domingo, setembro 30, 2007

sexta-feira, setembro 28, 2007

Com quem, podem eles contar?

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Aldeias queimadas, deslocamento forçado das populações revelados agora por imagens de satélite. Sem Internet, nem telecomunicações, mosteiros ocupados, activistas presos e assassinados... Com quem podem os Birmaneses contar? Em 1988, só puderam contar com eles próprios... E em 2007, como será?


Nota: É de louvar a acção dos bloggers birmaneses, que têm mostrado ao mundo o que se passa no seu país. Mais uma prova de como os blogs contribuem para a democracia e para a luta pelos direitos humanos. Um contributo mais modesto, mas ainda assim um contributo, será seguir a sugestão da Amnistia Internacional e enviar um mail aos responsáveis birmaneses, pedindo a libertação das centenas de manifestantes detidos.


Adenda: Também existe uma petição de apoio aos activistas birmaneses, exigindo a paz e a democracia para a Birmânia. Assinar aqui.


quarta-feira, setembro 26, 2007

Say WHAT??



Via Arrastão


Quando pensamos que nada vindo da Administração Bush, nos pode surpreender... eis que me deparo com este vídeo... Um Presidente concede imunidade a si próprio e à sua administração, evitando futuras condenações por crimes de guerra. Muito conveniente! "Ao menos Nixon teve Gerald Ford, para lhe fazer o trabalho sujo" observa e muito bem Jack Cafferty, é uma falta de vergonha sem precedentes. A minha pergunta é, e quem o impede?


terça-feira, setembro 25, 2007

"A Invisibilidade de Deus"

dizem que em sua boca se realiza a flor


outros afirmam:

a sua invisibilidade é aparente

mas nunca toquei deus nesta escama de peixe

onde podemos compreender todos os oceanos

nunca tive a visão de sua bondosa mão



o certo

é que por vezes morremos magros até ao osso

sem amparo e sem deus

apenas um rosto muito belo surge etéreo

na vasta insónia que nos isolou do mundo

e sorri

dizendo que nos amou algumas vezes

mas não é o rosto de deus

nem o teu nem aquele outro

que durante anos permaneceu ausente

e o tempo revelou não ser o meu



Al-Berto
O Medo

domingo, setembro 23, 2007

Marketing aplicado à imigração

O governo espanhol lançou este vídeo, a ser exibido no Senegal, alertando para os perigos da imigração ilegal e das arriscadas viagens da costa africana à Europa.



Genuína preocupação com os imigrantes senegaleses e as suas famílias? E se o vídeo também mostrasse o que acontece a quem fica, como é o seu dia a dia e em que condições vivem? E se no vídeo se explicasse como os países Africanos saem prejudicados neste mercado globalizado? Genuína preocupação seria uma estratégia concertada de cooperação e de ajuda ao desenvolvimento, por parte dos países ditos desenvolvidos. E por cooperação, entenda-se dotar os países africanos de infra-estruturas, educação e formação que lhes permitam construir o seu próprio desenvolvimento. Mas isso traria custos económicos sem lucros óbvios, e para quê quando o marketing é bem mais rápido e eficaz?

sexta-feira, setembro 21, 2007

Indignado...

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quarta-feira, setembro 19, 2007

NINJA: No Income, No Job or Assets

«Primeiro deixaram de pagar as hipotecas, atitude seguida depois por muita gente da apertada classe média, apesar de os pobres terem sem dúvida tomado a dianteira. Tudo bem, eram hipotecas matreiras, muitas delas feitas de forma a já não serem sustentáveis logo dois anos após a assinatura do contrato. Havia créditos "NINJA", por exemplo, concedidos às pessoas "sem salário, sem emprego nem activos" (em inglês, No Income, No Job or Assets - NINJA). O colunista conservador Niall Fergusen lamenta os baixos níveis de "literacia económica", que permitiram que as pessoas fossem exploradas por empréstimos de alto risco [NT: por já não terem solvabilidade que permita a concessão um empréstimo bancário]. Por que é que estas pessoas de baixos rendimentos não arranjam advogados para analisar os contratos? E já agora, por que é que não têm consultores financeiros?


Depois, numa reacção de esperteza diabólica, os pobres - uma categoria que agora coincide vagamente com a classe trabalhadora - pararam de fazer compras. Quer a Wal-Mart, quer a Home Depot anunciaram performances desanimadoras no segundo trimestre (…) Quando, por exemplo, o maior empregador privado americano, a Wal-Mart, começa a sentir falta de clientes, precisa de se olhar longa e duramente ao espelho. Há cerca de um século, Henry Ford percebeu que a sua empresa só prosperaria se os seus trabalhadores ganhassem o suficiente para comprar um Ford. A Wal-Mart, por outro lado, parece nunca ter percebido que os seus salários cruelmente baixos iriam cercear o seu próprio crescimento, mesmo com os famosos preços de desconto da empresa.


(…) De facto, o crédito fácil tornou-se o substituto dos salários decentes na América. Já houve tempos em que se trabalhava pelo dinheiro, agora era suposto pagar-se por ele. Já foi suposto ganhar-se o suficiente para se poder comprar uma casa com as poupanças. Agora nunca se ganhará assim tanto, mas como diziam os emprestadores - eh eh - nós temos um crédito para si!


O capitalismo global vai sobreviver à actual crise do crédito; o governo apressou-se já a acalmar os mercados agitados. Mas, a longo prazo, um sistema que dependa de extorquir os pobres até ao último cêntimo não pode esperar um prognóstico saudável. Quem poderia imaginar que as penhoras e execuções em Stockton e Cleveland iriam turvar os mercados de Londres e Xangai? Os pobres levantaram-se e falaram; só que parece menos um grito de protesto do que um rouco e estrangulado grito de dor.»


Barbara Ehrenreich, jornalista e escritora norte-americana, autora de "Salário de Pobreza, como (não) sobreviver na América". Site pessoal: barbaraehrenreich.com; blogue ehrenreich.blogs.com/

Via: Esquerda Net


Ao que parece a pobreza e os baixos salários têm mesmo custos económicos e minam o próprio sistema capitalista, quem diria… Será que a revolução mais eficaz é a do bloqueio ao consumo, ao pagamento de créditos e hipotecas? Quais seriam os custos destas formas de acção, se partissem dos NINJAs de todo o mundo? Para já, vemos só o abalo dos mercados como resultado de situações de pobreza e de insolvência financeira. Por quanto tempo, poderá este fenómeno ser ignorado? Terão os ilustres economistas neo-liberais de reconhecer, que afinal Ford tinha razão?


sábado, setembro 15, 2007

A Polónia na televisão pública

Ontem pela primeira vez na televisão pública, vi uma reportagem sobre a situação política que se vive na Polónia. A reportagem da Sandra Felgueiras no programa “AVENIDA EUROPA” foi muito interessante, para grande surpresa minha (confesso que não sou grande fã do trabalho dela). Foram abordadas questões como a lei da Lustração, a homofobia, a proibição do aborto mesmo em casos de violação ou de graves riscos para a saúde da mulher, a não aceitação da Carta Europeia dos Direitos humanos. Até o passado dos gémeos, enquanto jovens actores num filme chamado "O dwóch takich, co ukradli ksiezyc" de 1962, foi mostrado. Realmente o pormenor dos gémeos terem interpretado, dois meninos extremamente ambiciosos e egocêntricos que queriam roubar a lua, é no mínimo curioso…



Interessante foi também a forma atabalhoada como a Ministra dos negócios estrangeiros tenta explicar o inexplicável… «Os professores homossexuais não são discriminados, apenas são afastados os que tentam incutir nos alunos esses comportamentos», disse ela. Muito esclarecedor, acrescento eu... Na minha opinião, nesta reportagem só faltou mesmo ouvir a posição oficial da EU, perante tais atropelos à Carta Europeia dos direitos humanos.


Um aspecto muito positivo, foi a forma como os cidadãos polacos demonstraram o seu descontentamento com o actual governo, repudiando este tipo de política. Parecem dispostos a eleger um governo diferente, vamos ver…


Agora que os portugueses ficaram um bocadinho mais informados sobre o que se passa na Polónia, veremos como vão reagir a eventuais cedências do Eng. Sócrates ao executivo polaco só para aprovar o Tratado Constitucional. Eu por mim, estou bastante curiosa, até que ponto se desce, em nome da "real politik".

quinta-feira, setembro 13, 2007

Critérios diplomáticos...

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A visita do Dalai Lama vem recordar-nos a profunda hipocrisia que preside às relações diplomáticas internacionais. Todos os governos gostam de falar de direitos humanos, até que os sagrados interesses económicos se levantam.

E o que me irrita, é que pensam que nós os cidadãos, temos que aceitar isso como óbvio, sem mais explicações. Teremos que continuar a aceitar esta inversão de valores, como se fosse a ordem natural das coisas? Até Jerónimo de Sousa parece achar que sim.

Não é isto a “real politik”? A mesma noção de diplomacia que diz ser aceitável receber um ditador sanguinário como Robert Mugabe, mas que é obviamente inadmissível receber o líder espiritual, pacifista de um país ocupado? (como tão bem aponta Miguel Vale de Almeida) Pelo menos, poupem-nos à tentativa de vender este argumento como óbvio ou ética e moralmente aceitável. É que ninguém compra…

Convém recordar o tipo de barbaridades que esta quase "personna non grata" afirma:

«
Na conferência de imprensa que Dalai Lama deu hoje em Lisboa, a mensagem foi a de promoção do “diálogo espiritual”. Respondendo a uma questão sobre o conflito no Darfur, Dalai Lama afirmou que acima de tudo é preciso incrementar o diálogo e impedir o armamento das populações.

Extrapolando para outros conflitos mundiais, desafiou todos os presentes a ouvir mais e discutir menos: “Sempre que houver uma discussão ou um conflito, em vez de usarem a violência, conheçam-se, falem, ouçam… incluindo o Bin Laden.”


Dalai Lama enfatizou a importância de perceber os diferentes pontos de vista e chegar a um compromisso. O líder espiritual recordou a tragédia do 11 de Setembro para defender que não se pode confundir religião com terrorismo: “Há pessoas más no Islamismo, no Catolicismo, no Budismo. Não podemos generalizar.”»


Pois é... gente que nitidamente não interessa!


terça-feira, setembro 11, 2007

Dream

.Dream 031: Brett Burning House

Mark Tucker

Note to myself: Reparo que o Mark Tucker tem uma sequência de fotos no seu site a que chamou "Dream". Curiosamente ou não, estão lá todas as fotos dele que resolvi publicar no "My Hopes and Dreams"... Bolas, sou mesmo previsível, até a escolher fotos...

domingo, setembro 09, 2007

Uma história do Darfur

«OUTSIDE the back window, Bakerloo Line trains rattle past. Downstairs someone makes tea. But in the upstairs living room of a nondescript house off Lambeth Road in South London a slight, softly spoken young man tells a story of atrocities in a far-off land that is anything but mundane.

Dily, a Sudanese Arab, recounted how for three years he and his fellow Janjaweed charged the farming villages of Darfur on camels and horses, raking the huts with gunfire and shouting: "Kill the slaves. Kill the slaves."


He reckons that he attacked about 30 villages in all, and cannot count the people he shot. The villages were destroyed, he said, and the men, women and children killed - sometimes with the help of government airstrikes. Survivors "would be left there ... Sometimes they made it to camps but mostly they died of thirst or starvation".


Dily is a rarity in that wretched conflict. Filled with disgust, he escaped and last month, with the help of people-smugglers, reached Britain, where he is seeking political asylum.


Dily contradicts the Sudanese Government's claims that it has no control over the Janjaweed - the predominantly Arab "devils on horseback" who have driven twomillion of Darfur's black Africans into refugee camps and killed at least 200,000.

He claimed the Government deceived innocent Arab shepherds like himself into joining the Janjaweed, saying they had to defend their communities against attack by Darfur's black African rebel groups. They were trained and armed by Sudanese soldiers, ordered by the Government to attack Darfur's villages and given military support. The Janjaweed was formed for ethnic cleansing, he insisted. "Why (else) would you attack villages, kill people, displace them and kill them in their thousands?".


In: The Australian News



Este testemunho confirma o que já há muito era evidente, um genocídio ordenado pelo próprio governo do país. Nada foi feito para travar o genocídio, este governo não foi levado à justiça. Sabemos desde o final de Julho, que uma força da ONU irá finalmente para o Darfur. Que força? Que países? Quando? Procuro essa resposta em vão. Os telejornais do meu país preferem dedicar cerca de 40 minutos ao casal McCann...

quinta-feira, setembro 06, 2007

Má educação

Todos os anos por esta altura, a situação dos professores abre os telejornais. Coitadinhos dos 45 mil não colocados. Parece que nada mudou em relação aos anos anteriores. O discurso de desresponsabilização da Sr.ª Ministra, realmente não mudou. Mas existiram mudanças sérias em relação a anos anteriores, os professores não colocados no desemprego já não são jovens licenciados a tentar iniciar carreira. São pessoas que já dão aulas há longos anos, algumas há 18 anos e que têm estado sempre colocadas, não sendo necessárias agora, porque professores efectivos viram a sua carga horária aumentada. Não é eticamente correcto, nem legitimo dizer a estas pessoas que mudem de profissão. Mas a ética não parece tocar muito à nossa insuportável Ministra.


Este problema não é do Ministério da Educação. Claro já sabemos que em Portugal, ninguém tem culpa de nada, nem assume responsabilidade. Não foi o Ministério que pagou a formação destes professores, nem foi o organismo que tem usado os seus serviços nos últimos anos e que continua a manter no seu sistema, cursos de formação superior de professores.


Enquanto se descartam culpas, persistem os problemas crónicos. Uma média de 30 alunos por turma, professores com horários excessivos e sujeitos a um desgaste psicológico enorme. Ou será que alguém pensa que a escandalosa taxa de abandono escolar no 9ºano, é alheia a estes factores? Já não vamos falar da qualidade do ensino, nem das taxas de iliteracia e de analfabetismo. Vamos só ouvir a nossa Ministra mentir e dizer que este país não precisa de educadores.

segunda-feira, setembro 03, 2007

"Classified? not anymore..."

A administração Bush vai perdendo elementos, Ronald Rumsfeld, Paul Wolfowitz, Karl Rowe, recentemente Alberto Gonzalez, todos envolvidos em escândalos impressionantes e todos saindo de cena, com grande impunidade. Mas nem estes escândalos, nem o isolamento de Bush, já para falar não falar da questão da guerra no Iraque… refreiam o ímpeto neo-liberal desta administração.

A Casa Branca concessionou a empresas privadas a recolha, tratamento e análise de matérias classificadas, domínio até aqui monopólio dos estados. 742 milhões de euros é quanto custam os segredos de Estado e a informação confidencial que a CIA tem reunido, tantas vezes à custa do atropelo das garantias e direitos dos cidadãos. Um excelente negócio para as grandes empresas privadas, que vão ver aumentada a sua capacidade de influenciar o processo de decisão política.



Inacreditável? Não vindo desta Administração…


Preocupa-me só ter lido esta notícia, na Visão do passado dia 23. Entre o fiasco da guerra do Iraque, as comparações com o Vietname, a pressão para a retirada das tropas e o escândalo sexual do homofóbico senador do Idaho… este negócio parece ter passado despercebido, ou é só impressão minha?