco Central europeu, da OCDE e do FMI? É que alguém estudou bem a receita de politicas neoliberais que colocam o lucro acima das pessoas e fez um excelente trabalho de casa. Só é lamentável que a receita seguida foi a que nos trouxe a crise e será a que nos vai mergulhar profundamente nela...

domingo, março 14, 2010

Whatever works


«Os ensinamentos básicos de Jesus são maravilhosos. Também as intenções originais de Karl Marx. Está bem? Hei, o que é que podia ser mau? Todos deviam partilhar igualmente. Fazer pelos outros. Democracia. Governo pelo povo. Tudo grandes ideias. São todas grandes ideias, mas têm todas uma falha fatal.
– Que é?
– Que é estarem todas baseadas na noção falaciosa de que as pessoas são fundamentalmente decentes. Dêem-lhes a oportunidade de fazerem o bem e elas aproveitá-la-ão. Não são estúpidos, egoístas, gananciosos, covardes e insensatos vermes. Fazem o melhor que podem. Só digo que as pessoas tornam a vida muito pior do que tem que ser... e, acreditem, é um pesadelo sem a ajuda delas. Mas, no conjunto, lamento dizer, somos uma espécie falhada.

(...) Aviso-vos já, está bem? Não sou uma pessoa afável. O charme nunca foi o meu forte. E, só para que saibam, este não é o filme mais agradável do ano. Por isso, se é um daqueles idiotas que precisa de se sentir bem, vá arranjar uma massagem aos pés.
Que raio é que tudo isto significa? Nada. Zero. Nicles.
Nada dá em nada, no entanto, não há falta de idiotas a balbuciar. Eu não. Eu tenho uma visão. Estou a discuti-la. (...) Dos seus amigos, aos seus colegas de trabalho, aos seus jornais, à televisão.. Todos gostam de falar, cheios de desinformação. Moral, ciência, religião, política, desporto, amor. A sua pasta, os seus filhos, saúde. Cristo.
Se tiver que comer nove doses de fruta e legumes por dia para viver, não quero viver. Odeio as malditas frutas e legumes. E o seu omega-3 e o exercício e o cardiograma e a mamografia e a ecografia pélvica... e, oh, meu Deus, a colonescopia! E com tudo isto, ainda chega o dia em que nos metem num caixote e chega a vez da próxima geração de idiotas que também lhe dirão tudo sobre a vida e lhe definirão o que é adequado.

O meu pai suicidou-se porque o jornal da manhã o deprimia. E podem culpá-lo? Com o horror e corrupção e ignorância e pobreza, e genocídio e SIDA e o aquecimento global e terrorismo e os idiotas dos valores familiares e os idiotas das armas! "O horror," disse o Kurtz no final de "Coração de Escuridão". "O horror."O felizardo do Kurtz não recebia o Times lá na selva, senão ele ia ver o que era horror. Mas o que é que fazemos? Lemos sobre um massacre qualquer no Darfur ou sobre um autocarro escolar que explodiu e dizemos "Oh, meu Deus, que horror!"E depois voltamos a página e acabamos de comer os ovos das galinhas caseiras. Porque, o que é que podemos fazer? É esmagador.

Eu próprio já me tentei suicidar. Obviamente, não resultou. Mas porque é que querem, sequer ouvir falar disto tudo? Meu Deus, vocês têm os vossos próprios problemas. Estou certo que estão
todos obcecados com algumas tristes pequenas esperanças e sonhos. As vossas previsivelmente insatisfatórias vidas amorosas. Os vossos negócios falhados. "Oh, se eu tivesse comprado aquela acção!"."Se eu tivesse comprado aquela casa, há anos!". "Se eu tivesse conquistado aquela mulher." Se isto, se aquilo. Sabem que mais? Não me chateiem com os vossos "podias" e "devias".

segunda-feira, março 08, 2010

Alegria no trabalho

Foi com inquietação que li a entrevista de Christophe Dejours, Psiquiatra e Psicanalista, especialista em doenças mentais ligadas ao trabalho. Fenómenos como a avaliação individual do desempenho, a exigência de “qualidade total” e o outsourcing têm provocado situações de precaridade laboral, injustiça e assédio. Esta realidade origina uma atmosfera de sofrimento no trabalho que conduz ao isolamento, ao desespero, à depressão e em cada vez mais casos, o suicídio. A entrevista ajuda a perceber muita coisa e infelizmente quem trabalha, reconhece facilmente as técnicas de assédio, manipulação e medo que são analisadas por Christophe Dejours. Ficam alguns excertos que têm tanto de verdadeiro como de preocupante:

O que é que mudou nas empresas?

A avaliação individual é uma técnica extremamente poderosa que modificou totalmente o mundo do trabalho, porque pôs em concorrência os serviços, as empresas, as sucursais – e também os indivíduos. E se estiver associada quer a prémios ou promoções, quer a ameaças em relação à manutenção do emprego, isso gera o medo. E como as pessoas estão agora a competir entre elas, o êxito dos colegas constitui uma ameaça, altera profundamente as relações no trabalho: “O que quero é que os outros não consigam fazer bem o seu trabalho.”
Muito rapidamente, as pessoas aprendem a sonegar informação, a fazer circular boatos e, aos poucos, todos os elos que existiam até aí – a atenção aos outros, a consideração, a ajuda mútua – acabam por ser destruídos. As pessoas já não se falam, já não olham umas para as outras. E quando uma delas é vítima de uma injustiça, quando é escolhida como alvo de um assédio, ninguém se mexe…

Mas o assédio no trabalho é novo?

Não, mas a diferença é que, antes, as pessoas não adoeciam. O que mudou não foi o assédio, o que mudou é que as solidariedades desapareceram. Quando alguém era assediado, beneficiava do olhar dos outros, da ajuda dos outros, ou simplesmente do testemunho dos outros. Agora estão sós perante o assediador – é isso que é particularmente difícil de suportar. O mais difícil em tudo isto não é o facto de ser assediado, mas o facto de viver uma traição – a traição dos outros. Descobrimos de repente que as pessoas com quem trabalhamos há anos são cobardes, que se recusam a testemunhar, que nos evitam, que não querem falar connosco. Aí é que se torna difícil sair do poço, sobretudo para os que gostam do seu trabalho, para os mais envolvidos profissionalmente. Muitas vezes, a empresa pediu-lhes sacrifícios importantes, em termos de sobrecarga de trabalho, de ritmo de trabalho, de objectivos a atingir. E até lhes pode ter pedido (o que é algo de relativamente novo) para fazerem coisas que vão contra a sua ética de trabalho, que moralmente desaprovam.

Qual é o perfil das pessoas que são alvo de assédio?

São justamente pessoas que acreditam no seu trabalho, que estão envolvidas e que, quando começam a ser censuradas de forma injusta, são muito vulneráveis. Por outro lado, são frequentemente pessoas muito honestas e algo ingénuas. Portanto, quando lhes pedem coisas que vão contra as regras da profissão, contra a lei e os regulamentos, contra o código do trabalho, recusam-se a fazê-las. Por exemplo, recusam-se a assinar um balanço contabilista manipulado. E em vez de ficarem caladas, dizem-no bem alto. Os colegas não dizem nada, já perceberam há muito tempo como as coisas funcionam na empresa, já há muito que desviaram o olhar. Toda a gente é cúmplice. Mas o tipo empenhado, honesto e algo ingénuo continua a falar. Não devia ter insistido. E como falou à frente de todos, torna-se um alvo. O chefe vai mostrar a todos quão impensável é dizer abertamente coisas que não devem aparecer nos relatórios de actividade.
Com um único assédio, consegue-se dominar o colectivo de trabalho todo. Por isso, é importante, ao contrário do que se diz, que o assédio seja bem visível para todos. Há técnicas que são ensinadas, que fazem parte da formação em matéria de assédio, com psicólogos a fazer essa formação.

Uma formação para o assédio?

Exactamente. Há estágios para aprenderem essas técnicas. Posso contar, por exemplo, o caso de um estágio de formação em França em que, no início, cada um dos 15 participantes, todos eles quadros superiores, recebeu um gatinho. O estágio durou uma semana e, durante essa semana, cada participante tinha de tomar conta do seu gatinho. Como é óbvio, as pessoas afeiçoaram-se ao seu gato, cada um falava do seu gato durante as reuniões, etc.. E, no fim do estágio, o director do estágio deu a todos a ordem de… matar o seu gato.

Está a descrever um cenário totalmente nazi...

Só que aqui ninguém estava a apontar uma espingarda à cabeça de ninguém para o obrigar a matar o gato. Seja como for, um dos participantes, uma mulher, adoeceu. Teve uma descompensação aguda e eu tive de tratá-la – foi assim que soube do caso. Mas os outros 14 mataram os seus gatos. O estágio era para aprender a ser impiedoso, uma aprendizagem do assédio.

É a isto que se chega numa sociedade que premeia o lucro, sem ter em conta as pessoas. É a completa desumanidade nas relações laborais e sociais. São entrevistas como esta que me mostram que eu não estou enganada, quando chamo a atenção para este tipo de injustiça. Mesmo que me repita, vou continuar a escrever sobre o que acontece quando o lucro vem antes das pessoas.

domingo, março 07, 2010

And the Oscar goes to...

Em dia de Óscares porque não fazer umas apostas? Muito inovador e nada prevísivel... ainda assim, faço à mesma... Embora o Avatar tenha a história mais básica do cinema, deverá ser o vencedor da noite, tudo porque os efeitos especiais enchem as salas. Enfim... As minhas preferências estão a bold e a aposta a vermelho, cá vai:

Melhor Filme
Avatar
The Blind Side
District 9
An Education
The Hurt Locker
Sacanas Sem Lei
Precious
A Serious Man
Up
Nas Nuvens

Actor Principal
Jeff Bridges - Crazy Heart
George Clooney - Nas Nuvens
Colin Firth - A Single Man
Morgan Freeman - Invictus
Jeremy Renner - The Hurt Locker

Actor Secundário
Matt Damon - Invictus
Woody Harrelson - The Messenger
Christopher Plummer - The Last Station
Stanley Tucci - The Lovely Bones
Christoph Waltz - Sacanas Sem Lei

Actriz Principal
Sandra Bullock - The Blind Side
Helen Mirren - The Last Station
Carey Mulligan - An Education
Gabourey Sidibe - Precious
Meryl Streep - Julie & Julia

Actriz Secundária
Penélope Cruz - Nine
Vera Farmiga - Nas Nuvens
Maggie Gyllenhaal - Crazy Heart
Anna Kendrick - Nas Nuvens
Mo'Nique - Precious

Filme de Animação
Coraline
Fantastic Mr. Fox
A Princesa e o Sapo
The Secret of Kells
Up

Melhor Realizador
James Cameron - Avatar
Kathryn Bigelow - The Hurt Locker
Quentin Tarantino - Sacanas Sem Lei
Lee Daniels - Precious
Jason Reitman - Nas Nuvens

Filme Estrangeiro
Ajami - Israel
El Secreto de Sus Ojos - Argentina
The Milk of Sorrow - Peru
Un Prophète - França
The White Ribbon / O Laço Branco - Alemanha

Melhor Argumento Adaptado
District 9
An Education
In The Loop
Precious
Nas Nuvens

Melhor Argumento Original
The Hurt Locker
Sacanas Sem Lei
The Messenger
A Serious Man
Up

quinta-feira, março 04, 2010

O que não nos contam da Grécia

O que se passa na Grécia é extremamente preocupante, o primeiro-ministro socialista Georges Papandreou anunciou na terça-feira, num comunicado dramático à nação transmitido pela televisão, medidas futuras de uma austeridade sem precedentes, incluindo um aumento imediato do imposto sobre o combustível, o aumento da idade da reforma e cortes na remuneração dos funcionários públicos que representarão uma diminuição em 10% do salário para a maioria dos funcionários do estado e de 40% para os professores universitários. Será reduzido em 30% o salário correspondente ao 13.º mês, em 60% o subsídio de férias e o IVA será aumentado para 21%, uma subida repentina de 2 pontos percentuais.

São medidas gravíssimas que prejudicam o cidadão comum e comprometem a justiça social. O esforço é sempre exigido aos mesmos, os já sacrificados com o desemprego, a estagnação da indústria e do comércio. Estas medidas só irão aumentar o desemprego, a pobreza, fazer diminuir as receitas fiscais e tornar o país refém da especulação dos mercados financeiros. Veja-se como a situação piorou depois da redução do rating de crédito grego por três agências privadas de avaliação de riscos, e a consequente especulação nos mercados em torno da dívida pública grega, destinada a financiar o défice, o que levou a um aumento de 4% acima dos valores de base das taxas de juro. Joga-se com a bancarrota de um país, foi a isto que chegamos. Já se levantam vozes a sugerir a venda de patrimonio histórico e das ilhas gregas!!

O que ninguém nos conta da Grécia, é todo o historial de corrupção, evasão fiscal, clientelismo no sector público, toda uma elite que tirou benefícios públicos em proveito próprio e que fez aumentar a divida do estado. Familiar, não? Mas combater este problema, não é solução que ninguém aponte. A própria UE que deveria ter um compromisso com a justiça social e a democracia, pressiona a Grécia no sentido de tomar medidas que prejudicam trabalhadores assalariados, grupos de baixos rendimentos, agricultores de subsistência e desempregados... os mesmos de sempre. Insiste-se num modelo económico neoliberal assente num controlo do défice, nas privatizações e na redução do peso do Estado, que já demonstrou estar esgotado. A agravar a situação é que estas medidas vêem de um governo socialista, eleito por defender precisamente o oposto, o que coloca em causa a confiança nas instituições e na própria democracia. A persistência de um modelo esgotado, não só provocará uma crise social grave como politica.